EBD – Sendo a igreja do Deus vivo

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

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Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

“Grande é este mistério; digo-o, poré, a respeito de Cristo e da igreja”. (Ef 5.32)

INTRODUÇÃO

Nas lições anteriores, o “espírito da Babilônia”, encabeçado pelo Diabo (Ef 6.11; Tg 4.7; 1Pe 5.8), que é descrito na Bíblia como o “deus deste século” (2Co 4.4), “príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11); e “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2) faz uso de todos os meios possíveis: educação, política, cultura, religião, filosofia, tecnologia e ideologias, para se opor a Deus, a Sua Palavra e a Igreja de Cristo (Rm 1.21-25; Ef 6.12; Cl 2.8,18; 2Tm 4.3,4). Nesta lição, estudaremos sobre a responsabilidade da Igreja de Cristo, de preservar a sua identidade e cumprir a sua missão na Terra. Assim, definiremos os termos “Igreja” e “Igreja do Deus Vivo”; explicaremos sobre a natureza da igreja; e, citaremos qual é a missão da igreja do Deus vivo.

I – DEFINIÇÃO E EXPLICAÇÃO DO TEMA

1.1 Igreja.

Segundo o dicionário Teológico de Claudionor Correia de Andrade, a palavra “Igreja” vem do hebraico ‘Qahal’, e significa “assembleia do povo de Deus”; e, do grego ‘Ekklesia’, que significa “assembleia pública”. Logo, a Igreja é um organismo vivo, composto por todos os que aceitam o sacrifício vicário de Cristo, e têm a Palavra de Deus como a sua única regra de fé e conduta (Ef 5.30-33). (ANDRADE, 2006, p. 220). “A palavra grega no Novo Testamento para igreja é “ekklesia”, que significa “uma assembleia de chamados para fora”. O termo aplica-se a:

(1) Todo o corpo de cristãos em uma cidade (At 11.22; 13.1);

(2) Uma congregação (1Co 14.19,35; Rm 16.5); e,

(3) Todo o corpo de crentes na terra (Ef 5.32)”. (PEARLMAN, 2006, p. 342).

Portanto a lição nos fornece que o termo “Igreja” aplica-se ao corpo de Cristo (Cl 1.24), ou seja, a reunião de todos os salvos espalhados pelo mundo (Ef 1.22; 3.10,21; 5.23-32; Fp 3.6; Cl 1.18; 1Tm 3.5; 3.15; Hb 12.23).

1.2 Deus Vivo.

Quando o autor se refere ao Deus Vivo (Js 3.10; 1Sm 17.26,36; 2Rs 19.4,16; Sl 42.2; 84.2; Jr 10.10; Ez 33.27; Dn 6.20; Hb 10.31; 12.22) é para diferenciar das demais religiões que servem e adoram a deuses mortos que obra das mãos dos homens, feitos de madeira, gesso, prata e ouro, que tem boca, mas não falam; tem olhos, mas não vêem; tem ouvidos, mas não ouvem; tem narizes, mas não cheiram; tem mãos, mas não apalpam; tem pés, mas não andam (Dt 4.28; 28.64; Sl 115.4-7; 135.15; Is 44.9; 46.7). Por isso, os homens são convidados a se converterem dos ídolos para o Deus vivo e verdadeiro (At 14.15; 1Ts 1.9); o Criador de todas as coisas boas e perfeitas (Gn 1.1; At 17.24)   

1.3 Sendo a Igreja do Deus Vivo.

Ser Igreja do Deus vivo fala da nossa responsabilidade pessoal e individual, de não se moldar ao modelo e os padrões estabelecidos pelo “espírito de Babilônia” (Rm 12.1,2; Ef 2.2,3), mas,

  • como sal da terra e luz do mundo, resplandecer em meio as trevas (Mt 5.13-16; 1Pd 2.12; Fp 2.15);
  • pregando o Evangelho a toda criatura (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20; Lc 24.47; At 1.8;);
  • ensinando a Palavra de Deus (At 5.42; Rm 12.7; 1Tm 4.13);
  • vivendo em constante oração (Rm 12.12; Ef 6.18; 1Ts 5.17);
  • aguardando a volta de Jesus em vigilância e santidade (Hb 12.14; 1Pe 1.15,16; Mt 24.36-44; Mc 13.32-37).

 II – A NATUREZA DA IGREJA

Podemos compreender a natureza da Igreja através dos diversos termos a ela aplicados na Bíblia. Vejamos:

2.1 O povo de Deus (2Co 6.16; 1Pe 2.9,10).

O apóstolo Paulo aproveita a descrição de Israel no Antigo Testamento, aplicando-a a Igreja do Novo Testamento quando declara: “…como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2Co 6.16; cf. Lv 26.12).

Por toda a Bíblia a Igreja é retratada como povo de Deus. Assim como no Antigo Testamento Deus criou Israel a fim de ser um povo para si mesmo, também a Igreja no Novo Testamento é criação de Deus, ‘o povo adquirido’ por Ele (1Pe 2.9,10; cf. Dt 10.15; Os 1.10) […] O amor mútuo e a comunhão são inerentes entre o povo de Deus e servem para lembrar que, independentemente de vocação ou cargo individual no ministério, todos os irmãos desfrutam de uma posição de igualdade na presença do Senhor.  (HORTON, 2002, p. 542,543).

2.2 O corpo de Cristo (1Co 12.12-31).

“A igreja é também um corpo. Este simbolismo traduz a ideia de que são diversos órgãos e muitos membros, mas todos trabalham de forma orgânica e harmônica, interligados, em benefício do corpo de Cristo (1Co 12.12). Vale a pena reiterar: ninguém trabalha em favor de si. Qualquer ação de um órgão ou membro em corpo saudável está relacionada com toda estrutura orgânica que sustenta a vida […] é responsabilidade de todos os crentes trabalharem de forma orgânica e harmônica, interligados, em favor do crescimento, saúde e fortalecimento da igreja, tendo Cristo como cabeça, na liderança (Ef 1.22,23)” (COUTO, 2008, p. 402).

2.3 O templo de Deus (1Co 3.16,17).

Outra figura muito significativa da Igreja, no Novo Testamento, é “o templo do Espírito Santo”. Os escritores bíblicos empregam vários símbolos para representar os componentes da construção desse templo, que têm seu paralelo nos materiais necessários à construção de uma estrutura terrestre. Por exemplo: toda edificação precisa de um alicerce sólido. Paulo indica com clareza que o alicerce primário da Igreja é a pessoa e obra históricas de Cristo: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.11). Em outra Epístola, Paulo afirma que, em outro sentido, a Igreja é edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Ef 2.20) […] A metáfora do templo do Espírito Santo confirma ainda mais que a terceira Pessoa da Trindade habita na Igreja, quer individual, quer coletivamente. Por exemplo: Paulo pergunta aos crentes de Corinto: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?… O templo de Deus, que sois vós, é santo” (1Co 3.16,17).

2.4 A coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15).

“A Igreja precisa, em primeiro lugar, manter a atitude firme e não ceder diante dos ataques contra a sã doutrina. Devemos em tudo praticar a verdade, seja em palavras, seja em ações (1Co 4.6; 2Co 1.19). Devemos andar na verdade (2Jo 4). Devemos a tempo e fora de tempo, ser defensores do Evangelho, assim como o apóstolo Paulo e outros o foram (Fp 1.16; At 24.5).” (BERGSTÉN, 2005, p. 227). “A Igreja deve ser o fundamento da verdade do evangelho. Ela sustenta e preserva a verdade revelada por Cristo e pelos apóstolos. Ela recebeu esta verdade para obedecê-la (Mt 28.20), escondê-la no coração (Sl 119.11), proclamá-la como a palavra da vida (Fp 2.16), defendê-la (Fp 1.17) e demonstrar seu poder no Espírito Santo (Mc 16.15-20; At 1.8; 4.29-33; 6.8).” (STANPS, 1995, p. 1869).

III – A MISSÃO DA IGREJA DO DEUS VIVO

Diante de tantos ataques e investidas do reino das trevas através de ideologias, doutrinas antibíblicas e pautas progressistas, é dever da Igreja cumprir a sua missão na Terra, influenciando, sem se deixar ser influenciada pelo espírito da Babilônia. Dentre as muitas atividades da Igreja, citaremos apenas três:

3.1 Evangelizar.

É missão da Igreja levar as boas novas de salvação a toda criatura (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 24.47; At 1.8; Rm 10.13-17). Todo cristão deve estar ocupado com a pregação do evangelho, pois, o desejo de Deus é que todos os homens sejam salvos, e venham ao conhecimento da verdade (Jo 3.16; Tt 2.11; 1Tm 2.4; 2Pe 3.9). Assim como Jesus, que dedicou grande parte do seu ministério a pregação do Evangelho (Mt 4.23; 9.9-13; 35,36; Lc 19.1-10; Jo 3.1-8; 4.1-26) e a igreja primitiva, que todos os dias anunciava a Cristo aos perdidos (At 2.37-41; 8.1-7,26-40; 11.19-26), a Igreja não pode deixar de anunciar a salvação através da fé em Cristo (At 4.20; Rm 1.14-17; 1Co 9.16).

3.2 Ensinar a Palavra de Deus.

Jesus, o maior Mestre que este mundo já conheceu (Jo 13.13), além de evangelizar, também se dedicou ao ensino (Lc 4.15,31; 5.3; 13.10; 19.47;21.37; Jo 7.14; 8.2). E, seguindo o exemplo do Mestre, a Igreja Primitiva jamais se descuidou da tarefa de ensinar as Sagradas Escrituras (At 5.42; 20.20; 11.26; 18.25). Diversas vezes o apóstolo Paulo exortou seus filhos na fé a ensinarem a Palavra de Deus (Rm 12.7; 1Tm 3.2; 4.11,13; 6.2; 2Tm 2.24).

Neste mundo caracterizado pelo ateísmo, materialismo, ceticismo e incredulidade, mais do que nunca, devemos ensinar a Bíblia Sagrada, pois ela é

  • inspirada por Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21);
  • ela é viva e eficaz (Hb 4.12; Is 55.10,11); e,
  • é também, a inerrante e infalível Palavra de Deus (Pv 30.5; Is 40.8; 1Pe 1.24,25).

3.3 Combater os falsos ensinos.

Uma das principais atividades do “espírito da Babilônia” é propagar os falsos ensinos. Com o advento da internet e das redes sociais, abriram-se novas oportunidades para evangelização, mas, também, para a propagação das heresias. Por esta razão, a Igreja do Deus vivo deve se ocupar, não apenas com a pregação do Evangelho e do ensino da Palavra de Deus, mas, também, no combate as heresias. Diversas vezes a Bíblia nos exorta sobre os perigos dos falsos ensinos, bem como da necessidade de combatê-los (Rm 16.17; 1Co 11.19; Ef 4.14; 1Tm 1.3; 4.1; 2Pe 2.1-3).

Mais do que nunca, a igreja deve empenhar-se no combate às heresias e aos falsos ensinos: “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que sejais poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9).

CONCLUSÃO

A Igreja do Deus vivo não pode se deixar ser influenciada pelo espírito da Babilônia, com seus enganos e pautas progressistas, cujas doutrinas e práticas vão de encontro aos princípios estabelecidos na Palavra de Deus. Mas, pelo contrário! Como coluna e firmeza da verdade, ela deve cumprir a missão que Cristo lhe entregou, pregando o Evangelho, ensinando a Palavra de Deus e combatendo os falsos ensinos.     

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