SALMO 2 – O triunfo do Messias

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

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Trata-se de um Salmo messiânico. Vários salmos são chamados messiânicos, por alusão profética a Jesus, o Messias. Eles falam acerca de sua vida, sua morte, ressurreição e de seu futuro reinado. Davi inspirado pelo Espírito Santo e mediante uma conspiração de alguma nação pagã contra a Israel, descreve a futura rebelião das nações e a vinda de Cristo para estabelecer seu Reino Eterno. Este salmo é para ser ouvido, pois é o registro de quatro vozes.

  1. CONSPIRAÇÃO – A VOZ DAS NAÇÕES (Sl 2.1-3)

v.1 Por que se amotinam as nações, e os povos imaginam coisas vãs?

       A pergunta que introduz “por que” é retorica e expressa surpresa diante da presunção das nações à luz da realidade do reinado de Deus por meio do seu corregente vv.6-9. O verbo “amotinam” significa enfurecer-se, tumultuar. A ideia ou imagem é de uma multidão reunida para linchar alguém. O verbo “imaginam” significa murmurar, rugir, maquinar. Aqui ela é usada como medita como no Sl 1.2, aquela é usada negativamente para descrever a consideração de planos para se livrar do domínio de Deus. A única coisa sobre a qual essas nações concordam entre si é:

“Mas os seus concidadãos aborreciam-no e mandaram após ele embaixadores, dizendo: não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14).  

              v. 2 Os reis da terra se levantam

A expressão “se levantam” é usada muitas vezes em contextos militares para descrever a preparação para a batalha. Na primeira parte desse texto o salmista expõe a história que começa com os reis que se opõem ao Rei escolhido, ao Ungido de Deus, e tramam contra seu reinado.

No Antigo Oriente, reis geralmente se revoltavam com a coroação de um novo governante estrangeiro, e por vezes declaravam guerra a ele, e este era o intento das “nações” e “povos” representados pelos “reis da terra” e seus “governantes”.

             Assim, o mundo inteiro, sem exceção, opõe-se ao reinado do Senhor e seu rei. Ora, quem se rebela contra o rei instituído por Deus, rebela-se também contra Deus,

“Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação” (Rm 13.2).

v. 2 …e os príncipes juntos se mancomunam contra o Senhor e contra o seu ungido, …

             Cabe lembrar que na época, o rei era uma representação divina. Nos salmos o termo Ungido designa os herdeiros do trono de Davi, descendência real instituída por Deus, raiz da qual surgiu Jesus Cristo. Entretanto, a conspiração maliciosa dos governantes e povos não passa de uma revolta fútil, sem a menor chance de êxito, pois por trás do rei de Israel está o trono do céu, e o Deus Todo Poderoso. Esta parte do Salmos 2 também é um prelúdio ao Calvário, conforme o texto bíblico:

que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram”. At 4.25-28

             A tentativa de frustrar o propósito divino de salvar o seu povo e exaltar o seu Ungido, arquitetada pelos reis e governantes, aos seus olhos foi bem sucedida. Porém, Deus mostra que Seu plano é perfeito e que Ele é Soberano, transformando o intento das hostis meras futilidades.

            A rebelião não tem uma conotação meramente política. É contra o Senhor e contra Cristo. “Reis e príncipes” não são apenas dois grupos específicos, mas representam todos os dignitários e autoridades que governam a terra (Js 5.3; Hc 1.10).

             v. 3 Rompamos as suas ataduras e sacudimos de nós as suas cordas.

O desejo desses governantes por autonomia é retratado como romper as suas “ataduras” e sacudir de si as “cordas”. É o mesmo termo usado para descrever o que Deus fez por seu povo ao libertá-lo da opressão dos ímpios (Sl 107.14; 129.4).

            Aqueles que se rebelam contra Deus, o Senhor e Seu Ungido, pensam em Deus como um portador de escravidão, em vez de entender que esses são vínculos amorosos de Deus. isto é, ele é um quebrador de escravidão. Este capítulo dos Salmos é um capítulo profético. Deus nos deu o livre arbítrio para servi-Lo ou se voltar contra ele. No entanto, os líderes ímpios escolheram se voltar contra Ele com seus súditos ímpios. Eles praticam imoralidades como pornografia, livros e filmes sujos, homossexualidade, lesbianismo, incesto, drogas e álcool.

  • ZOMBARIA – A VOZ DE DEUS, O PAI (Sl 2.4-6)

v. 4 Aquele que habita nos céus se rirá

       “Aquele que habita nos céus” é o mesmo que o Senhor (heb. “Adonai”, enfatizando a soberania de Deus), indicando que o lugar a partir do qual Deus reina é o céu (Sl 11.4; 103.19). Simplesmente ri deles com menosprezo (Sl 37.8-13; 59.1-9), pois estão iludidos sobre o poder. Deus conhece o limitado poder das nações. Sabendo que suas tentativas são vãs e seu destino é certo (Sl 37.13; 59.8).

v. 4 …o Senhor zombará deles.

        Deus é Todo-Poderoso. Ele levanta impérios e dá seus líderes o poder. É muitos se gabam de seu poder, mas Deus ri, porque todo poder vem dEle, isso significa que Senhor pode também tomá-lo a qualquer momento.

  • VITÓRIA – A VOZ DE DEUS, O FILHO (Sl 2.7-9)  

v.6 Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monteSião.

A expressão inicial “eu, porém, ungi” utiliza um pronome separado na primeira pessoa, o que de outro modo seria desnecessário. Isso dá ênfase ao sujeito, por vezes representado como “eu mesmo”. O ponto é que o “Rei” de Deus é estabelecido pelo próprio Deus. Portanto, não há ambiguidade quanto à legitimidade do seu reinado. 

              v.7 Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei.

       Deus não pede um consenso nem faz uma votação. Os decretos de Deus são justos, Ele nunca erra. Para confirmar ainda mais o ponto da legitimidade, Deus decreta. O sentido aqui é para validar o direito de reinar. De acordo com Atos 13.33, Paulo refere-se à ressurreição de Cristo, quando foi “gerado” da sepultura e surgiu em glória (ver Rm 1.4; Hb 1.5; 5.5). No antigo Oriente Próximo, os reis eram considerados filhos dos deuses, mas Jesus Cristo é, verdadeiramente, o Filho de Deus (ver Sl 89.26; 2 Sm 7.14). No batismo de Jesus, o Pai fez alusão a esse versículo e anunciou que Jesus era o seu Filho amado (Mt 3.17; Mc 1.11; Lc 3.22). 

              v. 8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão.

       O direito de filiação inclui o direito à “herança” e à “possessão” daquilo que pertence ao Pai. Satanás lhe ofereceu essa honra em troca de sua adoração, mas Jesus recusou (Mt 4.8-11). Não há limites, o direto se estende aos “confins da terra”, expressão que indica o mundo inteiro e tudo que nele há.  

              v. 9 Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.

      O governo de Cristo será justo, porém firme, e se as nações lhe fizerem frente, Ele as esmagará como vaso de barro. Na antiguidade, antes de sair para batalha, os reis do Oriente costumavam participar de um ritual no qual se quebravam vasos de barro que simbolizavam o exército inimigo, garantindo, desse modo, a ajuda dos deuses para derrotá-los. Indica a facilidade com que algo é aniquilado (Is 30.14; Jr 19.11). Jesus não precisa desses rituais tolos, pois esmaga o inimigo completamente (Ap 19.11; Dn 2. 42-44). Jesus é Deus, Jesus é Rei e Jesus é Conquistador.

  • OPORTUNIDADE – VOZ DO ESPÍRITO SANTO (Sl 2.10-12).

       Diante do decreto do Pai e do julgamento prometido, bem como da entronização vitoriosa do Filho no céu, a coisa mais certa é entregar o seu caminho e submeter-se ao Rei de Deus.

       Observamos que, nos versículos 10 e 11, o Espírito fala primeiro aos reis e líderes e depois, no versículo 12, se dirige a “todos”, instando-os a crer no Filho. No versículo 10 aconselha: “…deixai-vos instruir”, a Palavra de Deus instrui é a Bondade de Deus salvar antes de revelar a sua ira. O Senhor apela para a vontade e chama os rebeldes a servi-lo e deixar seus pecados v.11.

       No v. 12 o Senhor a apela para que tenham amor submisso pelo Rei. “Beijai” é uma demonstração de obediência (Gn 27.26; Os 13.2). O Senhor encerra com uma palavra de advertência e uma palavra de bênção. A advertência que esse Rei amoroso também pode irar-se e revelar seu santo furor súbita e inadvertidamente (1Tss 5.1-4).

O contrates que há nesse Salmo é que aqueles que seguem o Senhor veem o seu domínio como um lugar de refúgio “confiam” e não de escravidão (v.3).        

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