EBD – Avivamento Espiritual

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

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Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu irei dos céus, e perdoarei os seus pecados, sararei a sua terra.” (2 Cr 7.14)

INTRODUÇÃO

Nos dias presentes, mais do que nunca, a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo necessita de avivamento espiritual. Em muitos lugares no Brasil e no mundo, tem-se a impressão de que uma “frente fria” tem passado por muitas igrejas. Aliás, a indiferença e a letargia espiritual sempre estiveram presentes no decorrer dos séculos como obstáculos ao desenvolvimento espiritual dos crentes.

O segredo para o verdadeiro despertamento em nosso tempo é ainda o mesmo. Mas onde, oh! onde estão os intercessores? Quando a igreja se divorciar do mundo e do mundanismo; Quando pudermos ignorar os chamados cristãos-artistas, que tentam combinar Hollywood com santidade; Quando cessarmos dos esforços da carne e reconhecermos que a Bíblia escrita ontem é também para hoje e para amanhã, e que ela, e somente ela tem a fórmula para o Avivamento; Teremos, ao menos, começado a caminhar na estrada para a restauração da Igreja, a qual deve preceder o verdadeiro despertar espiritual que pode salvar nossa geração completamente.

Por isso, neste trimestre estudaremos Aviva a tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Para este trimestre, teremos como comentarista o pastor Elinaldo Renovato, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim/RN, bacharel em Economia e mestre em Administração, autor de obras como Ética Cristo, Os Perigos da Pós-Modernidade e Células Tronco, dentre outras, todas editadas pela CPAD.

I – O QUE É AVIVAMENTO ESPIRITUAL

Não busco aqui discutir qual a terminologia mais correta: avivamento ou reavivamento? Difiram embora quanto ao étimo, sinonimizou-as a história da Igreja Cristã. Hoje, ambos os vocábulos são usados quase que indiferentemente.

Como avivamento tornou-se um termo mais comum nos arraiais evangélicos luso-brasileiros, optemos por ele.

O avivamento pode ser definido como o retorno aos princípios que caracterizavam a Igreja Primitiva. É o retorno à Bíblia como a nossa única regra de fé e prática. É o retorno à oração como a mais bela expressão do sacerdócio universal do cristão. É o retorno às experiências genuínas com o Cristo, sem as quais inexistiria o corpo místico do Senhor. É o retorno à Grande Comissão, cujo lema continua a ser: “…até aos confins da terra…” O avivamento, enfim, é o reaparecimento da Igreja como a agência por excelência do Reino de Deus.

De acordo com Arthur Wallis, o avivamento é a intervenção divina no curso normal das coisas espirituais: “É o Senhor desnudando o seu braço e operando com extraordinário poder sobre santos e pecadores”.

Depois de haver reanimado tantas igrejas que jaziam à morte, Charles Finney já tinha condições de afirmar ser o avivamento um novo começo de obediência a Deus. Onde buscaríamos outras definições? Em Lutero? Wesley? Ou, quem sabe, naqueles puritanos que procuravam alicerçar tua fé em experiências cada vez mais vividas?

Infelizmente, não podemos esquecer-nos dos céticos. Ao invés de estudarem o avivamento como um todo, veem-no apenas como um “movimento dentro da tradição cristã que enfatiza o apelo da religião à natureza emotiva e afetiva dos indivíduos”. Não! O avivamento não é só emoções. Não é só carga afetiva, nem aquela euforia que hoje nos embala, e amanhã desaparece como que por taumaturgia. Leve-nos embora às mais ruidosas manifestações, não é este o seu objetivo primacial, conforme acentuaria Ernest Baker: “Um avivamento pode produzir barulho, mas não é nisso que ele consiste. O fator essencial é a obediência de todo o coração”.

Ficássemos aqui a rebuscar outras definições, ver-nos-íamos obrigados a produzir volumosa antologia do que disseram e afirmaram os campeões do Evangelho. Seguindo, contudo, o conselho de Horatius Bonar, lancemo-nos a clamar pelo movimento do Espírito Santo. Vejamos, em primeiro lugar, qual o seu real objetivo. (Andrade. Claudionor Corrêa de, Fundamentos Bíblicos De Um Autêntico Avivamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2014. pag. 39-41).

2- A pré-condição para o avivamento.

Tendo estabelecido a aceitação do templo em princípio, Deus expandiu a ideia de como o templo se destinava a servir à nação de Israel. Como observado acima, 2Cr 7.13–15 é peculiar ao registro do cronista. Enquanto Reis se concentra inteiramente nas responsabilidades do rei e seus descendentes com respeito ao templo, este material dá atenção às responsabilidades do povo em geral. Mais que qualquer porção desta seção, estes versículos falam diretamente à comunidade pós-exílica.

Deus começou com instruções específicas à nação para quando esta enfrentasse condições difíceis (7.13–14). Haverá tempos sem chuva, de gafanhotos e de peste (7.13). Em sua oração, Salomão antecipa tempos sem chuva (6.26–27), gafanhotos (6.28–31) e peste (6.28–31) juntamente com outras dificuldades que viriam sobre Israel. Aqui, Deus se apresenta como sendo o agente ativo dessas provações nacionais (se eu cerrar… se ordenar 7.13).

“Acreditemos, pois, e proclamemos Atos 3.19, onde o grego indica que podemos viver tempos de refrigério até a vinda do Senhor. Mas eles somente virão quando houver genuíno arrependimento. Voltemos à figura usada por Schaeffer. O que estamos fazendo para demonstrar nosso amor pelo nosso Noivo Celestial? De que estamos precisando nos arrepender? E você? (O Avivamento Pentecostal, editada pela CPAD, 1997, pp.69-79).

II – AS CONDIÇÕES PARA O AVIVAMENTO ESPIRITUAL (2 Cr 7.13-17)

“Se eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus Exércitos. caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. Agora, estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. Porque, agora, escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias. Quanto a ti, se andares diante de mim, como andou Davi, teu pai, e fizeres conforme tudo o que te ordenei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos”

1- Uma crise.

Observe Elias quando ouve a ameaça de Jezabel (I Reis 19 1-21); Elias foge para o deserto, pede a morte, entra na caverna, tudo isso depois de desafiar e matar os 400 profetas de Asera e 450 profetas de Baal, e matá-los. Elias toma atitudes após uma exaustão emocional, sentiu medo e ficou perturbado, sendo um momento de crise ele decide ir para o deserto. Após a resposta do Senhor com fogo, o povo dizia: só o Senhor é Deus.

O Carcereiro, que havia espancado Paulo, e Silas, quando vê o terremoto e que todas as cadeias estavam abertas ele, toma a espada para se matar, mas Paulo clamando com grande voz, diz a ele: Não te faças nenhum mal, que todos estamos aqui (At 16.27-28); após isso segue se a salvação do Carcereiro e de sua família.

Dois séculos após Deus ter usado Lutero, Calvino e outros na reforma da Europa, a vida espiritual das igrejas estava, em grande parte, extinta. Mais uma vez o pecado dominava as nações. Inquietação civil, motins, contrabando e violência ameaçavam a Inglaterra. A Revolução Francesa quase destruiu a França. Eram agora os anos 1730, e o Espírito de Deus ardia no coração de três jovens ingleses: John Wesley, de 34 anos, Charles Wesley, de 31 anos, e George Whitefield, de apenas 18 anos de idade.

O avivamento wesleyano, ou “Grande Avivamento”, espalhou-se poderosamente pelas Ilhas Britânicas e a colônia da América do Norte, lançando um período na história da igreja em que, por quase dois séculos, houve recorrentes movimentos de avivamento.

Esse avivamento começou na Inglaterra e espalhou-se pelo País de Gales, Escócia e Irlanda.

Mais tarde espalhou-se para a América, por meio de Whitefield e colportores pregadores itinerantes metodistas como Francis Asbury. Em todos os lugares que os Wesleys, Whitefield e seus sucessores chegavam, o fogo de salvação e avivamento começava a arder. Quase todas as denominações experimentaram renovação de crescimento, mas por mais de cinquenta anos foi o movimento metodista que demonstrou com maior profundidade o fogo do avivamento de Deus.

A INGLATERRA ANTES DO AVIVAMENTO

O século 18 foi um tempo de grandes trevas morais e espirituais, inquietação política e carências sociais em muitas partes do mundo. Na Inglaterra, o deísmo teve efeitos devastadores, e a autoridade da Bíblia ficou abalada no país inteiro.

Eram abundantes a indiferença espiritual e o ceticismo, e a liberdade havia se degenerado em licenciosidade. A religião fora esvaziada da sua espiritualidade e do seu poder. Vista com desprezo, era no máximo um código de ética. As massas eram intocadas pela igreja. Aqui e acolá havia alguns ministros piedosos e fiéis, mas o clero, em grande parte, era constituído de líderes de fachada que, além de não ensinar a doutrina da salvação pela fé, ainda se opunham a ela. Muitos eram conhecidos por hábitos de embriaguez. Às vezes até mesmo lideravam os tumultos contra os avivalistas.

Nos círculos mais altos da sociedade, pessoas zombavam quando a religião era mencionada. A grande maioria dos estadistas de renome era descrente, e eles eram conhecidos por sua vida grosseiramente imoral, que escarnecia do casamento. As famosas cartas de lorde Chesterfield para educar seu filho incluíam instruções de como seduzir as mulheres.

Muitos do clero, sustentados pelo Estado, não viviam perto das igrejas para as quais tinham sido designados. Recebiam seus proventos, mas alguns jamais viram sua paróquia. Certo bispo gabou-se de que só teria ido uma vez à sua paróquia — vivia habitualmente à beira da lagoa. Os cultos nas igrejas estavam em declínio, os prédios das igrejas caindo aos pedaços, a adoração era negligenciada. Não mais que quatro ou cinco membros da Câmara dos Comuns frequentavam a igreja. Certa vez, o lorde Bolingbrooke repreendeu um grupo de pastores por seu estilo de vida, dizendo que era “o maior milagre do mundo” o cristianismo sobreviver quando estava entregue nas mãos de “homens tão anticristãos quanto os senhores”.

O povo comum na Inglaterra antes do avivamento era, em sua maioria, gente ignorante e espantosamente cruel. As escolas existiam somente para a elite.

Poucas cidades tinham qualquer espécie de força policial, e a ralé saqueava e pilhava Londres e Birmingham, queimando as casas, escancarando as cadeias e aterrorizando o povo.

Os criminosos ficaram cada vez mais ousados e intimidavam a população. Uma em cada três casas em Londres vendia bebida forte, e bares convidavam o público a “embebedar-se por uma moeda, ou beber até cair por duas patacas, e palha sobre a qual deitar até acabar o torpor da bebedeira”.

Os moradores de Londres raramente viajavam depois do anoitecer, até mesmo para os subúrbios mais próximos, a não ser com uma escolta armada. Os contrabandistas operavam nas regiões costeiras, e bandos armados levavam as mercadorias até Londres. Até mesmo as atividades esportivas eram brutais:

brigas de galo, touradas, brigas de ursos e selvagens rinhas de buldogues.

A despeito da força policial ineficaz, a justiça criminal era implacável. Havia pelo menos 160 atos declarados como “passíveis de pena de morte sem benefício de clero” — ou seja, morte imediata. Derrubar uma cerejeira, surrupiar alguma coisa da mão de um homem e fugir com ela, roubos de quarenta xelins ou mais de uma casa, roubar de uma loja o valor de cinco xelins — até 1800, todas essas coisas levavam à pena de morte. Há documentação de que quarenta a cinquenta pessoas eram enforcadas a cada sessão dos tribunais.

As cadeias estavam cheias, eram escuras e imundas, com o cheiro ofensivo dos esgotos abertos que corriam pelas celas das prisões. Não havia roupa de cama e faltava água, e oferecia-se apenas dois pedaços de pão por pessoa ao dia. Muitos prisioneiros morriam em seus calabouços sujos e sombrios. Foi nessas prisões que Wesley e outros membros de seu grupo começaram a ministrar no início do período do avivamento. (Wesley L. Duewel. Fogo Do Avivamento. O Avivamento De Deus Através Da História E Sua Aplicação Para Hoje. Editora Hagnos. Ed. 2015).

2- Humilhação diante de Deus.

O que deviam os israelitas fazer quando Deus os castigasse? Deveriam voltar-se para o poder invocável de Deus no templo (7.14a). Os termos específicos desta responsabilidade humana merecem comentários.

Primeiro, enfatiza-se a identidade da nação. Israel é chamado meu povo (7.14a). Esta terminologia lembrava o uso repetido de Salomão de teu povo em sua oração dedicatória (6.14–42). Em todo o Antigo Testamento esta terminologia reflete o elo do pacto especial entre Deus e Israel (ver Êx 3.7,10; Lv 26.12; 1Cr 17.6,7,9,10; Jr 31.33; Os 1.9; 2.23).

A nação é também chamada o povo que se chama por meu nome (7.14a). Uma vez mais o caráter pactual da linguagem é evidente (ver Is 43.7; Jr 14.9; Dn 9.18–19). Estas instruções não se destinavam às nações da terra, mas àqueles que eram reunidos por meio de um pacto com Deus. Todos os usos modernos desta passagem devem reconhecer esta limitação.

Segundo, as instruções empregam quatro termos para indicar a intensidade e a sinceridade com que o povo do pacto devia suplicar o auxílio de Deus. Confiança nas realizações externas dos rituais do templo levara a nação de Israel a uma falsa confiança (ver Is 1.10–15; Jr 7.1–15; Am 5.21–24; Mq 3.9–12). Estas instruções esclarecem que o povo devia ir além do ritualismo formal, de uma maneira, o povo devia se humilhar (7.14a). Para o cronista, isto significava que eles deviam reconhecer que estavam em pecado e reconhecer sua total dependência de Deus. (Richard L. Pratt, Jr. Comentário do Antigo Testamento. 1 E 2crônicas. Editora Cultura Cristã).

3- Orar e Buscar a face do Senhor.

O caminho era orar (7.14). Este termo genérico é com frequência associado, como aqui, com a súplica a Deus por auxílio em tempos de necessidade.

O povo de Israel deve me buscar (7.14). O cronista usou a expressão “buscar” muitas vezes com as conotações de adoração e busca do favor divino.

(a) A descrição das situações nas quais o povo poderia orar (v. 13) reconhece que tais tragédias podem ser enviadas por Deus. Mas também é uma clara indicação de que mesmo quando Deus está irado, a única solução é voltar-se para o mesmo Deus em busca de perdão (cf. 1 Cr 21.13).

(b) Embora o convite de Deus seja feito inicialmente ao meu povo (v. 14), 6.32-33 deixa claro que qualquer um que reconhece o nome de Deus e sua autoridade pode orar com a mesma confiança de ser ouvido. Essa passagem é, portanto, coerente com outras onde o convite é estendido explicitamente a “todo que clamar pelo nome do Senhor” (Jl 2.32; At 2.21; Rm 10.13; Sf 3.9; 1Co 1.2).

Os usos diferentes do nome de Deus aqui são dignos de nota: “ser chamado pelo nome” indica posse, “invocar o nome” fala da oração no nome de Jesus ou Javé, e “a casa que… traz seu Nome” (6.33; cf. 6.5-8,10,20) refere-se à presença de Deus. Em todo caso, conhecer o nome de Deus é ter esperança.

Nesse ponto então seguem quatro expressões que resumem a abordagem correta a ser adotada na oração. Essas expressões devem ser entendidas como quatro facetas de uma atitude, para que os pecadores busquem ao próprio Deus em arrependimento humilde, e não como quatro passos diferentes em uma longa estrada para o perdão. É interessante que desse ponto em diante em Crônicas, essas expressões estão unidas frequentemente com o arrependimento, um significado que elas geralmente não tiveram nos capítulos anteriores. O arrependimento de agora em diante recebe destaque em Crônicas. E isso não porque Israel estava ficando mais pecador, mas porque o novo templo representava uma nova base para a restauração e o perdão. (Selman., Martin, J. Introdução e Comentário 1 e 2 Crônicas. Editora Vida Nova. pag. 269-270).

4- Conversão sincera dos pecados.

O povo do pacto deveria se converter de seus maus caminhos (7.14b). A devoção a Deus devia ser demonstrada em mudança de vida. O cronista se referia ao conceito de arrependimento ou “voltar-se” do pecado e ir em direção a Deus em várias ocasiões.

5- Um caminho preparado.

Quando um povo descuida-se de cumprir a vontade de Deus e passa a viver na pecaminosidade, na corrupção e, principalmente, na idolatria, é visto por Ele como um povo doente, acometido por enfermidades espirituais que precisam de tratamento e cura. E a cura só vem quando todos atendem às condições para ser recuperado por Deus, por meio da sua misericórdia e amor. Depois que o povo atende aos requisitos divinos, além de ouvir as suas orações e perdoar os seus pecados, o Senhor também sara a sua terra, ou seja, remove as consequências da “doença” espiritual e promove uma “cura” completa na nação, a começar pelos seus líderes.

Essa referência bíblica diz respeito ao povo de Israel, mas pode ser aplicada em todos os seus aspectos ao povo de Deus, à sua Igreja, que se identifica como todos os crentes que se unem e que se reúnem nas igrejas cristãs. Há casos em que os desvios espirituais, morais e doutrinários são tão grandes que igrejas inteiras tornam-se doentes espiritualmente. E a terapia de Deus é a mesma. Ele só sara os crentes, os pastores e o ministério quando há arrependimento e confissão de pecados com sinceridade. (Renovato. Elinaldo, Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023).

III – A NECESSIDADE DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL (Ag 2.5-9)

“Segundo a palavra que concertei convosco, quando saístes do Egito, e o meu Espírito habitava no meio de vós; não temais. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, e farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca; E farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos. Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos. A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.”

1. A Situação Espiritual de Judá

Ageu era um homem de uma só mensagem. Ele representava o Deus que ele gostava de chamar de Senhor dos Exércitos, a fonte de todo poder, o senhor das potências militares, na terra e no céu (veja notas adicionais sobre “Senhor dos Exércitos”, pg 34). A consequência foi que sua palavra tinha autoridade; o clima obedecia às suas ordens (1:1), todo o universo estava ao alcance da sua mão, e um dia seria sacudido por ela (2:6,21).

Este mesmo Deus era coerente em sua atitude para com as pessoas.

Apesar de elas o desprezarem, ele nunca desistia delas. Quando elas deixaram de fazer sua vontade, ele lhes dificultou a vida, para que voltassem para ele (1:5). Quando elas se dedicavam ao seu serviço, ele se agradava disto e era glorificado (1:8). Ele mudou as atitudes das pessoas (1:14), e morou entre elas na pessoa de Seu Espírito (2:5). Ele transformaria o trabalho delas por ele, e faria com que as nações trouxessem presentes de ouro e prata, que pertenciam a ele por direito (2:8).

Ageu não fez nenhuma lista de pecados graves. Parece que os judeus que voltaram para Jerusalém nesta época obedeciam à lei, ainda impressionados com lembranças do exílio. Faltava certa insatisfação com o estado das coisas, e consequentes atitudes concretas. A resignação mata a fé. O esqueleto do templo em ruínas era como um cadáver que se decompunha em Jerusalém e contaminava tudo (2:10-14). Como esta ofensa podia ser retirada? Com um esforço conjunto de reconstrução, o que seria prova e garantia de uma mudança de atitude da resignação para a fé. Assim que as prioridades estivessem na ordem certa a presença do Senhor entre o povo se tornaria evidente pela prosperidade que acompanharia tanto a construção como a agricultura (2:9,19).

Esta certeza da salvação do Senhor no presente e no futuro permeia a mensagem de Ageu e põe nele a marca do verdadeiro profeta. Ele é capaz de ver as paredes nuas do templo em seu estado momentâneo revestidas da prata e do ouro presenteados pelas nações (2:7-9). Zorobabel, responsável pela reconstrução, é o governante davídico que estava por vir, ou pelo menos seu representante na cena do momento (2:21-23). O reino universal de Deus, no qual as nações em guerra encontrarão paz, capitulando diante dele (2:22, c/7-9), é a meta final da história, mas Ageu o vê surgindo em sua própria época à medida que problemas pessoais e comunitários são submetidos ao controle de Deus.

Não que tudo vá terminar bem no fim, mas que o Deus imutável está concretizando seu propósito já agora: “O meu Espírito habita no meio de vós; não temais” (2:5). Desta forma a obediência atual alinha o povo de Deus com seu propósito derradeiro, e seu Espírito o enche da certeza de que está experimentando em pequena medida “escatologia realizada”. (Joyce G. Baldwin, B.A., B.D. Ageu, Zacarias, Malaquias, Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. pag.26-27).

2. Deus Usa Ciro para Libertar Israel do Cativeiro

Ciro não era filho de Israel e nem servo de Deus em termos espirituais. Ele era rei da Pérsia (550–530 a.C.), mas foi chamado pelo Senhor para cumprir os planos dEle em relação ao povo de Israel, que se achava cativo em Babilônia.

Promessas de Deus a Ciro

Foi tão importante o papel de Ciro que Deus chamou-o de “seu ungido”.

O Senhor fez-lhe promessas tão grandes à sua pessoa que só foram vistas em relação a homens verdadeiramente chamados para realizar os seus divinos propósitos (ver Is 45.1-3).

Por amor de Israel

Ciro, rei persa, jamais imaginaria ser chamado pelo Senhor, o Deus de Israel, o Criador dos céus e da terra, com tamanha deferência e propósito.

E não o chamou por amor ao seu povo, os persas, mas por amor a Israel.

O amor de Deus é inigualável, “de tal maneira”, indefinido, incompreensível na sua dimensão divina e além da percepção da mente limitada do homem. Além de chamar Ciro por amor de Israel, Deus diz que chamaria o monarca persa pelo seu nome e pôs-lhe o sobrenome, mesmo sem Ciro ter conhecimento de Deus! Isso foi algo completamente fora da racionalidade ou lógica humanas Is 45.4-6.

Ciro liberta Israel do cativeiro

Ciro conquistou a Babilônia no ano 539 a.C., fundou o Império Persa, que teve a duração de 200 anos. E, logo no início do seu reinado, ouviu o chamado do Deus que ele não conhecia, mas que o escolheu para a grande missão de libertar Israel em cumprimento às profecias que anunciavam o fim do cativeiro (Jr 25.12; 29.10). No ano primeiro de Ciro, 538 a.C., ele cumpriu o que o Senhor colocara no seu coração (ver Ed 1.2,3).

O Templo foi concluído

Com a graça de Deus e por intermédio de Ciro, levas de israelitas voltaram a Jerusalém e começaram a reconstruir o Templo. Tempos depois, porém, a reconstrução do Templo foi parada por oposição dos inimigos de Israel (Ed 4.1-5), e, em 520 a.C., o Templo encontrava-se em ruínas.

Esse período foi registrado pelo profeta Ageu, que é o ponto central deste comentário. É em Ageu que encontramos a promessa de Deus de que, apesar dos insucessos e apesar das oposições aos seus planos, “a glória desta última casa”, o segundo Templo, seria “maior do que a da primeira”. A construção foi questionada por inimigos da obra. O rei Dario, entretanto, consultando os registros do reino, autorizou o seu prosseguimento, proibiu que os judeus fossem importunados e mandou ajuda para a construção (Ed 5.6,7; 12) — prova de que, quando Deus abre a porta, ninguém a fecha (Ap 3.7). Com a bênção de Deus, o segundo Templo — “a última casa” — foi concluído em 516 a.C. A construção do Templo provocou tanta alegria no coração do povo que este voltou a realizar o culto a Deus no seu lugar, consagrado ao Senhor. Houve um grande avivamento como consequência da intervenção de Deus na história de Israel. (Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023).

3. A necessidade de um avivamento espiritual.

Se a Igreja no Brasil, por conseguinte, cumprir cabalmente a sua missão profética e sacerdotal, o castelo da corrupção, que se ergue em todos os rincões da pátria, há de ser abalado. Sim, há de ser abalado este maldito castelo e as suas portas não hão de resistir o ímpeto do povo de Deus.

No entanto, como agiremos como modelo, se já não somos paradigma? Como nos conduziremos como voz, se já nos calamos nos comodismos de uma denominação que deveria continuar movimento? Como haveremos de modificar a política de nosso país se as armas que agora contamos são meramente humanas?

Que as nossas armas sejam as de John Knox. Este bravo campeão de Deus logrou alterar não apenas a política, como a própria história de seu país. Que segredo detinha Knox?

Oração e confiança irrestrita na intervenção divina no curso natural dos negócios humanos. Nas caladas de sua aflição, orava: “Senhor, dá-me a Escócia senão morrerei! Dá-me a Escócia, senão morrerei!”

Espero que ainda haja homens como John Knox em nosso país. Embora lhes acenem os favores seculares, que mantenham eles reservas espirituais e morais necessárias para se conduzirem como profetas e sacerdotes. Nunca o mundo careceu tanto destes ministérios. Que os ministros do Senhor se ergam para condenar o pecado; não se esqueçam, todavia, de interceder por aqueles que caminham para o inferno. Que tenham voz e lágrimas, exemplos e conselhos! Ao invés de se curvarem ante os poderosos, demonstrem suficiente fibra para interpretar a escritura na parede, e desvendar as alucinações dos que se levantam contra Deus. Ajamos assim e haveremos de alterar profundamente a nossa história. (Andrade. Claudionor Corrêa de, Fundamentos Bíblicos De Um Autêntico Avivamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2014. pag. 175)

CONCLUSÃO

“Qual dos leitores tinha bastante conhecimento bíblico antes de aceitar Jesus como seu Salvador e Senhor? Ou quantos conheciam bem o Espírito Santo? Assim também grande parte das igrejas tradicionais. São como os saduceus. Quando representantes desse grupo questionaram Jesus acerca da ressurreição, o Mestre lhes respondeu: ‘Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus’ (Mt 22.29).

Minha opinião é que você não pode conhecer as Escrituras à parte do poder de Deus. O conhecimento puro e simples da letra pode levar à morte, mas o Espírito vivifica’ (2 Co 3.6). Eis a razão de estarem os pentecostais na linha de frente da batalha contra os liberais (que são, na verdade, anti-sobrenaturalistas), os secularistas, as doutrinas da Nova Era e todas as forças anticristãs conhecidas ou não” (HORTON, Stanley M. Avivamento Pentecostal: As origens e o futuro do maior movimento espiritual dos tempos modernos. Rio de Janeiro: CPAD, 1995).

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