EBD – A Sutileza da imoralidade sexual

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

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Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

A lição do próximo domingo tem o objetivo de destacar o processo de distorção da moralidade sexual que a sociedade atual vem passando. Invariavelmente, esse processo atinge a igreja local. Por isso, iniciamos a lição contextualizando historicamente o início da denominada Revolução Sexual. Demos como exemplos dessa revolução: a banalização do sexo pré-conjugal, do extraconjugal e, consequentemente, a normalização da homossexualidade. Finalmente, apresentamos o padrão bíblico da moralidade sexual cristã.

INTRODUÇÃO

“Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.” (1 Co 6.18)

Concordo com o pastor José Gonçalves diz que nas últimas décadas, presenciamos profundas mudanças na sociedade global. Isso aconteceu desde as novas configurações geopolíticas até aquelas de natureza sócio comportamentais. Dentro desse contexto, as mudanças mais profundas dizem respeito àquelas ligadas à sexualidade humana. É inegável que a forma como se define o certo e o errado em relação ao comportamento sexual mudou de forma drástica nos últimos anos. Assim, a ideia de que o sexo era algo sagrado para ser experimentado somente na esfera do casamento, como definia a moral cristã, passou a ser duramente contestada. Cada vez mais, práticas que fugiam da forma tradicional de expressar a sexualidade ganharam aprovação popular. O sexo livre, praticado fora da esfera do casamento, e a infidelidade conjugal tornaram-se práticas cada vez mais normais dentro desse novo paradigma cultural. (Gonçalves. José, Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022).

I – A REVOLUÇÃO SEXUAL

1- Um novo paradigma para a sexualidade.

Satanás passou milhares e milhares de anos aperfeiçoando suas armadilhas, laços e artimanhas. A Bíblia diz para não ignorarmos as artimanhas, as armadilhas de Satanás – “Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”.

Outra tradução diz: “Não lhe ignoramos os ardis ou as armadilhas” (2Co. 2.11). Existem armadilhas nas trevas. Armadilhas que Satanás tem armado para nos destruir. O alvo dele continua sendo o mesmo: matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Muitos agem como se fossem imunes aos enganos do maligno. Alguns dizem que não têm problemas na área sexual, que podem assistir a filmes pornográficos que não vão se contaminar, que a leitura de uma revista pornográfica não vai trazer nenhum prejuízo, não tem nada a ver.

Existem marcas que vão ficando no nosso espírito, e as coisas não são tão fáceis como algumas pessoas imaginam. Principalmente na área sexual, a situação é diferente, porque os hormônios estão à flor da pele. Deus fez o sexo e ele é algo bom, prazeroso, saudável e divino. Mas Deus estabeleceu um princípio: a relação sexual só pode ser expressa no casamento, fora dele é pecado, é desobediência, quebra de princípio de Deus para com o homem, sendo ele cristão ou não. Vivendo essa prática fora do casamento, certamente o homem cairá em desgraça e maldição.

Quantas pessoas são feridas e marcadas por toda a sua vida na área sexual. Cada vez que alguém se rende às tentações para, de forma ilícita, explorar os desejos sexuais que Deus determinou para nosso próprio bem, está desobedecendo a Deus. Quantas moças cedem para seus namorados só porque eles ameaçam terminar um relacionamento que nunca foi de Deus. Quantos rapazes, só para provar aos seus amigos que ele é macho, passam a ter uma vida sexual fora dos limites de Deus. Se as nossas respostas para o mundo não forem realmente guiadas pelo Senhor de acordo com o propósito dEle, os céus serão de bronze e a terra de ferro. Precisamos compreender e guardar no coração que sexo é bom, foi Deus quem o criou, não é impuro ou maligno, pelo contrário é divino. Não nos esqueçamos de que devemos praticá-lo apenas dentro do casamento.

A nossa luta com os desejos sexuais pode afetar o caminhar com Deus, o casamento, as finanças, a igreja. Se não estivermos realmente com o coração totalmente rendido ao Senhor, se não compreendermos todas as suas consequências, uma vez violado o que Deus estabeleceu, os céus serão céus bronze e a terra de ferro. A vida ficará estagnada, não haverá paz dentro de casa e nem mesmo prosperidade.

O Senhor estabeleceu no jardim do Éden o princípio – “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher e serão os dois uma só carne” – ou seja, Deus estabeleceu este princípio da união entre um homem e uma mulher. A palavra hebraica para unir-se é “Tabar”, que significa estar juntos numa relação sexual, por isso esta mensagem: “… deixará o homem seu pai e sua mãe se unira a sua mulher”. O apóstolo Paulo repete este mesmo texto na carta aos Efésios no capítulo 5 verso 31. Na língua grega a palavra para “unir-se” é “Proscalau”, que significa a intimidade. Deus fez o homem e a mulher para se unirem sexualmente, face a face. A união traz a bênção. Interessante que esta palavra Proscalau é exatamente a união entre o marido e a mulher. Existe outra palavra grega “Calau”, traduzida como o acasalamento dos animais. Calau não é Proscalau, mas apenas o ato sexual que não é feito face a face. É nada mais que o acasalamento entre animais, ou seja, o do cachorro com a cadela, o do cavalo com a égua, etc. Com o ser humano é algo totalmente diferente, porque o homem recebe muito mais da sua companheira que simplesmente liberação física. E a mulher recebe um profundo sentimento de segurança à medida que recebe o amor do marido. Ela é cuidada por meio de uma intimidade com seu marido, com o seu protetor. O sexo é pessoal, cheio de prazer e faz parte do plano de Deus. Mas, quando os homens agem como animais, há apenas o Calau, e é exatamente isso que acontece hoje de forma tão terrível. Isso foge ao plano de Deus. Por isso o homem sofre as consequências de maneira tão terrível.

O plano de Deus para o homem é que ele venha a experimentar tudo aquilo que o Senhor deseja para ele: ter uma família, filhos, andar de cabeça erguida, viver uma vida abundante. Mas, por causa do pecado dos impulsos sexuais ilícitos, o homem está perdendo o referencial dos planos de Deus. (Valadão. Márcio, Sexo, Bênção ou Maldição. Editora Profetizando Vida).

2- A quebra de um “tabu”.

Os pesquisadores costumam vincular essas mudanças comportamentais em relação à expressão da livre sexualidade aos acontecimentos ocorridos nos anos 1960. Foi naquela década que a sociedade passou por profundas mudanças de natureza sociopolíticas e comportamentais. O que ocorreu nos anos sessenta acabou por de alguma forma modelar as gerações futuras. Os movimentos de contestações, que se posicionaram contra os conflitos bélicos e também contra a moral conservadora, deram o tom do que viria pela frente.

A explosão sexual, portanto, que presenciamos hoje é fruto de uma ideologia cultural que há anos vem sendo construída no Ocidente. Ao mesmo tempo em que se firma como um novo paradigma para a sexualidade humana, esse modelo cultural desconstrói os valores morais cristãos. Seus efeitos não são vistos apenas na cultura secular, que já se rendeu por completo a seus apelos, mas também tem causado grande impacto e influenciado de forma drástica a igreja evangélica. (Gonçalves. José, Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022).

Recorrendo um artigo no Jornal o Globo a história do sexo geralmente é tratada como parte da história da vida privada, ou da experiência corporal. Mas isso em si já é uma consequência da noção iluminista do sexo como assunto essencialmente pessoal. Minha preocupação maior, no entanto, não é me embrenhar dentro dos quartos e entre os lençóis do passado. É recuperar a história do sexo como ocupação pública central, e demonstrar que o modo como as pessoas no passado pensavam o sexo e lidavam com ele era moldado pelas correntes intelectuais e sociais mais profundas da época. A Guerra Civil e a execução de Charles I em 1649, a Revolução de 1688, o crescimento da cisão religiosa, a expansão da sociedade urbana, a ascensão do romance — todos estes acontecimentos, e muitos outros, estavam entremeados às mudanças drásticas na cultura sexual que ocorreram ao longo dos séculos XVII e XVIII. De fato, minha meta geral era mostrar que a revolução sexual foi uma parte central do Iluminismo europeu e norte-americano: ela ajudou a criar um modelo totalmente novo de civilização ocidental, cujos princípios de privacidade individual, igualdade e liberdade continuam distintos até hoje.

Comparado com o Iluminismo na França, na Alemanha ou na Itália, o do mundo anglófono avançou com tão pouco alarde que, surpreendentemente, os historiadores ainda discutem se é possível dizer que ele sequer existiu. Este livro assume uma visão mais ampla do que foi o Iluminismo — não apenas uma série de debates filosóficos esclarecidos entre intelectuais, mas uma série de mudanças sociais e intelectuais, de uma ponta à outra da sociedade, que alterou as noções de religião, verdade, natureza e moralidade de quase toda a população. A revolução sexual demonstra como os modos de pensar iluministas se propagaram de maneira vasta e veloz, e quais efeitos importantes eles surtiram nas atitudes e comportamentos populares. (ESTE ARTIGO NÃO É CRISTÃO, NEM SEU AUTOR É CRISTÃO). Faramerz Dabhoiwala. As origens do sexo: uma história da primeira revolução sexual. Editora Globo S.A. 1 Ed. 2013.

Resumindo: A Revolução Sexual trouxe um novo paradigma para a sexualidade moderna.

II – AS PRINCIPAIS DISTORÇÕES DA SEXUALIDADE SADIA

1- A prática da fornicação.

Isso pode ser visto, por exemplo, até mesmo na forma como os jovens cristãos tem encarado a sexualidade. A visão de que o sexo é algo sagrado para ser vivenciado na esfera do casamento perde força a cada dia. O que as estatísticas demonstram é que um número cada vez maior de jovens cristãos pratica intercurso sexual muito antes de subirem ao altar. Está ficando cada vez mais frequente pastores aconselharem jovens que romperam os limites da castidade envolvendo-se em relações íntimas antes de se casarem. O que era uma prática pecaminosa no passado passou a ser aceito por muitos como um comportamento tolerado e até mesmo permitido.

Com o recente advento das redes sociais, os relacionamentos virtuais, incluindo exibição íntima do corpo ou partes dele, têm se tornado muito comuns entre jovens cristãos. Evidentemente, como destacaremos nesse livro, esse também um fenômeno que atinge casados. Contudo, devido ao dinamismo dos jovens e à maior interação com as mídias sociais, não há dúvida de que a tentação de se expor no ambiente virtual é muito maior.

Aquilo que é mostrado e visto apenas no ambiente virtual logo se transforma numa prática física do mundo real — a fornicação. Sem entrar aqui em questões de natureza semântica, a fornicação é entendida no contexto evangélico como o relacionamento sexual praticado por pessoas solteiras. É bem verdade que isso sempre existiu. Entretanto, devido a nossa herança cultural ter sido moldada por valores cristãos, esse tipo de prática era a exceção, e não a regra. Com a inversão dos valores, a exceção parece que tomou o lugar da regra.

Como pastor já tive acesso a prints nos quais jovens namorados mantinham diálogos de cunho sexual. Não que eu estivesse procurando tais conversas. Sempre acreditei que o Espírito Santo e a ação da Santa Palavra de Deus são suficientes para modelar os comportamentos à imagem de Cristo. Obtive conhecimento dessa prática por intermédio de outros jovens que, numa interação virtual, acabaram tendo conhecimento desse tipo de diálogo e os fizeram chegar até mim. Uma rápida leitura nesse tipo de conversa nos faz ver logo que alguma coisa está errada com o comportamento sexual dos jovens. O mais preocupante está no fato de que isso parece ser uma tendência que a cada dia parece querer se normalizar no contexto cristão — o intercurso sexual entre solteiros. O que, evidentemente, é trágico.

Acredito que o exemplo de José do Egito serve para demonstrar como o jovem deve tratar a sua sexualidade. Embora José tenha sido tentado por uma mulher casada, o seu exemplar comportamento como solteiro que soube esperar em Deus deve servir de inspiração para todos aqueles que, assim como ele, sofrem tentações sexuais (Gn 39.1-20).

Em primeiro lugar, José viveu em meio a uma cultura pagã, mas não se paganizou.

O texto diz que “José foi levado para o Egito” (Gn 39.1, NAA). Nos dias de José, o Egito era uma grande nação e um famoso centro cultural que exercia enorme influência nos povos vizinhos. A cultura pagã e sua influência sobre o povo de Deus sempre demonstrou ser um grande problema ao longo da sua história. “De maneira que temiam ao Senhor e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados” (2 Rs 17.33, ARA).

Sem dúvidas, José sentiu o forte impacto da cultura pagã com a qual convivia. Contudo, ele não se deixou moldar por ela. Escrevendo aos cristãos do Novo Testamento, o apóstolo Pedro os adverte a não se “amoldarem” à forma comportamental adotada pelo mundo (1Pe 1.14). O termo grego “syschematizomenoi”, usado pelo apóstolo, significa “tomar a forma”. Faz parte da família dessa palavra o termo português esquema. O cristão é desafiado a não se amoldar, tomar a forma ou entrar no esquema adotado pelo modelo do mundo. José conseguiu viver no molde e modelo de Deus.

Em segundo lugar, José tinha tudo o que a cultura admirava — a imagem —, mesmo assim não se deixou seduzir por isso.

“José tinha um belo porte e boa aparência” (Gn 39.6, NAA). A beleza sempre é admirada. José por certo era um escravo que chamava a atenção.

Ao destacar a beleza de José, o texto está preparando para o que virá em seguida — a beleza dele atrairá atenção de alguém. Em qualquer lugar ou cultura, as imagens exercem grande influência. No contexto do século XXI vivemos um verdadeiro culto à imagem. A necessidade de se expor, às vezes, ganha contornos de problemas psiquiátricos. As redes sociais que continuam existindo são aquelas que sabem trabalhar e explorar o poder das imagens. Talvez seja por isso que o Instagram tenha sobrevivido por tanto tempo. Os recursos disponibilizados por essa rede social são enormes e em todos eles a forma como as imagens são expostas ganham relevância.

Os cristãos, especialmente os jovens, não precisam se expor nas redes sociais para se sentirem admirados, estimados ou aceitos. Precisamos saber que Cristo é a fonte de toda a nossa aceitação. Se sairmos desse modelo, cairemos nas astutas ciladas do Diabo.

Em terceiro lugar, mesmo sendo um homem de Deus, José não estava imune à tentação.

“Assim, depois de algum tempo, a mulher de Potifar pôs os olhos em José e lhe disse: — Venha para a cama comigo” (Gn 39.7, NAA). Todos nós somos passíveis de sofrermos tentações. Com José não foi diferente. O convite era, de fato, tentador. É de se supor que os hormônios de José entraram em ebulição. Sem dúvida, José se sentiu tentado. Alguém já disse que, depois do desejo de viver, o instinto sexual é o mais forte no ser humano. Os jovens devem saber disso para não ultrapassar os seus limites.

Em quarto lugar, mesmo vivendo em uma cultura pagã, José possuía sólidos valores morais e espirituais.

“Não há ninguém nesta casa que esteja acima de mim. Ele não me vedou nada, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus” (Gn 39.9, NAA). Esse texto é bem interessante. José não possuía uma Bíblia escrita, pois naquele tempo nem mesmo a Lei existia. Tudo o que ele tinha era uma tradição oral repassada por seus pais. O que ele sabia sobre Deus era aquilo que seus pais lhe contaram e foi isso o que fez a diferença. Se José não possuísse valores morais solidificados, a sua história teria sido outra. O enredo da nossa história será contado de acordo com aquilo que acreditamos e professamos.

Quer escapar da tentação sexual? Firme seus valores cristãos.

Em quinto lugar, José, mesmo sendo um homem de Deus, fugiu da tentação.

“Então ela o pegou pela roupa e lhe disse: — Venha para a cama comigo.

Ele, porém, deixando a roupa nas mãos dela, saiu, fugindo para fora” (Gn 39.12, NAA). José tinha tudo para se render aos prazeres sexuais com uma mulher, que por certo, era uma das mais bonitas de seu tempo. Contudo, ele preferiu ir contra a cultura de sua época para agradar a Deus. Para escapar do laço que lhe fora armado, José só tinha uma alternativa — fugir.

E foi o que ele fez. Você nunca vencerá a tentação sexual se não sair do território do inimigo. Se você é jovem, cristão e diz temer a Deus, é, portanto, preciso saber que uma forma eficaz de vencer a tentação é fugir dela. “Fujam da imoralidade sexual” (1 Co 6.18, NAA). Gonçalves. José, Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

2- Adultério: Não é crime, mas é pecado.

Já observamos que a inversão de valores provocou mudanças profundas na forma como a sexualidade é enxergada. Sem dúvidas, dentro dessa cultura, as cercas de proteção do casamento foram duramente atingidas. Muitas já foram derrubadas. O adultério anda à espreita. Possivelmente em nenhum momento da história foi tão fácil construir uma relação extraconjugal como agora. Como já destacamos, as redes sociais facilitaram esse tipo de comportamento. Sem o temor de Deus é muito fácil interagir com o sexo oposto na esfera virtual.

Não há dúvida de que infidelidade conjugal tem sido fomentada tanto na TV como nas mídias sociais. A prática do sexo livre e os ditos relacionamentos abertos são defendidos e encorajados. Em outras palavras, a infidelidade e a traição são vistas como coisas normais. Há um mito de que o parceiro perfeito é o outro e não o próprio cônjuge; afinal, a grama mais verde é a do vizinho. Convém destacar que todos os casais enfrentam problemas, desafios e desilusões. Isso não poderia ser diferente, já que se trata de interações humanas que acontecem no mesmo espaço e debaixo do mesmo teto. A tentação e o engano estão em achar que o outro, que está de fora, não passa por nada disso. A infidelidade, a traição e o adultério se tornam algo apetitoso. Um equívoco que deve ser evitado a qualquer custo. Seja fiel ao cônjuge que Deus lhe deu.

Estou certo de que, se não todos, mas quase todos os pastores de alguma forma ou de outra já tiveram que tratar da questão da infidelidade conjugal com membros de suas respectivas igrejas. Uma grande porcentagem desses casos teve como ponto de partida o universo virtual. Não se está aqui superestimando essas informações nem tampouco os dados. A verdade é que as redes sociais se converteram num terreno fértil para a traição. O adultério é o seu fruto principal.

O livro de Provérbios de Salomão contém sérias advertências sobre o adultério e suas consequências. Pensar que algum cristão pode construir uma relação extraconjugal sem que tenha que arcar com as consequências desse ato é ledo engano. Se a Palavra de Deus diz que o fruto do adultério é amargo como a morte, então é porque é isso mesmo. Não adianta dourar a pílula ou mudar o rótulo do veneno.

Infelizmente, muitos casais cristãos tiveram que pagar o alto preço de uma traição. Divórcios, feridas, rancores e ressentimentos são marcas que demoram a desaparecer. O perdão existe, mas quase sempre ele é precedido de machucaduras que dificultam a cicatrização. Por isso vale a pena ficar atento no que diz a Palavra de Deus para evitar cair nessa armadilha do Diabo.

Em primeiro lugar, a proteção para o adultério consiste em se criar filtros.

“[…] as suas palavras são mais suaves do que o azeite” (Pv 5.3, NAA). Os relacionamentos extraconjugais em sua grande maioria têm início na falta de afetividade entre os cônjuges, o que forçosamente gera carências. As carências tornam os relacionamentos vulneráveis e sujeitos a ataques de fora. Quase sempre a infidelidade começa de forma despretensiosa. Às vezes, vem na forma de um elogio: “Como você está elegante hoje” ou de uma mensagem de texto: “Você é simplesmente deslumbrante”. E por aí vai. A porta para a infidelidade está sendo aberta e muitas vezes quem está sendo atacado não se dá conta disso. Devido à falta de demonstração de afeto e de amor por parte de um dos cônjuges, o laço é lançado em volta do outro. A forma de se proteger, portanto, é demonstrar amor, carinho, afeto e companheirismo. É preciso, portanto, possuir filtros.

Em segundo lugar, a proteção para o adultério é saber que ele terá consequências danosas.

“[…] mas o seu fim é amargo como fel” (Pv 5.4, NAA). Geralmente, quem comete um crime ou caiu em um pecado não costuma pensar nas consequências. Contudo, é exatamente isso que a Escritura recomenda.

Pense no que acontecerá se você trair seu cônjuge. Que consequências isso acarretará. O interessante é que o autor sagrado disse que os lábios da mulher adúltera destilam mel, contudo, o seu fim é amargo como o fel.

Em terceiro lugar, a proteção para o adultério não está apenas em não lhe dar lugar, mas evitar entrar no seu território ou espaço.

“Afaste o seu caminho dessa mulher; não se aproxime da porta da casa dela” (Pv 5.8, NAA). Evitar ter intimidade com quem você sabe que não pode ter intimidade. Evitar entrar no espaço que não pertence a você, mas ao outro. Dizendo isso de outra forma, se você é casado ou casada não pode desenvolver intimidade com estranhos ou estranhas, mesmo que seja uma pessoa amiga. Ela é estranha ao relacionamento. O relacionamento é para ser vivido a dois, não a três. Nada de contar intimidade para “meu melhor amigo ou amiga”. Aqui está a maior das tragédias. Já vi isso acontecer uma dezena de vezes. Tudo começa com alguém metido a conselheiro ou conselheira que, por não ter estrutura emocional e nem tampouco temor de Deus, acaba se envolvendo com cônjuge fragilizado. Aqui, a atenção dos pastores, por estarem envolvidos diariamente nesse tipo de aconselhamento, deve ser redobrada. Há muitos casos em que cônjuges fragilizados procuram o pastor e este, por não se cercar dos cuidados necessários, acaba se envolvendo emocionalmente com a pessoa aconselhada. O final é sempre trágico.

Em quarto lugar, a proteção para o adultério está em manter uma vida disciplinada.

“Por que o meu coração desprezou a disciplina?” (Pv 5.12, NAA). Sim, é isso mesmo. Casais precisam saber que casamento tem sua rotina e consequentemente exige uma vida disciplinada. Na verdade, a semelhança de uma cerimônia religiosa, os casamentos também possuem seus rituais.

Tanto o homem como a mulher deve aprender que há rituais no casamento que, mesmo inconscientemente, devem ser observados. Por exemplo, o hábito de comprar presentes para o cônjuge pode se tornar um ritual, contudo, é um ritual benéfico e que faz parte do relacionamento. Da mesma forma, abraçar, beijar, sair juntos para jantar e viajar são rituais necessários nos relacionamentos sadios.

Em quinto lugar, a proteção para o adultério está em não alimentar fantasias que seriam satisfeitas somente na esfera do casamento.

“Beba a água da sua própria cisterna e das correntes do seu poço” (Pv 5.15, NAA). Como já dito, a expressão “o mito da grama mais verde” é usada para se referir à “mística” por trás de uma relação extraconjugal.

Assim, a mulher mais bonita parece ser a do outro. Da mesma forma, o homem mais elegante, bonito e charmoso parece ser o da outra. Se o eixo no qual gira o casamento sair de seu centro, deslocando-se para fora, forçosamente o casamento fracassará. O centro gravitacional do casamento sempre deve estar no casal e não fora dele. Quando um dos cônjuges passa a se sentir mais confortável com alguém estranho ao relacionamento, e não com o seu próprio parceiro ou parceira, então algo de muito errado está acontecendo. (Gonçalves. José, Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

O ADULTÉRIO E A DISCIPLINA DA IGREJA

A lei contra o pecado de adultério era extremamente severa no Antigo Testamento. Esses infratores deviam ser punidos com a morte (Lv 20.10; Dt 22.22). Alguns princípios da lei de Moisés jamais foram observados, como, por exemplo, o ano do jubileu (Lv 25.8-55) que, à luz de 2 Crônicas 36.21, o povo havia esquecido. Com relação ao adultério, parece que nos primeiros séculos da história de Israel essa punição foi-se afrouxando e aos poucos deixou de ser observada, salvo em casos esporádicos. No livro do profeta Oseias tem-se a impressão de que essa prática estava abandonada no reino do Norte, mas o profeta Ezequiel ainda menciona essa sanção da lei mosaica (16.38-40). No período interbíblico, segundo a Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, essa prática deixou de ser observada (p. 482). O episódio da mulher adúltera, registrado em João 8.1-11, foi uma anomalia. A lei existia, mas ninguém ousava colocá-la em prática. Os escribas e fariseus pressionaram a Jesus, com o único objetivo de atingi-lo. A aplicação dessa lei era algo anormal, e, além disso, eles trouxeram apenas a mulher, ignorando o seu parceiro, o que também contrariava os princípios legais.

Quando essa disciplina foi totalmente abandonada, é assunto obscuro.

Guy Duty, em sua obra, Divórcio e Novo Casamento, afirma que procurou descobrir na Biblioteca Pública de Nova Iorque, na seção judaica, a data exata em que a pena de morte para os adúlteros foi abolida, e tudo o que conseguiu do bibliotecário foi que o Talmude afirma que isso ocorreu 40 anos antes da destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C. Essa afirmação, segundo o próprio Guy Duty, não pode ser consubstanciada em outra literatura antiga (p. 34). William L. Coleman afirma, em seu livro Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos, que o adultério já não era uma questão de vida ou morte nos dias de Cristo. Por causa da influência pagã, os judeus não executavam os adúlteros (p. 119).

No Novo Testamento essa pena foi abolida, pois predomina a lei do amor: “Vai-te e não peques mais” (Jo 8.11). Esse princípio é válido para os pecadores que estão na ignorância e precisam de perdão e de um encontro pessoal com o Senhor Jesus (Jo 6.37). William L. Coleman apresenta, como alternativa, que o divórcio mencionado em Mateus 5.32 foi uma espécie de válvula de escape, para livrar os culpados desse pecado da morte (p. 119). O perdão de Jesus, aplicado à mulher adúltera, não isenta da disciplina os crentes que caem em adultério.

O Senhor Jesus Cristo delegou à Igreja a autoridade para excluir do rol de membros os que praticam esses e outros tipos de pecado. Delegou também autoridade para reconciliar com a Igreja os que se arrependem (Mt 16.19; 18.18). O apóstolo Paulo identifica exclusão como “entregar a Satanás” (1Co 5.5; 1Tm 1.20), e Jesus fala de “considerar gentio e publicano” (Mt 18.17). O que as autoridades eclesiásticas não devem nem podem anunciar no púlpito é o pecado de imoralidade sexual, como o adultério de qualquer membro; isso é crime e pode terminar em processo nos tribunais. Ninguém tem o direito de tomar pública a intimidade dos outros; isso é violação de privacidade. Não há necessidade disso para resolver um problema de pecado na Igreja. O infrator deve, sim, e precisa ser cortado da comunhão, mas o Novo Testamento não obriga ninguém a tornar público o seu pecado. (Soares. Esequias, Casamento, Divórcio E Sexo A Luz Da Bíblia. Editora CPAD).

3- Homossexualidade: Uma contradição da ordem natural.

Os pesquisadores estão de acordo que o moderno movimento homossexual tem seu ponto de partida ligado aos fatos acontecidos em 28 de junho de 1969 em Stonewall, Nova York. Na ocasião, a polícia fechou um bar gay e, sob protestos, expulsou os clientes do lugar. Esse incidente aconteceu em um contexto de manifestações sociais que caracterizaram a década de sessenta na América do Norte. A contracultura dos anos sessenta, o movimento pelo direito civil dos negros e a guerra do Vietnã alavancaram protestos por toda a nação. Foi nesse contexto que o movimento homossexual também levantou sua bandeira.

Há muito é travado nas academias um debate em torno da prática homossexual no mundo antigo. É amplamente divulgado, por exemplo, que a homossexualidade era vista como um comportamento natural e uma prática normalmente aceita na antiga Grécia. Porém, em seu livro Eros: the myth of ancient greek sexuality, o escritor Bruce S. Thornton, considerado como uma das mais respeitadas autoridades em literatura grega antiga, destaca que a crença de que a homossexualidade era algo natural na antiga Grécia não se sustenta. Thornton destaca que a heterossexualidade, e não a homossexualidade era o padrão na antiga Grécia. Assim, ao descrever a questão homossexual na literatura grega antiga, Thornton destaca que outro argumento contra a aceitação irrestrita da homossexualidade pelos gregos é a prevalência do padrão sexual homem-mulher nas referências às relações homossexuais, o que sugere que o paradigma heterossexual é o “natural” e que as relações homossexuais imitam e padronizam-se depois. Como diz Aristóteles, “A afeição entre homem e mulher parece acontecer de acordo com a natureza, pois os humanos, por natureza, estão mais dispostos a viver em pares do que em comunidades políticas”. Assim, o homossexual passivo é assimilado ao papel da mulher, o que explica a animosidade tradicional entre mulheres e kinaidoi — os últimos estão caçando em uma reserva feminina.

Outro argumento usado para defender a prática homossexual é o determinismo genético. Nesse aspecto, acredita-se que a homossexualidade é fruto de um determinismo biológico. Dessa forma, entendem os seus defensores que uma vez que uma pessoa já nasce homossexual não há nada que se possa fazer. Não se pode mudar aquilo que é de natureza genética.

Há muito que essa teoria procura se firmar como verdade na comunidade acadêmica. Muitos estudos têm sido patrocinados com o intuito de descobrir o “gene gay”. O doutor John S. H. Tay, um geneticista com dois doutorados em genética, fez um apanhado desses estudos ao longo da história e mostrou que todos são carentes de fundamentação científica. Em outras palavras, a busca pelo gene causador da homossexualidade ainda não foi encontrado.

Se, de fato, a homossexualidade fosse genética, os gêmeos idênticos seriam homossexuais, sem exceção. Contudo, o que a realidade tem mostrado e as pesquisas confirmam é que há milhares de casos envolvendo gêmeos em que um é homossexual e o outro não. Se a homossexualidade fosse genética, isso jamais aconteceria. Em outras palavras, os gêmeos seriam homossexuais, pois possuem a mesma constituição genética.

O doutor Robert Gagnon destaca que Gêmeos idênticos são monozigóticos, isto é, são produzidos a partir de um único óvulo e de um único espermatozoide. No que diz respeito a composição genética, gêmeos idênticos são 100% idênticos […] como os gêmeos idênticos têm uma correspondência genética absoluta, um fundamento genético da homossexualidade precisaria se manifestar em “taxas de concordâncias” mais elevadas no caso de gêmeos idênticos em que pelo menos um dos gêmeos é homossexual. Se a homossexualidade fosse totalmente determinada pelos genes, esperaríamos que nesses casos a taxa de concordância fosse 100%. Em outras palavras, o gêmeo idêntico de um homossexual seria sempre homossexual, assim como a cor dos olhos e o sexo de gêmeos idênticos coincidem em 100% dos casos.

Depois de um exame cuidadoso de todas as pesquisas sobre as causas genéticas da homossexualidade realizadas entre 1991 e 2009, o doutor John Tay destaca:

A conclusão surpreendente é que os fatores genéticos são muito menos importantes do que os ambientais na causa da homossexualidade. Com base nisso, a afirmação feita por homossexuais: “Eu nasci assim, por isso não posso mudar”, simplesmente não é verdadeira.

Assim, o doutor John Tay destaca que, caso se provasse que há uma ligação genética para a homossexualidade, isso não significaria que a homossexualidade fosse natural na sua origem ou normal. Isso porque muitas doenças como o diabetes tipo 2, esquizofrenia e artrite reumatoide também têm forte ligação genética, mas não são consideradas normais em termos fisiológicos, e o tratamento se faz necessário para evitar consequências negativas.

Assim, A opção homossexual pode ser escolhida por razões pessoais (como uma resposta a um trauma), sociais (como aglomeração ou influência subculturais), ou ambas. Ela é reforçada toda vez que é escolhida, aumentando as chances de ser escolhida novamente na próxima vez.

Uma Preferência Adquirida

Após avaliar várias possíveis causas que justifiquem o comportamento homossexual, o escritor Valdeci S. Santos observa que a falta de comprovação científica para o determinismo biológico da homossexualidade favorece o entendimento de que ela é uma preferência adquirida. De acordo com esse autor, essa preferência estaria ligada tanto a razões psicossociais como individuais de se adotar um comportamento contrário àquele que seria natural. Essa explicação se ajusta mais ao ensino bíblico sobre a natureza pecaminosa da raça humana (Sl 51.5; Jo 3.5,6; Rm 5.12; Ef 2.1,2). Assim, de acordo com Santos:

Pode-se ainda traçar um paralelo entre as raízes da homossexualidade e o que as Escrituras ensinam sobre a natureza e o desenvolvimento de qualquer comportamento pecaminoso. Segundo a Bíblia, pecado é uma desobediência e rebeldia contra a vontade revelada de Deus (1 Jo 3.4). Uma vez que a pessoa rejeita Deus pela prática do pecado, ela se torna escrava e sua vida fica sujeita à influência e até mesmo à atuação do príncipe da potestade do ar (Jo 8.34; Ef 2.1,2). A pessoa pode ceder ao pecado por uma tentação externa (Gn 3; 2 Sm 11) ou pelo aflorar de sua cobiça interna (Tg 1.5; Cl 3.5s). Isso parece estar em harmonia com a conclusão de que “a prática da homossexualidade é um comportamento adquirido”, seja pela influência do meio, seja pela decisão íntima e individual.

Devemos sublinhar que essa não é uma questão que deve ser tratada de forma simplista pela igreja. Que Deus pode transformar uma pessoa é uma verdade bíblica inconteste (1 Co 6.9-11; 2 Co 5.17). Contudo, todo comportamento envolve hábitos que sua vez produzem condicionamentos.

Dessa forma, um comportamento ou uma preferência adquirida (no caso de um homossexual) está muitas vezes bem enraizada e a possibilidade de retornar à antiga forma de viver é uma possibilidade real. Isso não é incomum acontecer. Vez por outra a mídia notícia que celebridades que haviam declarado ter abandonado a prática homossexual retornaram novamente as suas práticas anteriores. (Gonçalves. José, Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022).

III – O PADRÃO BÍBLICO PARA UMA SEXUALIDADE SADIA

1- O sexo atende uma necessidade da criação.

Deus, tendo-os feito capazes de transmitir a natureza que haviam recebido, lhes disse, Frutificai, e multiplicai-vos, e povoai a terra. Aqui, o bondoso Senhor lhes deu: 1. Uma grande herança: Povoai a terra; é isto que é outorgado aos filhos dos homens. Eles foram feitos para habitar sobre a face de toda a terra, Atos 17.26. Este é o lugar em que Deus estabeleceu o homem para sei’ o servo da sua providência no governo das criaturas inferiores, e, por assim dizer, a inteligência deste mundo. Ser o destinatário da abundância de Deus, da qual outras criaturas vivem dependentes, mas não sabem disso.

Ser igualmente o coletor de seus louvores neste mundo inferior, e pagá-los ao tesouro de cima (SI 145.10). E, finalmente, ser um noviço para um estado melhor. 2. Uma família numerosa e permanente, para desfrutar desta herança, pronunciando uma bênção sobre eles, em virtude do que a sua posteridade deve se estender aos cantos extremos da terra e continuar até o período extremo de tempo. A fertilidade e o crescimento dependem da bênção de Deus: Obede-Edom tinha oito filhos, porque Deus o abençoou, 1 Crônicas 26.5. É devido a esta bênção, que Deus ordenou no princípio, que a raça humana ainda existe. E assim, uma geração passa e outra vem a seguir. (HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Matthehw Henry. Deuteronômio. Editora CPAD. 4 Ed 2004).

2- O sexo como complementação e satisfação.

Então o que é sexo? Essa é uma questão muito importante que pode parecer apenas uma pergunta estúpida.

Sexo é um presente de Deus, uma dádiva para ser desfrutada por um homem e uma mulher exclusivamente no casamento. Espera-se que alcance vários propósitos-chave: união… intimidade… conforto, prazer e divertimento… criação da vida… proteção da tentação sexual. A relação conjugal e aqueles sentimentos maravilhosamente intensos que ela traz foram planejados para auxiliar homem e mulher a formar um laço de relacionamento de riqueza única, sem paralelos. Quando esses propósitos divinos são experimentados e satisfeitos, trazem muita glória a Deus.

“O sexo como Deus planejou”, escreve Daniel Akin, “é bom, empolgante, inebriante, forte, vivo e unificador… O relacionamento ‘uma só carne’ é a mais intensa intimidade física e a mais profunda e espiritual união possível entre um marido e sua esposa”.

Dr. Akin apresenta um ponto excelente. A relação conjugal no casamento deveria ser considerada uma atividade fundamentalmente espiritual? Creio que a resposta seja um sim absoluto.

Existe algum caso com base nas Escrituras em que a relação conjugal seja, de alguma forma, menos importante em um casamento do que orar juntos, estudar a Bíblia juntos ou mesmo ir à igreja juntos? Acho que não.

Concordo com Tom Gledhill, que em seu ótimo comentário sobre Cantares de Salomão aprecia a dádiva divina da sexualidade no casamento e se expressa com uma franqueza surpreendente (no meu ponto de vista) e animadora que é inteiramente apropriada a esse tópico singular.

Essa revelação desembaraçada não deve ser confinada pela ideia de que isso tudo esteja, de alguma forma, abaixo de nossa dignidade, e que seríamos melhores orando do que mantendo a relação conjugal. Essa é uma falsa dicotomia que deve ser banida para sempre. Não precisamos santificar um ato inteiramente natural tendo pensamentos espirituais simultâneos sobre Deus enquanto estamos nos braços de nossa esposa. Impulsos fálicos, levantar o corpo, suspiros, gemidos e risadinhas fazem parte da ordem natural das coisas dada por Deus.

É lamentável que quando se trata de sexo a cultura secular vê o cristianismo envolvido primeiramente com proibições. Obviamente, o pecado corrompe a boa dádiva de Deus que é o sexo dissociando-o da aliança do matrimônio e tentando criar uma experiência falsa. Todo uso incorreto da sexualidade é condenado nas Escrituras. A Bíblia nos alerta contra a imoralidade, e o poder da luxúria nunca deve ser negado ou ignorado; então é correto mantê-los em mente. Até em Cantares de Salomão encontramos repetidas admoestações contra a prática sexual prematura (Ct 2.7; 3.5; 8.4).

Mas uma vez unidos no casamento, as coisas mudam, amigos! No princípio, Deus olhou para a união entre marido e mulher e viu que era bom. Sua opinião a respeito disso não mudou nem um pouco. Então não vamos ver o sexo meramente como uma parte permitida no casamento ou algo que deve ser tolerado. Sexo no casamento é obrigatório e algo que deve ser celebrado! (Veja 1 Coríntios 7.35 e Efésios 5.31.) O sexo foi criado para o matrimônio, e este foi criado, em parte, para se desfrutar. (Mahaney C. J. Sexo Romance e a Gloria de Deus. O que todo marido cristão precisa saber. Editora CPAD. 3 Ed. 2008).

3- O pastoreio cristão e a prática homossexual.

Essa é uma questão que tem desafiado a igreja na sua forma de lidar com a homossexualidade, tanto no seu aspecto interno como externo. Valdeci S. Santos observa que nesse aspecto a igreja precisa ser primeiramente penitente, isto é, arrepender-se por qualquer atitude ou sentimento de desprezo para com a pessoa do homossexual. O homossexual não é menos humano do que os outros. Ele é a imagem de Deus como são todas as demais criaturas humanas. Isso deve ser sublinhado porque muitas vezes a igreja tem sido acusada de homofobia ou atitude preconceituosa contra os homossexuais quando demonstra aversão ou medo. Essas atitudes em relação ao homossexual fazem com que muitas vezes eles deixem de procurar refrigério na igreja para irem buscar em outros lugares. Santos comenta:

Certamente, nem todos os cristãos acusados de homofobia são homófobos. Nem todo sentimento negativo sobre a homossexualidade pode ser considerado fobia. Por outro lado, é verdade que muitas pessoas na igreja não estão preparadas para ministrar o evangelho aos homossexuais. Isso pode ter diferentes causas, inclusive a homofobia. Qualquer que seja a causa, porém, tal negligência dos cristãos quanto à sua responsabilidade evangelizadora exige arrependimento. O exercício da penitência também é devido no caso dos julgamentos infundados […] O surgimento de vários ministérios especializados na evangelização de homossexuais no evangelicalismo brasileiro traz em si a promessa de um cuidado maior da igreja nessas questões.

É evidente que as questões envolvendo a união entre pessoas do mesmo sexo e a ideologia de gênero, denominada por alguns de identidade de gênero, não podem ser tratadas de forma homofóbica. Nem tampouco de forma excludente. A Bíblia diz que Deus amou a todos (Jo 3.16), homicidas, ladrões, adúlteros e também aqueles que acreditam que existe um terceiro sexo ou uma sexualidade neutra. Nós também devemos amar. Amar não significa concordar. Deus amou o mundo, mas não concorda com os pecados do mundo (Tg 4.4). Antes os reprova. Deus ama o pecador, mas não aprova nem concorda com sua vida pecaminosa (Is 5.5-7).

Diferentemente daqueles que acham que não há amor sem aprovação, isto é, quem “ama” nunca reprova, nós cremos que a reprovação também é uma forma de demonstrar amor. Em outras palavras, quem ama também sabe dizer não.

Em segundo lugar, Santos destaca o espaço que a prevenção deve ter na igreja. A igreja deve estar preparada para responder de forma eficiente ao desafio do avanço homossexual em seu meio. Nesse caso, não se trata apenas de um trabalho de natureza apologética, mas de lugar de refúgio para aqueles que lutam com a prática homossexual. Nesse aspecto, é preciso desenvolver ministérios com famílias na igreja local. Aqui seria mostrado a importância da família e os perigos em negligenciá-la (1Tm 3.5; 5.8). Os relacionamentos familiares, portanto, devem ser não apenas enfatizados, mas, sobretudo, fomentados e cultivados. Assim, Santos destaca que há a necessidade de conscientização quanto aos riscos que envolvem a homossexualidade, bem como quantos aos variados estilos de vida que alimentam tal prática pecaminosa. Estudos e palestras podem ser benéficos, mas programas de discipulado são essenciais para que maridos e esposas, pais e filhos, não apenas professem, mas também vivenciem as verdades do evangelho. Tais programas visam evitar que os lares evangélicos serem caracterizados pela fragmentação e desajustes que poderiam servir de combustível para uma orientação sexual homossexual.

Dessa forma, como um terceiro estágio, a igreja deve acentuar o fato de que a masculinidade e a feminilidade são bênçãos de Deus que devem ser cultivadas. Toda polarização nessa área deve ser evitada. Assim, nem o machismo nem tampouco o feminismo devem ser exaltados. O que deve ficar bem definido e sublinhado são as diferenças genéticas a fim de que não surjam mais “neutros” no meio da igreja. Um quarto componente nesse processo é a compreensão que os pais devem ter do papel de seus filhos. Os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3), e não empecilhos à realização de um projeto pessoal.

No que diz respeito à ação interna da igreja, um quinto componente deve ser destacado — o testemunho da igreja. Esse testemunho é mostrado no zelo da igreja para com os valores morais que devem ser cultivados. A igreja não pode se mundanizar e perder o seu testemunho diante da sociedade, pois de outra forma jamais conseguirá alcançar aqueles que precisam de ajuda espiritual. Uma igreja mundana, que deixou de ser sal, não conseguirá alcançar aqueles que dela precisam, e isso inclui os homossexuais. Enfatizando que as Escrituras afirmam que serão excluídos do Reino de Deus os “adúlteros”, “maldizentes”, “injustos”, e não apenas os “sodomitas” (1 Co 6.9,10). Santos, acertadamente, destaca que “não é honesto e nem cristão condenar nos outros aquilo que a igreja recusa tratar internamente” (Jo 8.1-11). Gonçalves. José, Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CONCLUSÃO

O padrão bíblico para o relacionamento sexual envolve trazer a vida ao mundo por meio da procriação e da satisfação sexual do casal. Esse é um ponto importante a ser ressaltado, pois a revolução sexual descartou o primeiro propósito e banalizou o segundo. É preciso adequar, do ponto de vista bíblico, o propósito de Deus para o relacionamento sexual sadio.

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