Prezados professores e alunos,
Paz do Senhor!
Introdução
As Escrituras falem de um futuro reino literal de Deus, na presente dispensação da graça, esse reino é espiritual e já está presente. No Evangelho de Lucas 17:21 enfatizar que “o Reino de Deus está entre vós” nesta era atual. O propósito desta lição é estudar como Deus age para habitar conosco e reforçar que, apesar dos desafios, o Reino de Deus continua ativo no mundo através da Igreja.
I – O Reino de Deus no Mundo
A Encarnação de Cristo
A encarnação de Jesus, conforme profetizado no Antigo Testamento, foi a maneira pela qual Deus cumpriu Sua promessa de trazer o Reino. Jesus, nascido da virgem Maria e concebido pelo Espírito Santo, é o Emanuel, “Deus conosco”, e veio para redimir a humanidade do pecado. A palavra encarnação significa “o ato de ser feito carne”. Ela vem da versão latina de João 1:14, que diz em português: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.
Deus fez uma obra incrível ao enviar Seu único Filho ao mundo e nos proporcionar uma salvação que não merecemos. Louvamos ao Senhor por aquele momento em que “o Verbo se fez carne”. Agora somos redimidos “com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pedro 1:19).
A Mensagem do Reino
Após resistir à tentação no deserto, Jesus iniciou Seu ministério pregando a chegada do Reino de Deus. Essa mensagem do Reino incluía um apelo ao arrependimento, com o termo grego “metanoia” significando mudança de mente e uma nova conduta moral. O papel da Igreja proclamar essa mensagem do Reino em todo o mundo.
- O Reino é espiritual.
Acerca da natureza do Reino de Deus e diante da indagação de Pôncio Pilatos — “Tu és o rei dos judeus?” — Jesus afirmou veementemente: “O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo 18.36).
Em razão de o reino divino não ser terreno, mas possuir uma natureza espiritual e eterna, nossa vida deve apresentar valores opostos aos do presente século. Alguns dos valores apresentados pelo Senhor são a humildade (Mt 18.4), o perdão (Mt 18.23-27), a generosidade (Mt 20.1-16), a discrição pessoal (Mt 20.20-28) e o total comprometimento com o Reino de Deus (Lc 9.57-62).
- O Reino é pessoal.
Quando o homem ouve e aceita a mensagem do Reino, uma mudança radical ocorre em sua vida. Seu comportamento, a partir desta experiência, passa a ser controlado pelo próprio Deus através do Espírito Santo. Suas ações e atitudes, em relação às outras pessoas, são pautadas pelos princípios eternos das Sagradas Escrituras (Hb 8.10).
- O Reino de Deus e seus princípios (Mt 5.3-12).
As bem-aventuranças proferidas por Jesus no Sermão da Montanha expõem os princípios eternos do Reino de Deus. Neste sermão, o Senhor profere, claramente, os valores espirituais e eternos que fundamentam o seu Reino. E aos que colocam em prática sua Palavra, Ele promete: “Felizes as pessoas” que as praticam” (Mt 5.3-12 — NTLH).
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Os Valores do Reino
O Sermão do Monte, onde Jesus ensinou os valores éticos e morais do Reino de Deus. Isso inclui o controle da ira, a pureza sexual, a indissolubilidade do casamento, a honestidade, a não retaliação, a prática da esmola, oração e jejum com sinceridade, a não julgar os outros, entre outros ensinamentos. Devemos expressar esses valores em suas vidas diárias, mas antes devemos nascer de novo e depois gerar frutos.
- Nascer de novo.
O novo nascimento é efetuado por Deus mediante a ação do Espírito Santo na vida do homem. Nascer de novo é experimentar uma radical mudança de vida (2 Co 5.17; Ef 4.23-32). Logo, a experiência salvífica é a condição para alguém entrar no Reino de Deus: “[…] Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). A propósito, você já nasceu de novo?
- Gerar frutos.
Uma vez salvo, e andando em novidade de vida, o crente já está devidamente pronto a produzir frutos para o Reino de Deus (Jo 15.16). Somos chamados, por conseguinte, a praticar as boas obras, “as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). E assim, confirmamos a proclamação da mensagem do Reino. Além de pregar o Evangelho, devemos apresentar as boas obras como fruto da fé mediante a graça de Deus (Ef 2.8-10).
II – As Bênçãos de Uma Vida no Reino
Remissão dos Pecados
A morte expiatória de Cristo libertou a humanidade da escravidão do pecado. Através do arrependimento e da fé na obra de Cristo, os crentes são perdoados e adotados como filhos de Deus, tornando-se herdeiros de Cristo.
A palavra remissão significa perdão. A remissão dos pecados significa o perdão da dívida, o perdão dos pecados. Dentro do mundo do direito, a palavra remissão significa que o devedor tem sua dívida perdoada. Como está escrito em Romanos 6:23 “o salário do pecado é a morte” e como pecadores tínhamos esta dívida de sangue.
Quando Jesus se entregou na cruz por causa dos nossos pecados, Ele nos redimiu, pagou nossa dívida. Fomos redimidos, ou simplesmente perdoados (Efésios 1:7, Colossenses 1:13-14 e 1 João 1:9). Em algumas traduções bíblicas a palavra ‘remissão’ é substituída pela palavra ‘perdão’, mas ambas têm o mesmo sentido.
Adotados e Herdeiros de Cristo
Os crentes são adotados como filhos por Deus e, como resultado, herdeiros de todas as promessas e da vida eterna em Cristo. Tudo isso é para a glória de Deus, e a Igreja é o campo onde o Reino de Deus é manifestado no mundo.
Ao adotar esse princípio, os seres humanos, sabendo ou não, estavam refletindo o que ocorre na área espiritual, com Deus. Ao sermos convertidos a Cristo, nós nos tornamos filhos de Deus.
A natureza divina, que não tínhamos, foi implantada em nós e, assim, nos tornamos filhos. E também herdeiros de Deus. É algo maravilhoso sabermos que somos herdeiros do Deus Todo-Poderoso, Criador e dono de tudo. Mas esse raciocínio não está completo, tem um vazio. Claro: está faltando o autêntico Filho de Deus, o verdadeiro Unigênito do Pai. Está faltando o Filho amado dEle!
III – Os Males de Uma Vida no Mundo
A Escravidão do Pecado
Aqueles que vivem sob o controle do pecado são escravos do mesmo. Eles são incapazes de aceitar a Palavra de Deus, entregam-se a vícios e levam uma vida sem paz.
Todos são escravos no sentido espiritual. Somos escravos do pecado, que é o nosso estado natural, ou somos escravos de Cristo. Os escritores do Novo Testamento declararam voluntariamente sua posição como escravos de Cristo. Paulo inicia sua carta aos romanos referindo-se a si mesmo como um “servo de Jesus Cristo” (Romanos 1:1) e sua carta a Tito chamando a si mesmo de “servo de Deus” (Tito 1:1). Tiago inicia sua epístola da mesma forma: “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo” (Tiago 1:1). A maioria das traduções diz “servo” nessas passagens, mas a palavra grega “doulos” significa, literalmente, “escravo”.
Em João 8:34, Jesus diz aos fariseus incrédulos: “Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.” Ele usa a analogia de um escravo e seu mestre para argumentar que um escravo obedece a seu mestre porque pertence a ele. Os escravos não têm vontade própria. Estão literalmente no cativeiro de seus mestres. Quando o pecado é nosso mestre, somos incapazes de resistir a ele. Entretanto, pelo poder de Cristo para vencer o poder do pecado, somos “libertados do pecado” e fomos feitos “servos da justiça” (Romanos 6:18).
Quando nos aproximamos de Cristo em arrependimento e recebemos perdão pelo pecado, somos capacitados pelo Espírito Santo que vem habitar em nós. É pelo Seu poder que somos capazes de resistir ao pecado e nos tornar escravos da justiça.
Filhos da Ira e Condenação Eterna
Os que rejeitam a oferta de salvação em Cristo permanecem sob a ira de Deus e condenação eterna. A incredulidade é o clímax da rebeldia.
Nos ventos inconstantes das culturas modernas, a ideia de tormento e condenação eterna é difícil para muitas pessoas entenderem. Por que é isso? A Bíblia deixa claro que o inferno é um lugar literal. Cristo falou mais sobre o inferno do que sobre o céu. Não somente Satanás e seus servos serão punidos ali, mas todos que rejeitarem a Jesus Cristo passarão a eternidade junto com eles. O desejo de rejeitar ou revisar a doutrina do inferno não mitigará suas chamas ou fará com que o lugar desapareça. Ainda assim, a ideia da condenação eterna é rejeitada por muitos, e aqui estão algumas razões para isso:
- A influência do pensamento contemporâneo.
Nesta era pós-moderna, muitos se esforçam para assegurar que ninguém se ofenda, e a doutrina bíblica do inferno é considerada ofensiva. É muito dura, muito antiquada, insensível demais. A sabedoria deste mundo está focada nesta vida, sem pensar na vida por vir.
- Medo.
O castigo consciente e sem fim, desprovido de qualquer esperança, é de fato uma perspectiva assustadora. Muitas pessoas preferem ignorar a fonte do medo do que enfrentá-lo e lidar com ele biblicamente. O fato é que o inferno deve ser assustador, considerando que é o lugar de julgamento originalmente criado para o diabo e seus anjos (Mateus 25:41).
- Uma visão defeituosa do amor de Deus.
Muitos que rejeitam a ideia da condenação eterna o fazem porque acham difícil acreditar que um Deus amoroso possa banir as pessoas para um lugar tão horrível como o inferno por toda a eternidade. Contudo, o amor de Deus não nega a Sua justiça, a Sua retidão ou a Sua santidade. Nem a Sua justiça nega o Seu amor. De fato, o amor de Deus forneceu o caminho para escapar de Sua ira: o sacrifício de Jesus Cristo na cruz (João 3:16-18).
- Uma subestimação do pecado.
Alguns acham chocantemente injusto que a recompensa por uma mera vida terrena de pecadores deva ser um castigo eterno. Outros rejeitam a ideia do inferno porque, em suas mentes, o pecado não é tão ruim assim. Certamente não é ruim o suficiente para justificar a tortura eterna. Claro, geralmente é o nosso próprio pecado que minimizamos; outras pessoas podem merecer o inferno – assassinos e afins. Essa atitude revela uma incompreensão da natureza universalmente hedionda do pecado. O problema é uma insistência em nossa própria bondade básica, a qual impede pensamentos de um julgamento ardente e nega a verdade de Romanos 3:10 (“Não há justo, nem um sequer”). A notoriedade da iniquidade levou Cristo à cruz. Deus odiava o pecado até a morte.
- Teorias aberrantes.
Outra razão pela qual as pessoas rejeitam o conceito de condenação eterna é que elas aprenderam teorias alternativas. Uma dessas teorias é o universalismo, que diz que todos acabarão indo ao céu. Outra teoria é o aniquilacionismo, no qual a existência do inferno é reconhecida, mas sua natureza eterna é negada. Os aniquilacionistas acreditam que aqueles que acabam no inferno eventualmente morrerão e deixarão de existir (isto é, serão aniquilados). Essa teoria simplesmente faz do inferno uma punição temporária. Ambas as teorias são apresentadas como opções viáveis para o ensino bíblico do inferno; no entanto, ambos cometem o erro de colocar a opinião humana sobre a revelação divina.
- Ensino incompleto.
Muitos pastores contemporâneos que acreditam na doutrina do inferno consideram-na simplesmente um assunto muito delicado sobre o qual pregar. Isso contribui ainda mais para a moderna negação do inferno. Congregantes em igrejas onde o inferno não é pregado ignoram o que a Bíblia diz sobre o assunto e são os principais candidatos para o engano na questão. A responsabilidade do pastor é “batalhar, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 1:3), não escolher quais partes da Bíblia deixar de fora.
- Os estratagemas de Satanás.
A primeira mentira de Satanás foi uma negação do julgamento. No Jardim do Éden, a serpente disse a Eva: “É certo que não morrereis” (Gênesis 3:4). Ainda é uma das principais táticas de Satanás. “… o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos” (2 Coríntios 4:4), e a cegueira que ele produz inclui uma negação dos santos decretos de Deus. Convença os incrédulos de que não há julgamento, e eles podem “comer, beber e se alegrar” sem nenhum cuidado com o futuro.
Se entendermos a natureza do nosso Criador, não teremos dificuldade em entender o conceito do inferno. “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto” (Deuteronômio 32:4). Seu desejo é que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento (2 Pedro 3:9).
Conclusão
Devemos reiterar que Cristo veio para resgatar a humanidade do pecado, e a missão da Igreja é anunciar o Reino de Deus num mundo dominado pelo mal. Os valores do Reino devem ser observados pela Igreja, que é o campo onde o Reino de Deus é manifestado. Destacamos a importância do arrependimento, da fé em Cristo e da obediência aos valores do Reino para experimentar as bênçãos de Deus e evitar os males do mundo. Até o próximo trimestre!