EBD – Ezequiel, o atalaia de Deus

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

Mais lidas

Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9.16)

INTRODUÇÃO

O livro de Ezequiel apresenta muitos pontos valorosos para a edificação da Igreja de Cristo. Dentre eles, a soberania de Deus na vida de pessoas e nações se destacam, bem como a responsabilidade humana. Esse ponto alto do livro de Ezequiel nos convida a fazer uma avaliação contínua a respeito do nosso relacionamento com Deus. Para nos auxiliar no estudo do livro do profeta Ezequiel, contaremos com a colaboração do pastor Esequias Soares, líder da Assembleia de Deus em Jundiaí – SP, atual presidente ela Sociedade Bíblica do Brasil, presidente da Comissão de Apologética da CGADB, graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, autor de diversas obras, dentre elas: Manual de Apologética Cristã, Heresias e Modismos e A Razão da Nossa Fé, todas publicadas pela CPAD.

I – SOBRE O LIVRO DE EZEQUIEL

1.  Primeira Parte.

Os primeiros 24 capítulos são os oráculos entregues ao profeta antes da destruição da cidade de Jerusalém e do templo. Nessa primeira parte, está a visão inaugural do ministério profético de Ezequiel (1.1-3), quando ele recebeu a visão da glória de Deus (1.26-28). Os discursos são predominantemente de ameaças e juízos de forma simbólica, como, por exemplo, a representação do cerco de Jerusalém com modelos de argila e uma panela de ferro (4.1-3) e os quarenta dias (4.4-6). As visões dos capítulos 8–11 revelam as práticas abomináveis, o livramento dos justos e a morte dos profanos. A mensagem traz também uma série de advertências aos falsos profetas, aos reis de Judá e aos sacerdotes (13.2-4). Além disso, o Profeta relata a história de Israel no capítulo 20 e, de forma metafórica bem elaborada com elementos alegóricos, nos capítulos 16 e 23. Os oráculos dessa seção se encerram com o anúncio do cerco de Jerusalém já iniciado, pois foram entregues ao Profeta no “no nono ano, no décimo mês, aos dez dias do mês” (24.1). Foi no nono ano do reinado de Zedequias que os caldeus iniciaram o cerco de Jerusalém (1Rs 25.10). O Profeta ficará mudo até o dia em que recebe a notícia da queda da cidade (24.25-27).

Desta primeira parte, então, os estudos do livro analisam a função de Ezequiel como atalaia (3.16-27); os oráculos sobre o juízo (7.1-13) e contra os falsos profetas (13.1-23); a saída da glória de Deus do templo (8.1–11.25); a justiça divina (14.12-23) e a responsabilidade individual (18.1-4, 19-32). Soares. Esequias,. Soares. Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 13-14.

2.  Segunda Parte.

A segunda seção (capítulos 25–32) limita-se aos oráculos dirigidos centra as noções circunvizinhas de Israel, tanto os estados vassalos que assaltaram os judeus em sua hora de amargura como as grandes nações da época. Aqui a imaginação poética de Ezequiel sobe a seu clímax; são-nos dados alguns dos quadros falados mais vividos do Antigo Testamento em seus oráculos contra o príncipe de Tiro e o Faraó do Egito. É curioso que Ezequiel faça silêncio quanto ao destino da Babilônia, o principal poder destruidor de Jerusalém. Alguns acreditam que, visto que essa nação deve ter necessariamente figurado nas profecias condenatórias de Ezequiel, que a Babilônia deve aparecer aqui sob o símbolo de Gogue, na profecia dos capítulos 38 e 39. Não obstante, não existe no texto a menor indicação dessa possibilidade, e tudo parece apontar contra tal identificação. Pode-se sentir que, à semelhança de Jeremias, Ezequiel considerava Nabucodonosor como um servo de Jeová, e assim considerava suas ações como divinamente ordenadas; diferentemente de Jeremias, porém, Ezequiel não recebeu qualquer palavra subsequente a respeito da Babilônia, e por isso deixou a questão nas mãos de Deus. (DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Ezequiel. pag. 5-6).

3.  Terceira Parte.

A queda de Jerusalém assinala um ponto decisivo no ministério de Ezequiel. Os até agora ameaçadores oráculos contra Judá (caps. 1-24) e seus inimigos pagãos (caps. 25-32) cedem lugar às mensagens exortativas de um pastor para o seu povo arrasado (caps. 33-39). Após o colapso do estado (33:21) e a completa prostração das mentes dos indivíduos sob suas calamidades (33:10), o profeta declarou que o Senhor não acabara com Israel (contraste ao cap. 35). Para ela havia uma nova era à frente. Em palavras comoventes, Ezequiel fala aqui de purificação, restauração e paz de Israel (caps. 34; 36:16 e 37).

Em primeiro lugar o profeta foi recomissionado como atalaia para preparar o seu povo para uma nova era (cap. 33). Um novo governo sob Davi, o servo de Deus, suplantaria a antiga dinastia, cujos perversos pastores (governantes) deixaram as ovelhas se dispersarem (cap. 34). A integridade territorial de Israel seria assegurada pela desolação do Monte Seir e outros inimigos (cap. 35), enquanto Israel experimentaria tanto a restauração exterior (36:1-15) quanto a restauração interior (36:16-38). A reintegração do povo em uma só nação sob um só rei, Davi, está simbolizada pela ressurreição dos ossos secos e pela junção de dois pedaços de pau (cap. 37). A paz de Israel restaurada será perpétua, pois o Senhor protegê-la-á milagrosamente da invasão ameaçadora de Gogue nos últimos dias (caps. 38 e 39). Charles F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. Ezequiel. Editora Batista Regular. pag. 122-123.

II – SOBRE O PROFETA

1.  Identidade.

Ele era filho de Buzi, pelo que ou era sacerdote ou filho de um sacerdote (provavelmente, ambas as coisas), tendo sido chamado por Deus como profeta, por ocasião da maior crise de Judá; e então tornou-se um dos pastores de todo o Israel no exílio. Foi chamado por Deus para o exílio profético no quinto ano do primeiro exílio judaico, que teve início em 598 A.C., ou seja, o seu trabalho profético começou em 593 A.C. Sua última mensagem vem datada do ano 571 A.C. (ver Eze. 29.17). Dos vinte ou vinte e dois anos em que ele serviu, cerca de três foram os mais difíceis da história da nação de Judá. Os severos modos e os ensinamentos morais de Ezequiel têm-lhe conquistado a alcunha de João Calvino de Judá. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3197).

2.  Procedência.

Ezequiel, filho de Buzi (3), havia sido sacerdote em Jerusalém. Agora, como cativo de Nabucodonosor na terra dos caldeus, o Senhor o chamou para ser profeta. Como sacerdote, ele tinha levado os homens a Deus; como profeta, ele continuará realizando esse ministério, mas precisará estar mais próximo de Deus do que antes. Como sacerdote, estava próximo dos homens em seus sofrimentos, para poder levá-los a Deus. Como profeta, precisa estar próximo o suficiente de Deus para receber suas mensagens para os homens. (Kenneth Grider. Comentário Bíblico Beacon Ezequiel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 432).

III – SOBRE O ATALAIA

1.  Atalaia

Atalaia, guarda cuidadoso; vigilante, aquele que guarda; guarda. Aquele cujo dever é vigiar ou guardar uma cidade ou um campo de colheita, especialmente à noite.

Os atalaias eram colocados sobre os muros da cidade (2Sm 18.25; 2Rs 9.18; SI 127.1; Is 62.6), em torres de observação (2Rs 9.17; 17.9; 18.8), ou sobre o cume dos morros (Jr 31.6). Em tempos de perigo eles estavam em alerta a uma ação hostil contra uma cidade, e era seu dever reportar ao rei sobre qualquer pessoa suspeita aproximando-se do muro da cidade (2Sm 18.24-27; 2Rs 9.17-20). Os atalaias que estavam de serviço à noite naturalmente esperavam avidamente pelo amanhecer (Is 21.11). Em Cantares de Salomão 3.3 e 5.7 é feita referência aos guardas que circulam pela cidade, possivelmente sugerindo algum tipo de policiamento da cidade.

Os atalaias vigiavam sobre campos e vinhedos durante o tempo da colheita. As vezes famílias inteiras agiam como guardas; para se protegerem do calor, eles frequentemente levantavam barracas simples, e para facilitar a observação eles construíam torres de observação (2Rs 17.9; 2Cr 20.24; Jó 27.18).

No AT os profetas são descritos como sendo os atalaias de Deus, anunciando ao povo de Israel o julgamento iminente de Yahweh, ou trazendo notícias boas para eles (Is 21.6; 52.8; 62.6; Jr 6.17; Ez 3.17). A responsabilidade solene dos profetas de Israel para com a nação é descrita em Ezequiel 33.2-6. Os falsos profetas são os atalaias cegos (Is 56.10). MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 601.

2.  O Fim dos Dias.

Ao final dos sete dias. Por um lado, ao unir o discurso da sentinela de forma cronológica à narrativa precedente, a determinação do tempo na abertura convida o leitor a interpretar o ministério total do profeta com base na narrativa precedente. De fato, este discurso pode considerar a seriedade com a qual Ezequiel seguiu seu chamado. Por outro lado, a observação do tempo leva o leitor a pensar sobre a distância cronológica entre o discurso da sentinela de Yahweh e o comissionamento anterior. Ezequiel teve uma semana para se recuperar do choque de sua conscrição ao serviço divino; agora deve estar pronto para outra experiência profética. Embora a fórmula palavra-evento introdutória no versículo 16b dê ao discurso de Yahweh um sabor de oráculo, é muito evidente que esse oráculo é para ingestão particular do profeta. (Block. Daniel,. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pag. 157).

3.  O filho do Homem.

Seguindo a referência direta do profeta, ben-ãdãm (lit. “fílho do homem”), Yahweh vai direto ao ponto: Eu te designei como atalaia sobre a casa de Israel. A posição de Ezequiel com o dever de sentinela se descreve como uma escolha divina (nãtan). Deixando de lado as convenções militares, que costumavam designar oficiais de dentro da comunidade e fazer advertências com base em suas próprias observações, Ezequiel é designado por alguém externo, Yahweh. Além do mais, Yahweh, que se coloca como o inimigo, também dita a natureza e o tempo {quando você ouvir) dos alarmes. Muitos em Israel teriam achado esta ideia assustadora. O Deus de Israel é o perigo contra quem o povo deve ser avisado! Ele está vindo como juiz para passar a sentença de morte sobre seu povo. (Block. Daniel,. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pag. 157).

4.  O Atalaia Sobre a Casa de Israel.

Ezequiel é enviado aos filhos de Israel como profeta: “Filho do homem, eu vou enviá-lo aos filhos de Israel (…), saberão que um profeta esteve no meio deles” (Ez 2.2, 5). Mas a palavra profética aponta o Profeta como atalaia: . . . eu o coloquei como atalaia sobre a casa de Israel. Atalaia, guarda, sentinela são termos do mesmo campo semântico e dizem respeito àquele que tem o dever de vigiar ou guardar uma cidade (Sl 127.1; Is 62.6).

Ele é colocado sobre os muros da cidade (2Sm 18.25; 2Rs 9.18), em torres de observação (2Rs 9.17; 17.9; 18.8). Os profetas de Israel são descritos como atalaias de Javé (Is 52.8; 62.8; Os 9.8), pois anunciavam ao povo tanto os julgamentos iminentes de Deus como também as bênçãos divinas. Por causa da responsabilidade solene de Ezequiel para com a nação, ele é posto como atalaia. (Soares. Esequias,. Soares. Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 21).

IV – SOBRE A CASA DE ISRAEL.

1- A Responsabilidade

3.18a “Quando eu disser ao ímpio”.

Ezequiel usa uma típica linguagem legal da Torah, ou seja, a lei de Moisés; como sacerdote devia estar bem familiarizado com esse tipo de literatura, e isso se repete na passagem paralela (33.1-20). Essa linguagem hipotética é frequente na Torah, como: “Quando um chefe pecar…” (Lv 4.22); “Quando uma pessoa tiver na sua pele…“ (Lv 13.2); “Esta é a lei quando alguém morrer…” (Nm 19.14); “Quando o exército sair…” (Dt 23.9). Esses são apenas alguns das centenas de exemplos da Torah. Essa estrutura hipotética mostra que a intenção do Espírito Santo é mostrar que essa responsabilidade não se restringe a Ezequiel em relação ao seu povo, mas serve para a todos os cristãos em relação aos pecadores.

3.18b Ver 33.8. “Você certamente morrerá, você não o avisar e nada disser para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a vida (…)”.

A vontade de Deus é a salvação do pecador, por isso o objetivo da mensagem é que o ímpio tenha consciência do perigo em que se encontra, e que se desperte para buscar a Deus e seja salvo (Is 55.6, 7). Essa parte do discurso revela a responsabilidade do Profeta em se tratando do destinatário original dessa mensagem e a nossa responsabilidade como cristãos que recebemos do Senhor Jesus a incumbência de anunciar o evangelho ao pecador (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49). Essa exortação não tem prazo de validade; ela é para os nossos dias, está afinada com o pensamento do Novo Testamento.

3.18c O Profeta está consciente de sua responsabilidade como atalaia de Javé para comunicar individualmente às pessoas, e não simplesmente de maneira coletiva à nação: (…) “esse ímpio morrerá na sua maldade, mas você será responsável pela morte dele”. É verdade que Deus quer livrar cada um dos filhos de Israel da iminente destruição, mas esse discurso não se encerra aí, pois Deus se interessa individualmente por cada pessoa, pois são “as pessoas, criadas à semelhança de Deus” (Tg 3.9). Assim, essa mensagem é atual, e esse compromisso não se restringe ao profeta; é uma responsabilidade de todos nós (1Co 9.16; 2Tm 4.2). Soares. Esequias,. Soares. Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 21.

2.  A Responsabilidade do ímpio.

Pode acontecer de o ímpio não se converter: Mas, se você avisar o ímpio, e ele não se converter da sua maldade (…). O sol que amolece a cera é o mesmo que endurece o barro. Isso significa que nem todas as pessoas estão abertas para ouvirem a Palavra de Deus. Há os que ouvem a Palavra e se arrependem, como os ninivitas de Jonas (Jn 3.10); no entanto, os sobreviventes da destruição de Jerusalém, os quais por mais de 20 anos ouviram do profeta Jeremias os anúncios da queda da cidade e foram testemunhas oculares do cumprimento dessas profecias, mesmo assim rejeitaram todos os conselhos de Deus por meio do mesmo profeta (capítulos 42 e 43). Javé já havia prevenido Ezequiel desde o início de que ele não seria ouvido e de que sua mensagem seria recusada pelos filhos de Israel: “Mas a casa de Israel não vai querer dar ouvidos a você, porque não quer dar ouvidos a mim; pois toda a casa de Israel tem o coração fechado e a mente endurecida” (3.7), como de fato aconteceu (2Cr 36.14-16). Nesse caso, a responsabilidade não é dos profetas nem dos pregadores do evangelho nos dias atuais, pois a advertência profética é clara: ele morrerá na sua maldade, mas você terá salvo a sua vida (v. 19b).

Na fé cristã, isso não é diferente. Quando anunciamos o evangelho e o pecador rejeita a salvação em Cristo, tal rejeição vai testificar contra ele mesmo naquele dia (At 18.6; 20.26, 27). Não havia esperança de arrependimento no discurso de Ezequiel para aquela geração; a palavra profética contempla uma restauração dos filhos de Israel num futuro distante. Mas, na pregação cristã, espera-se tanto aceitação como recusa por parte do destinatário da mensagem, segundo as palavras de Jesus: “se a casa for digna, que a paz de vocês venha sobre ela; se, porém, não for digna, a paz voltará para vocês. Se alguém não quiser recebê-los nem ouvir as palavras de vocês, ao saírem daquela casa ou daquela cidade, sacudam o pó dos pés” (Mt 10.13, 14). Soares. Esequias,. Soares. Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 22.

3.  A Extensão de nossa Responsabilidade

Uma mensagem para todos os povos em todos os lugares e em todas as épocas. Não se pode limitar a extensão da Palavra de Deus. É claro que os oráculos divinos se dirigem diretamente aos patrícios do Profeta: Também quando o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá. Nos padrões do Antigo Testamento, no Decálogo, o justo, em Israel, diz respeito a alguém fiel a Deus, mas que com o tempo pode se voltar para a idolatria, como foi o caso do povo de Judá. A mensagem é clara: “ele morrerá”, o que de fato aconteceu na queda de Jerusalém.

Para essas pessoas, Deus designou seus mensageiros e Javé adverte Ezequiel: Visto que você não o avisou, ele morrerá no seu pecado, e os atos de justiça que ele havia praticado não serão lembrados, e você será responsável pela morte dele.

Os profetas, tanto Ezequiel na Babilônia como Jeremias em Jerusalém, cumpriram essa missão. Esse aspecto da profecia não se restringe apenas ao que aconteceu à “casa de Israel” com a invasão de Jerusalém pelos caldeus e a destruição da cidade. É característica das Escrituras as várias aplicações teológicas e práticas. Assim, essa mensagem mostra haver incompatibilidade com a linha teológica que defende a eleição incondicional e a segurança eterna (Gl 5.4). A teologia nunca se baseia numa passagem isolada da Revelação. O estilo hipotético da linguagem revela que o destinatário da mensagem não é exclusivo. Note que a expressão “quando o justo” não está se dirigindo unicamente ao justo daquela geração, mas a qualquer justo de qualquer lugar e de qualquer época; isso é um ensino, uma mensagem didática, não meramente uma ordem específica. O Profeta retoma o tema nos capítulos 14 e 18, que esclarece melhor o assunto. (Soares. Esequias,. Soares. Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 22-23).

CONCLUSÃO

Esta primeira lição nos convida a refletir a respeito da nossa responsabilidade diante de Deus e dos homens. Como Ezequiel foi chamado para ser atalaia em Israel, em Cristo fomos chamados para ser um atalaia nestes últimos dias, anunciando a mensagem de arrependimento e salvação.

- Propaganda - spot_img

Últimas Noticias

- Propaganda -