EBD – A Grande Comissão: Um Enfoque Etnocêntrico

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

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Prezados professores e alunos

Paz do Senhor!

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16.15)

INTRODUÇÃO

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mt 28.19). O Evangelho Segundo Mateus apresenta Cristo como Rei, e a incumbência final de Jesus aos seus súditos reflete uma perspectiva global. O ministério terreno de Cristo foi dirigido a Israel (Mt 10.5,6), mas a proclamação do seu Reino e a adesão à sua autoridade estende-se a todas as nações. Nós como seus discípulos devemos reconhecermos abertamente sua lealdade a Cristo é através do batismo em águas, a ordem dada por Jesus foi de batizar “em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo”, ministrado na autoridade do Nome de Jesus.

Ao iniciarmos o último trimestre deste ano abordando um tema crucial para a Igreja nestes dias – missões. Importante que se diga, a evangelização requer da Igreja a proclamação integral do Evangelho ao mundo todo.

– “Ide… ensinai…batizando”, estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da Igreja. A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos de conformidade com a revelação do Novo Testamento, da parte de Cristo e dos apóstolos. Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4). O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão de pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de ”o dom do Espírito Santo” (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de Jesus, do céu (At 3.19, 20; 1Ts 1.10).

I – A GRANDE COMISSÃO

1. O que é a Grande Comissão?

A Grande Comissão é a ordem que Jesus deu para ir e fazer discípulos em todo o mundo. Jesus deu essa ordem aos apóstolos quando ressuscitou. A Grande Comissão é uma ordem para todos os crentes. É importante observar que a comissão de Cristo para ir e fazer discípulos é dada à igreja como um todo, não apenas a cristãos em particular. É comum enxergar a Grande Comissão como uma ordem para que cada cristão em particular se envolva em evangelização. E algumas missões têm advogado que, a menos que você tenha um chamado específico para permanecer em sua terra natal, você deve se tornar um missionário transcultural em obediência à Grande Comissão. Por mais bem-intencionadas que essas perspectivas possam ser, elas erram o alvo ao deixar de pôr a ordem Cristo no contexto do ensino do Novo Testamento acerca do corpo de Cristo. O apóstolo Paulo escreveu: “Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada” (Rm 12.4-6). Embora cada cristão tenha um papel a desempenhar na Grande Comissão, nem todos nós temos o mesmo papel.

2. A questão cultural.

O Comentário Barnes esclarece Marcos 16.15 assim:

“…por todo o mundo…”. Tanto aos gentios quanto aos judeus. Era contrário às opiniões dos judeus que os gentios deveriam ser admitidos aos privilégios do reino do Messias, ou que o muro de separação entre eles deveria ser derrubado. Ver Atos 22:21-22. Muito antes que os discípulos pudessem ser formados para a crença de que o evangelho deveria ser pregado a todos as pessoas; e foi somente por revelação especial, mesmo depois desta ordem, que Pedro pregou ao centurião gentio, Atos 10; Jesus graciosamente ordenou que a pregação do evangelho não fosse impedida por barreiras. Onde quer que haja pessoas, ali deve ser proclamado. A cada pecador ele oferece vida, e todo o mundo está incluído na mensagem de misericórdia, e a cada filho de Adão é oferecida a salvação eterna.

“…pregai…”  Proclamem; façam conhecido; ofereçam. Fazer isso a toda criatura é oferecer perdão e vida eterna a ela nos termos do plano de misericórdia – por meio do arrependimento e da fé no Senhor Jesus.

“…o Evangelho…” As boas notícias. As novas de salvação. A certeza de que o Messias veio, e que o pecado pode ser perdoado e a alma salva.

“…a cada criatura…” Ou seja, a todo ser humano. Ninguém tem o direito de limitar esta oferta a qualquer classe de pessoas. Deus ordena a seus servos que ofereçam a salvação a “todos os homens”. Se eles rejeitam, é por sua própria conta e risco. Deus não é culpado se eles não escolherem ser salvos. Sua misericórdia é manifesta; sua graça é ilimitada ao oferecer a vida a uma criatura tão culpada como ser humano. [Barnes]

3. A ordem de fazer discípulos em todas as nações.

A ordem de Cristo é fazer discípulos em todas as nações. O termo grego ethne, traduzido por nações no versículo 19, significa ‘grupos de pessoas’ – hoje em dia estima-se que haja cerca de 24.000 etnias no mundo. A exemplo de Paulo, que centralizou seu esforço ministerial nas missões, principalmente nas áreas onde o evangelho não tinha sido pregado suficientemente e assim facultou àqueles que não tinham ouvido a oportunidade de aceitarem a Cristo. Paulo questiona: “Como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14). Um ‘púlpito’ pessoal é designado a cada crente – em casa, na comunidade, no trabalho ou na escola – para mostrar e contar aos outros as boas novas. Como diz Paulo: ‘eu sou devedor’, para demonstrar seu senso de obrigação de anunciar o evangelho.

4. A eficácia e os objetivos da Grande Comissão.

Há cinco referências no Novo Testamento, Jesus incumbe diretamente seus discípulos a ir e pregar o evangelho a todo o mundo (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.45-48; Jo 20.21-23, e At 1.8). Certamente, a Igreja e o mundo são comunidades distintas. O mundo é tenebroso, sem luz. O mundo (humanidade não regenerada em Cristo), manifesta uma tendência à podridão, à imundícia, em função do domínio do pecado. A Igreja, apesar de distinta, permanece no mundo com duplo papel: como sal para interromper, ou pelo menos retardar, o processo da corrupção social; e, como luz, para desfazer as trevas. Nas bem-aventuranças, Jesus ensinou aos seus discípulos acerca do caráter cristão que deve marcar suas vidas. Na última bem-aventurança, Jesus chamou a atenção dos seus discípulos para a perseguição que eles haveriam de sofrer por evidenciarem em suas vidas o caráter do Reino. Essa perseguição é a reação de ódio do mundo contra os discípulos fiéis de Jesus Cristo. Assim o mundo reage em relação aos discípulos de Cristo. Como então, o cristão deve reagir em relação ao mundo em que vive? Será que os cristãos podem influenciar o mundo? Cristo nos ensina que sim. Logo depois de ensinar as bem-aventuranças ele chama seus discípulos de “sal da terra” e “luz do mundo”.

II – MISSÕES TRANSCULTURAIS

1. Conceito.

A palavra “transcultural” traz a ideia de um missionário que transpõe as barreiras da cultura de um povo, ou civilização, para apresentar o amor de Deus. Um missionário transcultural é um obreiro cristão de tempo integral enviado por sua igreja para trabalhar entre povos de outras culturas, quer dentro de sua própria nação quer no exterior. A suprema tarefa da Igreja sem sombra de dúvida é a Grande Comissão. As palavras de Jesus relatadas nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos aponta para o alvo para o qual a Igreja deve seguir e o objetivo a ser alcançado.

Quando falamos de missões transculturais, estamos falando do esforço da Igreja em cruzar qualquer fronteira que separe o missionário de seu público alvo. Não se trata de cruzar barreiras geopolíticas, mas cruzar barreiras como a da linguística, dos costumes, das etnias, das religiões, além das sociais, morais e etc.

2. Visão transcultural da Bíblia.

O apostolo Paulo disse em sua defesa: “…não fui desobediente a visão celestial” (At 26.19b). O Antigo Testamento já apresenta a noção de visão transcultural e apresenta o Deus de Israel como um Deus missionário que, desde os tempos antigos, planejou o testemunho de Jesus Cristo fosse proclamado a todos os homens (Gn 12.3; cf. Mt 24.14; 28.18- 20). A vontade divina é que todos os moradores da terra tenham conhecimento a respeito da pessoa de Jesus. Nesse sentido, o meio planejado por Deus para o mundo conhecer o seu Filho passava por uma nação. O Pai chamou a nação de Israel para ser um povo missionário. Dessa forma, os israelitas deveriam ser testemunhas de Deus (Is 42.5-7; 43.10-13). O projeto missionário foi iniciado já no Antigo Testamento, ainda no Jardim do Éden, após a queda de Adão e Eva, ao instituir a busca aos perdidos. Podemos citar ainda Abraão, que atendendo à ordenança divina saiu da casa de seu pai, da sua parentela, para habitar em uma terra de pagãos, os cananeus, e nessa terra pagã, ele se tornou testemunha do monoteísmo em meio a uma cultura politeísta. Deus estava se revelando por meio de Abraão. Poderíamos falar da história da viúva de Sarepta e o profeta Elias, de Jonas e Nínive. Nos livros proféticos encontramos profecias de restauração, incluindo um dia futuro no qual as nações estarão entre os redimi­dos (Is 45.6,22; 49.6; 52.10). Portanto, a preocupação de Deus para com as nações é clara no Antigo Testamento

Melquisedeque e Jetro, sacerdotes do Deus Altíssimo, proclamavam o Senhor e O anunciavam de alguma forma para outros povos. O profeta Daniel, ao estar cativo na Babilônia, testemunhou das maravilhas do Criador. Por intermédio desse profeta o rei Nabucodonosor diz que se curva e exalta ao Deus de Israel, que é único; o Israel cativo semeou a mensagem de Deus dentro do império pagão babilônico. Ainda que no Antigo Testamento a obra missionária fosse mais restrita, no entanto, o conceito de missões é ampliado antes da vinda de Cristo. Salmos 96.3, Davi diz: “Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos, as suas maravilhas”. Em toda a Antiga Aliança, Deus se revela a Israel para que então Ele fosse conhecido por outros povos.

3. Barreiras nas Missões Transculturais.

Quando lemos o texto de João 4.1-9, percebemos que o objetivo de Jesus nunca foi entrar em uma disputa religiosa. Assim, decidiu sair do saturado centro religioso judaico (Judeia) para alcançar os sedentos da verdade em Samaria “E, quando o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João 2(ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos), 3deixou a Judeia e foi outra vez para a Galileia.” (v.1-3).

Ainda hoje, muitos carecem da Água da vida. A missão da Igreja é procurar esses sedentos. Sair da comodidade para alcançar os perdidos. Neste texto, Jesus preanunciou algumas barreiras que precisam ser rompidas na apresentação do evangelho a um outro povo, vejamos:

Barreiras geográficas “E era-lhe necessário passar por Samaria. Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isso quase à hora sexta.” (v.4-6)

Os judeus evitavam atravessar a província de Samaria devido a inimizade que havia entre os dois povos. A rota normal para um judeu chegar a Galileia, era fazer uma volta pela região da Pereia. Mas, Jesus viu a necessidade de passar por Samaria, quebrando uma barreira geográfica, porque ali havia pecadores que precisavam conhecer a verdade (v.4).

Segundo algumas pesquisas, os locais geográficos de mais difícil acesso são os locais onde estão os povos mais necessitados de conhecerem o evangelho de Cristo. Alcançar esses lugares é uma obra desgastante (v.6).

No Brasil há mais de 300 tribos indígenas, sendo que aproximadamente 100 destas não tem nenhuma presença missionária evangélica. Essas tribos, em sua maioria, encontram-se em áreas de difícil acesso, longe de cidades modernas ou até mesmo de estradas, como na Floresta Amazônica ou no sertão nordestino. Para levar o evangelho de Cristo àqueles que nunca ouviram do amor de Deus, a Igreja precisa sair da zona de conforto e romper as barreiras geográficas.

Barreiras sociais “…Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida….” (v.7-8)

Jesus sentado ao lado do poço se encontra com uma mulher. Em sua humanidade, cansado e com sede, pede-lhe água para beber (v.7). Para um judeu da época, não era permitido conversar com uma mulher a sós, mesmo que publicamente. Se um homem de certa posição falasse com uma mulher em local onde pudessem serem vistos, isso era considerado um ato escandaloso. Algumas autoridades religiosas achavam que este gesto era motivo para divórcio imediato. Os mais extremistas eram da opinião que na rua o homem não podia conversar nem com a própria esposa. Até os próprios discípulos de Jesus desejaram censurar a atitude do Mestre ao conversar com aquela mulher “E nisso vieram os seus discípulos e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela?” (Jo 4.27).

Jesus foi alguém que dedicou atenção especial às mulheres, não fazendo nenhuma distinção social. Era sustentado por mulheres, aceitou-as em seu grupo de discípulos, ensinou verdades espirituais a elas, conversava pessoalmente com elas e deixava ser tocado por elas.

O evangelho de Cristo não faz qualquer distinção social. Todos podem ouvir e receber a mensagem de salvação. O evangelho precisa chegar aos povos em que, muitas vezes, há barreiras sociais. Para levar o evangelho de Cristo àqueles que nunca ouviram do amor de Deus, a Igreja precisa sair da zona de conforto e romper as barreiras sociais.

Barreiras culturais “…Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (Porque os judeus não se comunicam com os samaritanos.)?” (v.9)

Jesus ultrapassou também a barreira cultural que havia entre judeus e samaritanos ao conversar com aquela mulher (v.9). O preconceito racial era uma barreira cultural entre judeus e samaritanos. Os samaritanos eram uma mistura de judeus com pagãos (2Rs 17.24), oriunda da época do Cativeiro Assírio em 722 a.C. Até Jesus foi chamado de “samaritano” (Jo 8.48), um insulto que os judeus usaram contra Ele.

Além do judeu não se dar com o samaritano, ele nunca usaria o mesmo utensílio para beber água, como Jesus estava pedindo. Qualquer judeu se sentiria contaminado se comesse ou bebesse em Samaria, mas não Jesus. O amor a Deus e aos perdidos era maior que essas diferenças culturais.

Para conseguir a atenção dos perdidos, precisamos nos despir de qualquer barreira cultural (alimentação, vestimentas, modo de vida, etc.) que possa haver para que eles ouçam a verdade do evangelho. O conhecido missionário Hudson Taylor foi um dos primeiros a entender a importância disto. Ele insistiu em se vestir, comer e viver como os chineses para os quais foi chamado por Deus. Quando criou uma sociedade missionária, instituiu essa prática a todos os seus membros.

Somos atraídos por aqueles que parecem iguais a nós, e damos as costas aos que parecem diferentes e esquisitos. As pessoas precisam ser atraídas ao missionário antes de serem atraídas à mensagem dele. Para levar o evangelho de Cristo àqueles que nunca ouviram do amor de Deus, a Igreja precisa sair da zona de conforto e romper as barreiras culturais.

(Texto extraído de: https://missiologando.wordpress.com/2015/04/25/barreiras-na-obra-missionaria-transcultural/)

III – VISÃO GLOBAL DO EVANGELHO NO MUNDO

1. Evangelização e Discipulado.

O Evangelho Segundo Mateus apresenta Cristo como Rei, e a incumbência final de Jesus aos seus súditos reflete uma perspectiva global. O ministério terreno de Cristo foi dirigido a Israel (Mt 10.5,6), mas a proclamação do seu Reino e a adesão à sua autoridade estende-se a todas as nações. A forma pela qual os discípulos devem reconhecer abertamente sua lealdade a Cristo é através do batismo em águas, ministrado em nome da Trindade.

Mateus 28.18-20 declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da Igreja. O cerne da Grande Comissão está no versículo 19; Todos os verbos estão no gerúndio, mas fazer discípulos é uma ordem.

Um discípulo é um seguidor. Isso implica:

1) Fazer do Reino de Deus seu tesouro;

2) Renunciar tudo por amor a Jesus;

3) Isso significa guardar as palavras de Jesus.

O alcance da Grande Comissão, também no versículo 19, é: “Fazei discípulos de todas as nações”. A palavra nações é etnias. Onde houver um povo, com sua língua, cultura, raça, etnia ali o evangelho deve chegar. Ali Deus comprou com o sangue de Cristo aqueles que devem ser chamados e discipulados. O coração de Deus pulsa pelo mundo todo. Deus disse a Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Apocalipse 5.9 diz que Deus comprou com o sangue do Seu Filho os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.

2. Arrependimento e capacitação do Espírito.

A missão dos apóstolos de difundir o evangelho foi a razão principal para a qual o Espírito Santo os capacitou. Esse acontecimento alterou dramaticamente a história mundial, e a mensagem do evangelho finalmente chegou a todas as partes da terra (Mt 28.19-20). Os apóstolos já haviam experimentado o poder do Espírito Santo de salvar, guiar, ensinar e realizar milagres. Em breve eles receberiam a presença habitadora do Espírito e uma nova dimensão de poder para testemunhar (At 2.4; 1Co 6 .19-20; Ef 3.16,20). Pessoas que contam a verdade sobre Jesus Cristo eram essas testemunhas que o texto aponta (Jo 14.26; 1Pe 3.15). A palavra grega significa para testemunha significa “pessoa que dá a vida pela sua fé”, pois esse foi o preço comumente pago pelo testemunho.

Viver em uma nova cultura sempre será um choque na vida de qualquer missionário, pois do ponto de vista da pessoa que está se inserindo na cultura, ele espera ainda ver costumes de sua cultura, no entanto começa a estranhar algumas atitudes. Oliveira (2009, p. 17) diz que “É comum observarmos e julgarmos as demais culturas a partir da nossa. Ficamos estarrecidos e não nos conformamos ao observar como as pessoas em outros ambientes étnicos agem”

O missionário que se envolve em missões transculturais deve ficar atento a esses aspectos, mostrando-se apto a aprender e a compreender a nova cultura que está inserido e ter o máximo de cuidado para não impor a sua cultura. Não é transformar a cultura do outro através da nossa, mas imitar Jesus e pelo seu modelo, identificar-se com o outro para poder falar do amor.

“A comunicação do evangelho é muito difícil se não imitarmos Jesus, o qual, para se fazer compreendido e mostrar amor, identificou-se com os homens, não só encarnando-se em forma humana, mas também encarnando-se culturalmente. ‘Ele veio para os seus…’ O seus eram o povo Judeu. Por isso, Ele falou a língua daquele povo, vestiu-se conforme os costumes da época, comeu o que eles comiam, dormiu onde eles dormiam – enfim, Jesus foi judeu como todos os outros, humanamente falando”. (BURNS, 1995, p. 14-15)

CONCLUSÃO

Temos grandes desafios na evangelização mundial. Precisamos alcançar o mundo inteiro com a mensagem genuína do Evangelho. Por isso, como Igreja do Deus Vivo, somos chamados a sair “de Jerusalém” em perspectiva de alcançar os “confins da Terra”. Como aprendemos, há muitos povos neste mundo para serem alcançados, de sorte que Deus conta com você que é comprometido com a causa do Reino de Deus. É uma ordem do Reino e nos perguntarmos a respeito do que estamos fazendo para que “a água da vida” sacie a sede dos que estão sedentos por vida eterna ao redor do mundo. O pecador depende de você que faz parte do Corpo de Cristo para ouvir de nós as Boas-Novas de salvação.

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