Estamos em uma viagem. Uma viagem que teve uma data de início, que identificamos como a data do nosso nascimento, mas onde não sabemos a data da chegada, pois ninguém sabe exatamente quando ela termina para cada um de nós.
Ao longo do percurso, temos muitas decisões a tomar. Porém, a mais importante decisão, sem sombra de dúvida, será escolher nosso destino final, ou para onde estamos indo e passaremos a eternidade, se para o céu ou o inferno.
Nesta viagem, cheia de surpresas boas e de momentos dolorosos, todos nós estamos adquirindo experiências. Muitas delas são cultivadas em vivências comuns, quando temos o privilégio de partilhar a paisagem com pessoas que amamos, ou que simplesmente dividem conosco algumas experiências na escola, no trabalho ou na igreja. Algumas destas pessoas simplesmente atravessam nosso caminho e seguem seus próprios trajetos, mas algumas poucas nos acompanham por anos, testemunhando nossas chegadas e partidas, nossas conquistas e fracassos. Estas nos ajudam a selecionar nossas bagagens ao longo do caminho, e criam conosco uma rede de lembranças que aquecem nossas memórias, amenizando a friagem dos dias difíceis.
Há ainda as experiências que são acumuladas em situações extremamente particulares e solitárias, onde nossas alegrias e dores não podem ou devem ser partilhadas. E são muitos os momentos em que, mesmo cercados de pessoas que continuam compartilhando a jornada conosco, vivenciamos situações extremamente individuais e íntimas, que só nós e Deus realmente conhecemos.
Na viagem da vida, por mais que planejemos o trajeto, há sempre muitas novidades ao longo do caminho: afetos, amigos, casamento, doenças, desemprego, traições, filhos, aposentadoria, velhice, netos, conversão, dentre tantas outras situações. E estas novidades influenciam completamente nossa paisagem, alterando a rota de muitos dos nossos planejamentos. Afinal, a viagem muda completamente depois da conversão, do casamento ou do nascimento de um filho.
Começamos a viagem como uma folha em branco. No início dela, nossos pais e familiares é que escolhem nosso trajeto, nossos companheiros e quais lugares vamos conhecer e frequentar. Contudo, com a passagem dos anos, as pessoas vão escrevendo cada vez menos nossos roteiros – nós vamos assumindo a direção, escolhendo os caminhos, selecionando os atalhos, definindo os horários e elencando os companheiros de viagem que queremos ter ao nosso lado.
Ao assumirmos o controle do trajeto, muitos são os que dão verdadeiras guinadas de vida, mudando para outros países ou abraçando carreiras profissionais que os fazem viajar muito dentro da própria viagem da vida. Contudo, independente de onde estamos, quando escolhemos bem as companhias e as atitudes a serem tomadas, chegamos a pastos verdejantes e águas tranquilas. Mas se escolhemos mal o caminho a seguir, podemos encarar abismos e vales escuros, sofrendo consequências desastrosas ao longo do percurso.
Nossas viagens duram anos. Atravessam os inocentes períodos da infância, e perpassam os anos da adolescência e juventude. Quando nos encontramos na vida adulta, nos tornamos responsáveis inclusive pelas viagens de outros, como cônjuge e filhos, e nossa viagem assume inúmeros compromissos. Mas seguimos a estrada, ganhando maturidade e experiências que nos fazem chegar à velhice com ânimo, repletos de boas lembranças.
Só não podemos, ao longo da viagem, nos desviar do Caminho, nos esquivando de ouvir com atenção a direção divina para cada um dos nossos passos. A Bíblia já afirma: Se vocês se desviarem do caminho, indo para a direita ou para a esquerda, ouvirão a voz dele atrás de vocês, dizendo: “O caminho certo é este; andem nele.” (Isaías 30.21).
Ouça a voz de Deus. Não se desvie do Caminho. Escolha chegar no Céu e, por Graça divina, haveremos de nos encontrar em nosso destino Final!
Por Elaine Cruz – psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar.