Prezados alunos e professores,
Paz do Senhor!
INTRODUÇÃO
No próximo domingo estudaremos “Missões transculturais: A sua origem na natureza de Deus”. Estaremos definindo alguns termos, e mostraremos a natureza missionária de Deus, o Amor de Deus e a visão bíblica do caráter transcultural da missão.
I – DEFINIÇÕES DOS TERMOS MISSÕES E TRANSCULTURAIS
1.1 Definição do termo missões.
A palavra “missão” vem da expressão latina “missione”, que se originou por sua vez do verbo “mittere”, que significa: “ação, tarefa, ordem, mandado, compromisso, incumbência, encargo” ou “obrigação de enviar missionários”. No grego, corresponde à palavra “apostello” que, em português, é “apóstolo” e significa “alguém enviado por ordem de outrem para realizar uma tarefa” (PAULA, 2006, p. 11). Complementando esta definição podemos acrescentar o seguinte: “A missão primária da Igreja é proclamar o Evangelho de Cristo e reunir os crentes em igrejas locais onde possam ser edificados na fé e tornados eficazes ao serviço, para assim implantarem novas congregações no mundo Inteiro” (HESSELGRAVE, 1984, p. 13).
1.2 Definição do termo transculturais.
A missão transcultural da Igreja está fundamentada no caráter missionário de Deus. A palavra “transcultural” traz a ideia de um missionário que transpõe as barreiras da cultura de um povo, ou civilização, para apresentar o amor de Deus. Isso implica interação com todos os grupos étnicos da Terra, com os diferentes aspectos da vida das pessoas (GABY, 2023, p. 13).
II – DEUS, O PRIMEIRO MISSIONÁRIO
Abraão é um dos personagens mais marcantes da história bíblica. Era nativo da Caldeia. Por meio de Éber, estava na nona geração depois de Sem, filho de Noé. Seu pai foi Terá que teve dois outros filhos, Naor e Harã (Gn 11.11-32). Ele foi chamado por Deus para ser o pai dos judeus (Gn 12.1,2), povo de onde viria o Messias (Gn 12.3; Mt 1.1). Segundo Pereira (2023, p. 105), a igreja anuncia as boas novas ao mundo de forma antecipada (Gl. 3. 8). Assim como Deus anunciou as boas novas no Antigo Testamento, iniciando por Adão e Eva (Gn 3. 15), em seguida as ratificou em Abraão. A revelação divina ao patriarca se deu de forma dúplice, em palavra e ato, como veremos abaixo:
2.1 Deus falou com Abraão (Gn 12.1).
A primeira forma da revelação divina a Abraão se deu de forma audível, como nos mostra a Escritura: “Ora, o SENHOR disse a Abrão […]”. Deus é um ser que se comunica com o homem (Gn 1.29; 3.3; 6.13; 12.1-3; Êx 3.14). A expressão comunicar segundo o Aurélio significa: “Transmitir informação, dar conhecimento de; fazer saber” (FERREIRA, 2008, p. 513). Deus comunicou o que faria a Abraão e através dele. O Senhor prometeu-lhe uma terra, uma grande nação através dos seus descendentes, e uma bênção tal que alcançaria todas as nações da terra (Gn 12.2,3).
2.2 Deus chama a Abraão (Gn 12.7).
A segunda forma da revelação divina a Abraão se de forma visível: “E apareceu o SENHOR a Abrão […]”. Confira também (Gn 17.1; 18.1). Houve nesta aparição o que os teólogos chamam de Teofania, que é a “manifestação de Deus, desde a voz até a imagem, perceptível pelos sentidos humanos” (CABRAL, 2006, p. 339). Segundo Merril (2009, p. 89), no chamado de Abraão pode-se ver algum indício da revelação por meio de visões e sonhos. O Senhor, após ordenar que Abraão deixasse Ur e, depois Harã por uma terra que mostraria a ele, apareceu para Abraão pela primeira vez em Siquém (Gn 12.7). A raiz “niphal” do verbo usados aqui “rã’ãh” sugere literalmente que Deus se fez visível. Não é declarado como ele é visto e, talvez, por visto queira-se apenas dizer que ele falou como em tempos anteriores. No entanto, contra essa possibilidade está a ocorrência da mesma forma verbal em Gênesis 18.1, passagem na qual o Senhor aparece de forma tangível na pessoa do “anjo do Senhor” que, na verdade, é igualado ao Senhor mesmo (Gn 8.10,13,17,20).
2.3 Compreendendo o contexto da chamada e missão de Abraão.
Essa proclamação divina feita ao pai da fé, revela que Deus foi o primeiro pregador do evangelho a todos os povos. Porém, antes desse anúncio feito ao patriarca, a Bíblia aponta para o fato de que quando Adão pecou e se afastou de Deus, ele tentou se esconder, e aí vemos a iniciativa divina de ir ao encontro do homem caído e frustrado pela transgressão, perguntando-lhe: “…onde estás?…” (Gn 3.9). Nesse momento de confronto, Deus revelou o Plano da Salvação ao homem (Gn 3.15), plano esse que foi elaborado ainda antes da fundação do mundo (1PD 1.18-21; Ap 13.8; Ef 1.4) (PEREIRA, 2023, p. 132).
III – O AMOR DE DEUS
As Escrituras diz que Deus é amor (1Jo 4.8,16); que Seu amor é grande (1Jo 3.1); que é eterno (Jr 31.3); que foi provado (Rm 5.8); derramado (Rm 5.5); e, ainda elenca diversas características deste amor. Vejamos:
3.1 Amor incondicional.
Diferente do amor humano que é condicional, o amor divino é superior pois manifesta-se de forma incondicional: “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19). A palavra grega usada para descrever o amor de Deus pelo homem é “ágape”. Esse tipo de amor é absolutamente singular, já que ele não depende da beleza do objeto a ser amado. Naturalmente, o amor humano não funciona dessa maneira. Nós amamos outras pessoas porque elas nos amam ou porque vemos nelas alguma beleza ou valor. Deus nos ama independente do nosso amor: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós […]” (1Jo 4.10). Portanto, o amor de Deus por nós não foi motivado por algum amor anterior da nossa parte.
3.2 Amor imparcial.
Desde o início, o propósito divino era revelar o Seu amor e estender a bênção da salvação a todos os homens indiscriminadamente, pois Ele não faz acepção de pessoas (Dt 10.17; At 10.34; Rm 2.11). A vinda do Messias ao mundo mostrou claramente isso (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9). É necessário entender que:
(a) Deus amou o mundo e não apenas uma classe de pessoas (Jo 3.16);
(b) o sacrifício de Jesus não alcança apenas um povo, mas o mundo todo (Jo 1.29; 1Jo 2.2);
(c) sua graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6);
(d) a ordem de levar as boas novas de salvação é extensiva até aos confins da terra (Mt 28.19; Mc 16.15; At 1.8).
3.3 Amor imensurável.
Jesus disse a Nicodemos com uma intensidade incalculável: “Deus amou o mundo de tal maneira […]” (Jo 3.16). A expressão “tal” segundo o Aurélio (2004, p. 1908) significa: “análogo, semelhante”. A ideia de Jesus é dizer que não há nada com que possa ser comparado (Jo 15.13). Paulo disse que Deus amou tanto o homem que “[…] que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós […]” (Rm 8.32); e ainda falou sobre o “[…] seu muito amor com que nos amou” (Ef 2.3). O apóstolo João, por sua vez, afirmou: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai […]” (1Jo 3.1). Seu amor é maior que de uma mãe por seu próprio filho (Is 49.15).
IV – VISÃO BÍBLICA DO CARÁTER TRANSCULTURAL DA MISSÃO
4.1. Um Deus Missionário.
“Assim, o Deus missionário estabeleceu uma estratégia” Soa estranho a afirmativa, como se Deus providenciasse um “plano B”. “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão” (Pv 16.33). Deus não tem Plano B; Deus tem o Plano Perfeito! Gênesis 12.3 não foi “uma estratégia” de Deus, definitivamente não. Desde o princípio, Deus tinha em vista que Jesus Cristo seria o descendente de Abraão, e que todo aquele que confia em Cristo se tornaria um herdeiro da promessa de Abraão. Assim, é dito em Gálatas 3.29: “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”. Assim, quando Deus disse a Abraão há 4.000 anos: “Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações”, ele abriu o caminho para que qualquer um de nós, não importa a que nação pertençamos, se torne filho de Abraão e herdeiro das promessas de Deus. Tudo o que precisamos fazer é compartilhar a fé de Abraão, ou seja, depositar nossa esperança nas promessas de Deus, de modo que, se a obediência exigir, possamos abrir mão do nosso bem mais precioso, como Abraão abriu mão de Isaque.
Em Gênesis 12.1-4 encontra-se o propósito salvador de Deus: abençoar o mundo inteiro através de Cristo, a semente de Abraão. Contudo, Israel esquecia frequentemente do escopo universal da promessa de Deus, passando a preocupar-se consigo mesmo e com sua própria história. Por isso, os profetas tinham que lembrar o povo constantemente que o propósito de Deus através dos descendentes de Abraão era abençoar as nações (Is 49.6).
- A escolha de Israel.
Ao se abordar o tema missionário no Antigo Testamento, observa-se que a aliança firmada entre Deus e Israel em Êxodo 19.5-6 possui tanto bênçãos e privilégios quanto responsabilidades, sobretudo, de ser o sacerdócio real perante as nações da terra, cabendo-lhe também anunciar e ensinar a Lei de Deus. Esta nação seria o instrumento de Deus para atingir seu alvo, que continuaria a ser o mundo todo.
“Falando da nação de Israel, Deuteronômio 7:7-9 nos diz: “Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito. Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos.”
Deus escolheu a nação de Israel para ser o povo através do qual Jesus Cristo iria nascer – o Salvador do pecado e da morte (João 3:16). Deus prometeu o Messias pela primeira vez após a queda de Adão e Eva no pecado (Gênesis capítulo 3). Deus mais tarde confirmou que o Messias viria da linhagem de Abraão, Isaque e Jacó (Gênesis 12:1-3). Jesus Cristo é a razão final pela qual Deus escolheu Israel para ser o Seu povo escolhido. Deus não precisava ter um “povo escolhido”, mas decidiu fazer as coisas dessa forma. Jesus tinha que vir de alguma nação, e Deus escolheu Israel.
No entanto, a razão pela qual Deus escolheu a nação de Israel não foi unicamente para o propósito da vinda do Messias. O desejo de Deus para com Israel era o de que eles ensinassem aos outros sobre Ele. Israel deveria ser uma nação de sacerdotes, profetas e missionários para o mundo. O intento de Deus era que Israel fosse um povo distinto, uma nação de pessoas que guiassem os outros em direção a Deus e a Sua providência prometida do Redentor, Messias e Salvador. Em sua maior parte, Israel falhou nessa tarefa. No entanto, o propósito final de Deus para Israel, o de trazer o Messias e Salvador, foi cumprido perfeitamente – na Pessoa de Jesus Cristo.”
- . A escolha da Igreja.
Como e por que acontece essa troca de papéis entre Israel e a Igreja? É preciso retroceder na história, mas faremos até Jacó. Deus prometeu a Jacó que faria de seus doze filhos uma “comunidade de povos” adoradores (Gn 28.3) que seria conhecida pelo seu novo nome, “Israel”.
De modo significativo, a palavra hebraica usada aqui para “comunidade” é qãhãl, que a tradução grega do Antigo Testamento geralmente traduz por ekklesia, “igreja”. Esse objetivo de uma comunidade de adoração foi alcançado após o êxodo do Egito, quando o povo chegou ao Monte Sinai. Ali Deus declarou que os israelitas eram sua propriedade peculiar, um reino de sacerdotes e uma nação santa (Êx 19.5-6).
O Senhor prometeu habitar entre eles como seu Deus (Êx 29.45). Mas, tão rápido como o povo se comprometeu nesse relacionamento pactual com o Senhor, eles o abandonaram. Enquanto Moisés estava no topo do monte recebendo instrução do Senhor, o povo estava ao pé do monte fabricando falsos deuses. Estava claro desde o princípio que a “nação santa” não tinha poder para viver de modo digno do seu chamado. Os profetas descortinam para nós o resto da história de Israel: apesar da fidelidade de Deus, eles foram filhos malignos e corruptores (Is 1.2) e uma esposa adúltera (Os 1-3). Essa herança de infidelidade pertencia igualmente aos reinos do norte e do sul: Israel e Judá eram duas irmãs pervertidas da mesma família (Ez 16 e 23) as quais sofreriam, cada uma, a punição da destruição e do exílio (Ez 4.4-6). O Senhor não poderia habitar em meio a um povo tão profano. Ele abandonou o seu escolhido lugar de habitação em Jerusalém, deixando o seu povo à mercê de seus inimigos babilônios (Ez 8-11).
Contudo a destruição de Israel no exílio não poderia ser o fim da história. Porque o Senhor havia atrelado o seu nome a Israel, a nação haveria de ser restaurada a fim de que o seu nome santo não fosse profanado entre as nações (Ez 20.14). As promessas feitas no Monte Sinai tinham de ser cumpridas (Jr 33.20-21), de modo que as duas nações de Israel e Judá seriam restauradas pelo Senhor em um corpo único, reunido, composto de todas as famílias de Israel (Jr 31.1) sob um único rei (Ez 37.16-22). A promessa mais importante era a transformação espiritual de Israel em um novo povo, cujos corações endurecidos seriam transformados em novos corações, sob uma nova aliança (Jr 31.31-33), por meio de um derramar do Espírito de Deus (Ez 36.22-28). O novo Israel se tornaria o servo do Senhor, uma luz para os gentios, trazendo cura para todas as nações (Is 42.6, 10). Contudo, o novo Israel descrito em Isaías 40-48 continuava a ser um povo em dificuldade e fraqueza, que precisava de constante exortação à busca da obediência e de encorajamento para confiar no constante amor de Deus por eles. Para cumprir os propósitos de Deus, outro Israel, superior, era necessário, um servo que tomasse o lugar de Israel, fazendo o que Israel fora incapaz de fazer, cumprindo seu chamado de trazer luz às nações (Is 49.6).
Esse servo “Israel” fez-se carne na pessoa de Jesus Cristo. Desde o momento do seu nascimento, ele reencenou a história de Israel, descendo ao Egito para que pudesse ser o verdadeiro filho a quem Deus chamou do Egito (Mt 2.15, citando Os 11.1). Assim como Israel passou pelo Mar Vermelho, Jesus passou pelas águas do batismo (Mt 3) antes de ser levado para o deserto, onde enfrentou e venceu as mesmas tentações que Israel falhou em suportar (Mt 4). No início de seu ministério, Jesus leu em alta voz Isaías 61.1-2, declarando que a Escritura havia se cumprido na presença de seus ouvintes (Lc 4.18-19): ele era o próprio Servo sobre quem repousava o Espírito de Deus. Como o novo Israel, Jesus cumpriu perfeitamente as exigências da lei. A nova aliança que Jeremias antecipara foi estabelecida no seu sangue (Lc 22.20). Jesus cumpriu o plano original de Deus para a santidade humana, assim encarnando pessoalmente o novo Israel que os profetas vislumbraram.
Uma vez que Jesus Cristo é ele mesmo o novo Israel, todos aqueles que são unidos a ele pela fé são também incorporados ao Israel de Deus (Gl 6.16). Ele é a videira verdadeira, a clássica imagem do Antigo Testamento para Israel, e nós somos seus ramos (Jo 15). Porque Cristo é a viva pedra angular da casa de Deus, aqueles que são unidos a ele se tornam pedras vivas naquela casa (1Pe 2.4-5) e podem ser descritos pela mesma terminologia que descrevia Israel no Antigo Testamento: em Cristo, nós somos “raça eleita, sacerdócio real, nação santa” (1Pe 2.9-10).
Ser parte desse Israel da nova aliança, portanto, não é uma questão de descender fisicamente de Abraão, mas, em vez disso, partilhar do arrependimento e da fé de Abraão (Lc 3.8). O novo povo de Deus inclui tanto judeus como gentios (Gl 3.28), uma vez que ambos são enxertados na nova oliveira, Cristo/Israel (Rm 11.17-24). Isso não significa que Deus se esqueceu das suas promessas àqueles que descendem fisicamente de Abraão (Rm 11.1). Certamente não. Mas nem todos os que descendem fisicamente de Israel são parte do novo Israel (Rm 9.6). A restauração de Israel prometida nos profetas é realizada à medida que o evangelho é pregado em Jerusalém e na Judéia (o reino do sul), em Samaria (o reino do norte) e até os confins da terra, assim finalmente trazendo a luz de Deus aos gentios (At 1.8).
A noiva do Senhor, a imagem usada no Antigo Testamento para Israel, é a Igreja, a qual um dia não mais estará maculada por seu pecado, mas estará lindamente adornada para o seu esposo (Ap 21.2). Naquele dia, o propósito e o plano original de Deus para Israel – ter um povo unido e santo para pertencer a si mesmo – finalmente se cumprirão no casamento de Cristo com a sua Igreja.
CONCLUSÃO
Quando se fala em missões, quando se prega sobre missões, quando se mobiliza a igreja sobre missões, provavelmente o primeiro texto que vem à mente da maioria das pessoas é o texto da grande comissão (Mt 28:18-20). De fato, esse é um texto muito precioso, mas está longe de ser o único ou um dos únicos das Escrituras que tratam sobre o tema. O nosso Deus é um Deus missionário, que planejou uma missão pra si desde toda a eternidade: formar um povo para si, para o louvor da Sua glória. Só o fato de as Escrituras existirem já nos mostra Deus agindo em missão, pois a Sua Palavra é um modo seguro, e incorruptível dEle se revelar à humanidade caída. O texto Sagrado é missionário!