EBD – Quando a criatura vale mais que o criador

Pastor Gilsinei Pimentel
Pastor Gilsinei Pimentel
Histórico: Sou o Pastor Gilsinei S. Pimentel, casado com Rosane da C. Correa Pimentel, pai de Gilsianne C. Pimentel Feliciano e de Rosianne C. Pimentel Nazário. Graduando em Biblioteconomia pela UFF - Universidade Federal Fluminense. Possuo o Bacharel Livre em Teologia pelo Instituto de Teologia Logos e também pela Faculdade Teológica Nacional, Ministro do Evangelho e congrego na Assembleia de Deus Central de Manilha, Itaboraí, RJ.

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Prezados alunos e professores,

Paz do Senhor!

“Quando a criatura vale mais que o criador”, esse título nos faz lembrar que, numa perspectiva simplesmente bíblica, os humanos são tendenciosos a colocar a criação acima do próprio Criador. Essa atitude toma uma forma de idolatria, autoconfiança excessiva, busca por prazeres passageiros e ingratidão. Essa temática nos convida a priorizar nosso relacionamento com Deus, reconhecer sua soberania e amor e encontrar a verdadeira realização espiritual colocando-o em primeiro lugar em nossas vidas. Ao fazer isso, podemos evitar a armadilha de exaltar e honra a criatura além do Criador.

TEXTO ÁUREO

Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. (Romanos 1:25) A verdade inserida no texto áureo é a seguinte: “Quando o homem troca a verdade de Deus por mentiras, dando mais valor à criatura do que ao Criador, perde o rumo da vida e se afasta da verdadeira fonte de bênçãos e perfeição divinal.”

VERDADE PRÁTICA

A exaltação da criatura acima do Criador é a usurpação da glória divina pela mentira e vaidade humana. 

“No exato momento que a criatura passar ser exaltada acima do Criador, a verdade é obscurecida, ofuscada pela vaidade humana, e a glória divina é substituída pela mentira do egocentrismo e do antropocentrismo, trazendo ilusão ao entendimento do homem.”

INTRODUÇÃO

O desprezo à verdade e a insensatez humana muitas vezes levam ao afastamento de Deus, gerado em idolatria e culto às coisas criadas em vez do Criador. A Bíblia nos alerta sobre o perigo a respeito da valorização a criatura mais do que ao criador. O culto à criatura em vez do Criador, e a revolução do pensamento humano que muitas vezes coloca a sabedoria e o poder humano acima da sabedoria divina. Esse desvio pode ocorrer em diferentes esferas da vida, seja em busca de prazeres terrenos, na busca excessivamente por poder, na obsessão pela autoimagem ou na busca por conhecimento que descarte a espiritualidade.

Os movimentos filosóficos e culturais, como o Renascentismo, o Humanismo, o Iluminismo e o Pós-modernismo, também desempenharam um papel na revolução do pensamento humano, muitas vezes enfatizando o homem e a razão acima de Deus e da fé. Uma reflexão sobre esse contexto nos lembra da necessidade de humildade, de reconhecer a limitação humana e de buscar a orientação e a sabedoria de Deus em todas as áreas de nossas vidas. A Bíblia nos oferece esperança e orientação. Ela nos convida a voltar ao caminho da verdade, a buscar a sabedoria divina e a colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas.

 A reflexão e a busca por Deus nos conduzem a um caminho de esperança, transformação e renovação espiritual. É essencial refletir sobre a importância de honrar a verdade divina, glorificar e adorar o Criador acima de todas as coisas e buscar Seu propósito em nossas vidas. Ao fazer isso, podemos encontrar a verdadeira plenitude e paz, vivendo em segurança com os propósitos eternos de Deus e experimentando a bênção de uma vida centrada na verdade. 

 I – O DESPREZO À VERDADE

1. A impiedade e a injustiça.

O texto de Romanos 1:18-25 denuncia o pecado da humanidade, que se tornou injusto e ímpia, distanciando-se da verdade e da retidão divinas. A impiedade se manifesta na rejeição do caminho de Deus, enquanto a injustiça se traduz em atos contrários à Sua vontade. A impiedade e a injustiça são temas discutidos ao longo das Escrituras. Em Romanos 3:23, somos lembrados de que “todos pecaram e carecem da glória de Deus”. A impiedade é a falta de piedade e reverência a Deus, enquanto a injustiça refere-se a ações contrárias à justiça e retidão divinas. O Salmo 94:14 nos assegura que “o Senhor não desamparará o Seu povo, nem abandonará a Sua herança”, demonstrando a esperança de que Deus espera justiça ao mundo.

2. A insensatez humana.

O livro de Provérbios é repleto de reflexões sobre a insensatez humana e suas consequências. Provérbios 14:12 declara que “há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Essa insensatez é resultado do afastamento da sabedoria divina, conforme mencionado em Provérbios 1:7: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”.  Ao desprezar a verdade e a sabedoria divina, a humanidade cai na insensatez, na falta de discernimento espiritual. Ao afastar-se da fonte da verdadeira sabedoria, as escolhas humanas podem ser governadas por impulsos e desejos egoístas.

3. O culto à criatura.

A idolatria é um tema central na Bíblia, e o culto à criatura é uma forma de idolatria mencionada em Romanos 1:25, como vimos anteriormente. Em Êxodo 20:3-5, Deus instrui: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”. Essas passagens nos alertam sobre a importância de honrar somente o Criador e não as coisas criadas. A idolatria brota da semente conceptual humanística em dá mais importância e adoração à criação do que ao Criador, observar mais a liturgia do que o culto, valorizar mais o ritual do que a adoração. Ao colocar criaturas, coisas materiais ou prazeres terrenos acima de Deus, o homem se desvia do propósito original de adorar o único e verdadeiro Deus, em Espirito em verdade.

II – A REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO HUMANO

1. Renascentismo.

O Renascentismo foi um período histórico de grande avanço cultural e artístico, mas também trouxe um aumento do pensamento humanista. Em Provérbios 3:5-7, somos exortados a confiar no Senhor em vez de confiar em nossa própria sabedoria: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos”. Esse movimento histórico enfatizou o renascimento das artes e da cultura clássica. Embora tenha alcançado o sucesso, o Renascentismo também viu um aumento da confiança excessiva no conhecimento humano, muitas vezes minimizando ou ignorando a importância da fé e da revelação divina. 

2. Humanismo.

O humanismo valoriza a dignidade e o potencial do ser humano, em si não há um mal aparente nisto, entretanto, quando se torna excessivo, pode levar a uma visão antropocêntrica, em que o homem é colocado no centro de tudo, relegando Deus a um papel secundário ou mesmo inexistente. O humanismo, exagerado, desmedido, demasiado, valoriza tanto o homem, coloca-o no centro de tudo, Deus da centralidade das coisas, eliminando a doutrina Cristocêntrica, até mesmo ignorando ou minimizando a importância da fé salvífica na graça de Deus. A Bíblia nos lembra em Jeremias 17:5 que “maldito é o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor”. Em vez disso, somos encorajados a confiar em Deus e buscar Sua vontade.

3. Iluminismo e Pós-modernismo.

Esses movimentos filosóficos enfatizam a razão humana e a relatividade do conhecimento. No entanto, a Bíblia nos alerta em 1 Coríntios 3:19 que “a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus”, e em Colossenses 2:8, somos advertidos a não sermos levados por “filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens”. Esse conceito filosófico ressalta a racionabilidade humanística, a ciência e a relatividade do conhecimento. Embora tenham contribuído para o progresso, também resultaram em descrença em verdades absolutas, inclusive as verdades espirituais. Isso levar a uma sociedade em que cada indivíduo define sua própria verdade, afastando-se ainda mais da verdade absoluta de Deus, que para nós crentes em Cristo Jesus é; Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade. João 1:14

III – TIPOS DE AUTOIDOLATIA

1. Idolatria da autoimagem.

Quando uma pessoa se torna obcecada por sua aparência física, status social ou pessoal, colocando sua própria imagem acima de tudo, ela se torna uma forma de autoidolatria. Isso pode levar à busca incessante e exacerbada por aprovação externa, à busca de validação no mundo ao invés de encontrar sua identidade em Deus. A obsessão com a autoimagem pode levar à vaidade e à busca de validação externa. No entanto, a Bíblia nos ensina em 1 Samuel 16:7 que “o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”. Deve buscar a aprovação de Deus em vez de depender da aprovação dos outros.

2. Idolatria no coração.

A idolatria também pode ocorrer no coração, quando desejos, paixões ou ambições tomam o lugar de Deus. Isso acontece quando as pessoas se apegam a relacionamentos, possuem ambições de maneira desenfreada, priorizando essas coisas acima do relacionamento com Deus. A idolatria no coração pode se manifestar em apegos desmedidos a romances e amizades, possessões e ambições. Em Mateus 6:24, Jesus nos adverte: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro”. Devemos priorizar nosso relacionamento com Deus acima de tudo.

3. Idolatria sexual 

A busca por prazer sexual fora dos parâmetros divino, se tornar uma forma de idolatria. Em 1 Coríntios 6:18, somos instruídos a “fugir da imoralidade sexual”, e 1 Tessalonicenses 4:3-4 nos chama para nos abster da fornicação e controlar nossos corpos em santificação e honra. A procura por prazer e satisfação sexual se configura idolatria quando colocadas acima do respeito aos princípios e valores dados por Deus. Quando a pessoa permiti que o sexo domine a sua vida e se torne o centro de suas afeições, desejos, vontades e anseios, a criatura está adorando mais essa necessidade biológica satisfatória em vez de honrar a Deus.

CONCLUSÃO

Os pontos aqui abordados nos alertam sobre a tendência humana ao afastamento da verdade de Deus, substituindo-a por crenças e valores distorcidos. A idolatria, seja no culto à criatura ou a coisas, na exaltação do pensamento humano ou nas diversas formas de autoidolatria, pode nos afastar do Criador e levar a consequências negativas em nossas vidas. A reflexão nos convida a buscar a verdade de Deus, adorá-Lo como o Criador supremo e permitir que Sua sabedoria e direção governem nossas escolhas e prioridades.

Essas ponderações nos lembram da importância de honrar a Deus, reconhecer Sua verdade e buscar Sua sabedoria em todas as áreas da vida. A idolatria, seja ela direcionada ao ego ou para outras criações, nos afaste da verdadeira plenitude e bênção que encontramos ao colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas.

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