Paz do Senhor!
Prezados professores e alunos,
O ensino da Palavra é necessário a igreja para mesma exercer o discernimento no período que vivemos. Quando os crentes são ensinados a estudar a Bíblia para compreender o mundo e a cultura bíblica, relacioná-la com o mundo do século 21 e aplicá-la à vida das pessoas de maneira competente, o risco de sofrermos o engano é amenizado.
É importantíssimo a função do mestre na igreja e exige muito de quem a desempenha. “A Bíblia é, acima de tudo, um livro de doutrinas que precisam ser estudadas, compreendidas e expostas sob a unção do Espírito Santo, que inspirou essas doutrinas”. (GILBERTO, Antônio 2011)
JESUS, O MESTRE POR EXCELENTE
Significado de Mestre
O termo deriva-se do grego didáskalos, que significa: “instrutor”, “doutor” ou “mestre”. O termo é aplicado a Jesus (Mt 8.19; 12.38; 17.24; Mc 5.35; 14.14; Jo 11.28); aos mestres da Lei (Mt 9.11; 10.24,25; Lc 2.46; 6.40; Jo 3.10); a João Batista (Lc 3.12); e ao apóstolo Paulo (1Tm 2.7). A atividade primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino fundamental das Sagradas Escrituras. Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (Ef 4.11,12). Quando Jesus ressuscitou, Maria usou a palavra “Raboni”, quando o reconheceu.
“Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer Mestre)! (Jo 20.16)
Em seus ensinos, “O Senhor Jesus proibiu o uso deste termo entre os discípulos por causa do orgulho e da exaltação pessoal com que era utilizado entre os fariseus”
“e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens: Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos” (Mt 23. 7,8)
“O propósito principal do ensino bíblico é preservar a verdade e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus. As Escrituras declaram em 1 Timóteo 1.5 que o alvo da instrução cristã (literalmente “mandamento”) é a
“caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida”.
Logo, a evidência da aprendizagem cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela vive, a manifestação, na sua vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade sincera” (STAMPS, 1995, p. 1814).
O Mestre da Galileia
Jesus era um mestre perfeito. Cerca de 60 vezes Jesus é chamado de Mestre nos evangelhos. Grande parte do seu ministério foi ocupado com o ensino (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1). Ele ensinava nas sinagogas (Mt 9.35; 13.54; Mc 1.21); em casas particulares (Mt 9.9-13); no templo (Mt 21.23; Mc 11.17; 12.35); nas aldeias (Mc 6.6; Lc 13.22); nas cidades (Mt 11.1); e em vários lugares (Mt 5.2; Mc 2.13; 4.1; 6.34; Jo 3.1-36; 4.1-26).
Ele foi reconhecido como Mestre pelos coletores de impostos (Mt 17.24); pelos escribas e fariseus (Mt 8.19; 9.11; 12.38; 22.24; Mc 12.14,19,32); pelo jovem rico (Mt 19.16; Lc 18.18); pelos discípulos (Mc 4.38; Mc 9.5; 10.35; 11.21; Lc 8.24); pelo cego de Jericó (Mc 10.51); pelos discípulos de João (Jo 1.38); por Maria Madalena (Jo 20.16); além de outros (Mt 22.16; Mc 5.35; 9.17).
O Mestre dos Mestres deixou-nos grandes exemplos de sua pedagogia
Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27)
Conhecia seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21)
Reconhecia o que havia de bom em seus alunos (Jo 1.47)
Ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17-26; Jo 14.6)
Variava o método de ensino conforme a ocasião e o tipo de ouvintes (Parábolas, perguntas, discursos, preleção, leitura, demonstração etc.)
O MESTRE DIVINO
Os ensinos de Jesus eram vividos, e não apenas pregados. Não eram como os ensinos dos fariseus ou dos doutores de sua época
“porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas” (Mt 7.29)
Os ensinos de Jesus não tiveram paralelo em qualquer instrução, discurso ou filosofia humana. O apóstolo Paulo, que não conviveu com Ele, afirmou:
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2.4).
Nos dias atuais falta em muitos pregadores e igrejas é a falta de autenticidade na vida deles. Possamos andar nas mesmas pisadas do mestre Jesus pregando o evangelho vivo, que não venha apenas em belos sermões, mas em vida transformadas.
O MESTRE DA HUMILDADE
Ninguém ensinou como Jesus. As verdades mais profundas eram reveladas com autoridade e simplicidade e ilustrava seus ensinos com parábolas e fatos comuns do cotidiano. Certa vez para ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus
“levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido”. (Jo 13.4,5)
Possamos ser humilde, tomando como exemplo, o Mestre Jesus. Como diz as Escrituras:
“O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e diante da honra vai a humildade”. (Pv 15.33)
O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
Após a ascensão do Senhor, os apóstolos deram continuidade ao ministério de ensino da Palavra de Deus (At 4.2; 5.21,25; 18.25; 20.20), conforme Jesus lhes tinha designado (Mt 28.19,20). Vejamos:
Uma das marcas da Igreja no primeiro século era a perseverança na doutrina dos apóstolos (At 2.42);
“E perseveram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42)
Os apóstolos se dedicaram a oração, pregação e ensino da Palavra de Deus (At 5.41,42; 6.4);
Paulo e Barnabé passaram um ano ensinando na igreja de Antioquia (At 11.26; 15.35). Lucas diz que naquela igreja havia mestres (At 13.1);
Paulo ficou três anos ensinando em Éfeso
“como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas, portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós”. (At 20.20,31)
em Corinto, ficou um ano e seis meses
“E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus” (At 18.11)
e seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino da Palavra de Deus
“pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum” (At 28.31)
Em suas epístolas, Paulo ensinou sobre a dedicação ao ensino da Palavra de Deus (Rm 12.7; Cl 3.16; 1Tm 3.2; 4.11,13; 2Tm 2.2,24).
Nos dias atuais o ministério de ensino é muito necessário. Que Deus levante mestres em sua Igreja.
A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
Os metres são, essencialmente, transmissores do conhecimento sistemático, ao invés de falar por inspiração direta como os profetas
“Naqueles dias, desceram profetas de Jerusalém para Antioquia” (At 11.27)
Boa parte de seu trabalho é o ensino, tendo um entendimento natural e intuitivo da verdade. O que ensina, ensine, segundo a graça que lhe for dada (Rm 12.6). Isto, porque Deus outorgou esse dom a fim de que o ministério de mestre se torne mais eficaz, cuja importância foi ditada na “Grande Comissão”
“ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado”; (Mt 28.20a)
“Ensinar é alimentar” e a igreja certamente padecerá de fome sem o ensino, com a consequência atrofiamento espiritual.
O dom ministerial de Mestre ou Doutor é, sem dúvida, um dos mais importantes e necessários à Igreja do Senhor Jesus. Por isso, ele é mencionado nas três listas dos dons (Rm 12.6-8; 1Co 12.28; Ef 4.11). O ensino da Palavra de Deus é indispensável e de fundamental importância para o crescimento e a edificação da Igreja do Senhor Jesus (Rm 15.4; Cl 1.28; 2.7; 3.16). Por isso, Ele mesmo vocacionou e comissionou alguns para serem doutores ou mestres (Ef 4.11-13).
Quem tem o dom Ministério de Mestre é usado pelo Espírito Santo com maior discernimento que os membros ordinário da igreja, nas doutrinas, nos ensinamentos em geral, usando também suas habilidades naturais e inteligência mediante um preparo sobrenatural, servindo à igreja local para consolar, edificar, repreender e animar os crentes a servir melhor a Deus.
“Aquele que recebeu o dom de ministério de mestre deve conhecer as Escrituras em todos os sentidos: histórica, textual, critica e expositivamente. Deve ser um depositário de conhecimento bíblico, e em nada ficará prejudicado se for pessoa bem informada sobre outros temas relacionados, na história e na filosofia, de tal modo a reconhecer o que está implícito em sua própria fé, e quais sejam os relacionamento entre a mesma e outros sistemas de pensamento.
Assim é que ele será um melhor mestre.
É lamentável, que em muitas igrejas locais, muitos chamados de “mestres” passem de ano para ano sem jamais fazer qualquer melhoramento ou reciclagem nos seus conhecimentos ou em sua maneira de apresentar o que sabem. Infelizmente esses tais não são mestres instruídos e inspirados pelo Espírito Santo”.
A Importância de um discipulado contínuo
Estamos acostumados a pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é batizado. É um equívoco! Pois o discípulo é para toda a vida. É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto para quem está discipulando.
A Escola Dominical como maior agência de ensino da igreja, não cuida apenas da formação espiritual, mas preocupa-se com a edificação geral, que inclui: bons costumes, exercício da cidadania e a formação do caráter cristão. Ela complementa e, às vezes até CORRIGE a educação ministrada nas escolas seculares. E, em muitas situações, por mais que não seja sua responsabilidade, ela COMPLEMENTA a educação cristã ministrada nos lares. Vejamos por que é importante frequentar a EBD:
Ela desenvolve a espiritualidade e o caráter dos crentes;
Ela é o lugar para a descoberta, motivação e treinamento de novos talentos;
Ela é uma fonte de avivamento espiritual para a Igreja;
Porque é na EBD que crianças, adolescentes, jovens e adultos adquirem uma fé mais robusta e madura;
Na Escola Dominical o crente aprende a amar e cooperar com a obra missionária;
Ela reúne a família, onde pais e filhos fortalecem o relacionamento, as crianças crescem na disciplina do Senhor e os casais aperfeiçoam a vida conjugal.
Conclusão
É preciso desfazer a ideia propagada ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente. Muitos afirmaram, que se fossem estudar o crente esfriará na fé. Sendo assim, o apóstolo Paulo era o mais frio de todos os apóstolos do Novo Testamento, pois ele era o mais bem preparado (At 17.15-34; Tt 1.12). Ele conseguiu conjugar preparo intelectual e virtude do Espírito Santo. Nos dias atuais precisamos nas igrejas locais, homens cheios de Espírito, mas do mesmo modo, com mente iluminada para responder, com mansidão e temos, a razão da nossa esperança
“antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15)
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
CHAMPLIN, 2004, P 104
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o poder extraordinário. CPAD.
GILBERTO, Antônio 2011
GILBERTO, Antônio, Manual da escola bíblica dominical, p. 165, 166
Kessler, Nemuel. Quem aspira o episcopado. Editora Pentecostal do Brasil PFEIFFER, Charles F. Dicionário Wicliffe, p. 1642