EBD – Renovação cotidiana do homem interior

Pastor Gilsinei Pimentel
Pastor Gilsinei Pimentel
Histórico: Sou o Pastor Gilsinei S. Pimentel, casado com Rosane da C. Correa Pimentel, pai de Gilsianne C. Pimentel Feliciano e de Rosianne C. Pimentel Nazário. Graduando em Biblioteconomia pela UFF - Universidade Federal Fluminense. Possuo o Bacharel Livre em Teologia pelo Instituto de Teologia Logos e também pela Faculdade Teológica Nacional, Ministro do Evangelho e congrego na Assembleia de Deus Central de Manilha, Itaboraí, RJ.

Mais lidas

TEXTO ÁUREO

“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” (2 Co 4.16) Neste versículo, Paulo nos lembra que, apesar das adversidades que corroem nosso corpo exterior, o processo constante de renovação do homem interior nos capacita a perseverar, revelando a força da nossa fé que se aprofunda com o passar dos dias.  

VERDADE PRÁTICA

Por instrumentalidade do Espírito Santo, os salvos experimentam a renovação interior em meio as adversidades externas. É através da atuação do Espírito Santo, aqueles que foram salvos encontram uma renovação interior mesmo em meio às adversidades que os cercam, revelando a capacidade divina de transformar desafios em oportunidades de crescimento espiritual.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Coríntios 4.11-18:

Versículo 11: “Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.” Neste versículo, Paulo aborda a ideia de que os desafios e sofrimentos enfrentados pelos cristãos não são em vão. Assim como Jesus enfrentou a morte para trazer vida, os crentes também passam por dificuldades para que a vida e a obra de Cristo se tornem evidentes em suas vidas. Isso tudo serve como impulso a prosseguir na jornada da fé em Cristo Jesus.

 Versículo 12: “De modo que em nós opera a morte, mas em vós a vida.” Paulo destaca que, mesmo enfrentando situações difíceis, a fé dos crentes coríntios permanece forte e frutífera, demonstrando que os resultados positivos da vida espiritual superam as dificuldades temporárias. O Espírito Santo é o agente habilitador do cristão vencedor na adversidade.

Versículo 13: “E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; também nós cremos, por isso também falamos.” Paulo faz referência ao Salmo 116:10, enfatizando que, assim como o salmista expressou sua fé, os cristãos também falam com confiança sobre sua crença em Cristo, mesmo diante das tribulações.

Versículo 14: “Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco.” O apóstolo aponta para a esperança da ressurreição futura, assegurando que, assim como Deus ressuscitou Jesus, Ele também ressuscitará os crentes para a vida eterna, criando uma ligação profunda entre Cristo e Seu povo.

Versículo 15: “Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus.”

As provações na vida de Paulo forjaram a sua confiança em Deus, por isso ele ressalta que suas lutas e sacrifícios têm um propósito maior: beneficiar os coríntios e outros crentes, resultando em um aumento da graça e da ação de graças, culminando na glória de Deus.

Versículo 16: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” Mesmo diante das adversidades, Paulo enfatiza que a fé e a força interior dos crentes não diminuem. Enquanto o corpo exterior pode enfraquecer, o espírito interior é renovado constantemente, fortalecendo-os para enfrentar os desafios.

Versículo 17: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente.” Paulo contrasta as dificuldades temporárias com a glória eterna reservada para os crentes. As tribulações presentes são passageiras e leves em comparação com a recompensa eterna e gloriosa que aguarda os seguidores de Cristo.

Versículo 18: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” Paulo conclui ressaltando a importância de manter o foco nas realidades espirituais e eternas, em vez de se prender às circunstâncias visíveis e temporais. Ele encoraja os crentes a olharem além das adversidades terrenas e a fixarem seus olhos na glória eterna de Deus.

Esse trecho de 2 Coríntios 4.11-18 oferece uma perspectiva profunda sobre como os crentes podem enfrentar as dificuldades da vida com fé, esperança e confiança na obra redentora de Cristo. A buscar o Espirito Deus e tomar posições contra o mal no cotidiano do seu viver, mantendo um olhar fixo na eternidade, e renovando dia após dia seu homem interior.

COMENTARIO

Do ponto de vista bíblico, a “renovação cotidiana do homem interior” é um processo essencial. Assim como o corpo precisa de nutrição e exercício para se manter saudável, a nossa alma e o nosso espírito estão constantemente sendo renovados. A Bíblia nos exorta em Romanos 12:2 a não nos conformarmos com os padrões deste mundo, mas a transformarmos, renovando as nossas mentes para compreender a vontade de Deus. Esta renovação envolve meditar na Bíblia, cultivar uma vida de oração e buscar a presença de Deus. Desta forma, o homem interior é fortalecido espiritualmente para refletir o caráter de Deus em nossas ações e relacionamentos diários.

INTRODUÇÃO

Na jornada da vida, nos deparamos com desafios externos que muitas vezes podem nos abalar, testando nossa fé e determinação. No entanto, existe um aspecto interno e profundo em cada um de nós que, quando cultivado e fortalecido, pode nos permitir enfrentar essas adversidades de maneira resoluta e esperançosa. 

Inspirados pelo ensinamento de Paulo em 2 Coríntios 4, somos convidados a explorar a ideia da renovação cotidiana do homem interior, um processo de constante transformação e fortalecimento espiritual que nos conecta à essência da nossa fé cristã. Neste caminho de renovação, encontramos insights preciosos sobre como lidar com as tribulações da vida, cultivar uma perspectiva eterna e enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. 

Nesta jornada, mergulharemos no apelo da Palavra de Deus ao exercício da fé cristã, contextualizado em 2 Coríntios 4, explorando o poder da renovação interior para moldar nossa fé e nos capacitar a viver de maneira significativa, mesmo em meio às dificuldades do mundo exterior.

I – O SOFRIMENTO EXTERIOR

1. A experiência de Paulo: Paulo, o apóstolo, compartilhou sua própria experiência de sofrimento em 2 Coríntios 4.11-12. Ele reconheceu que, como seguidores de Jesus, enfrentariam dificuldades, mas essas aflições não eram em vão. Assim como Jesus sofreu por amor, Paulo também enfrentou adversidades por causa da fé. 2 Coríntios 4.11-12: “Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal. De modo que em nós opera a morte, mas em vós a vida.”

2. O exemplo do Apóstolo: Paulo apontou para o exemplo que ele mesmo estava vivendo. Ele não apenas pregava sobre o sofrimento e a renovação interior, mas também vivia essa realidade em sua própria vida. Ele enfrentou prisões, açoites e perseguições, mas sua fé permaneceu firme. 2 Coríntios 11.23-28: “…em trabalhos muito mais; em açoites sem medida; em prisões mais frequentes; em perigos de morte muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes espancado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo.”

3. A esperança do crente: Paulo também apontou para a esperança que os crentes têm apesar do sofrimento. Ele mencionou a ressurreição futura e a recompensa eterna. A perspectiva de uma glória eterna e uma vida transformada dá sentido ao sofrimento temporário que os cristãos podem enfrentar. 2 Coríntios 4.17-18: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.”

II – A RENOVAÇÃO INTERIOR

1. O fortalecimento diário: Paulo destacou que, apesar das tribulações externas, o homem interior é renovado diariamente pelo Espírito Santo. Enquanto o corpo exterior pode enfraquecer, a fé e a comunhão com Deus fortalecem o homem interior, capacitando-o a enfrentar os desafios. 2 Coríntios 4.16: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.”

2. O eterno peso de glória: Paulo comparou o sofrimento presente com a glória futura. Ele descreveu o sofrimento como “leve e momentâneo” em comparação com o “peso eterno de glória mui excelente”. Essa perspectiva celestial permite que os crentes enfrentem as dificuldades com esperança. 2 Coríntios 4.17: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente.”

3. A visão da eternidade: A renovação interior não está apenas enraizada no presente, mas também na esperança da eternidade. A visão da eternidade ajuda os crentes a manterem o foco nas coisas invisíveis e eternas, em vez de serem consumidos pelas realidades temporais. 2 Coríntios 4.18: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.”

III – OS DESAFIOS DE HOJE

1. Cultura secularista: Assim como os coríntios enfrentavam influências culturais contrárias à fé, os crentes modernos também lidam com uma cultura secularista que muitas vezes minimiza os valores e princípios cristãos. Romanos 12.2: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

2. Relativismo doutrinário: O relativismo doutrinário desafia a verdade absoluta das Escrituras, levando a interpretações subjetivas da fé. Assim como Paulo exortava os  coríntios à verdade, os crentes de hoje devem ancorar sua renovação interior na verdade bíblica. Efésios 4.14: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina…”

 3. Batalha espiritual: O combate espiritual é uma realidade constante para os crentes. Assim como Paulo enfrentou oposição espiritual, os cristãos de hoje devem estar preparados para resistir às forças adversas através da renovação interior e da armadura espiritual. Efésios 6.12: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século…”

 Ao considerar os tópicos e subtópicos acima, podemos ver como o tema da renovação cotidiana do homem interior é fundamental para enfrentar os desafios externos e manter uma fé resiliente. A experiência de Paulo, sua ênfase na renovação interior e a esperança na glória eterna oferecem insights valiosos para os desafios de hoje, incluindo a cultura secularista, o relativismo doutrinário e a batalha espiritual. A conexão entre os ensinamentos bíblicos e os desafios contemporâneos ressalta a relevância atemporal da renovação interior para a vida do crente.

 CONCLUSÃO

A renovação cotidiana do homem interior, conforme apresentado em 2 Coríntios 4, é um princípio vital da fé cristã que atravessa gerações e importuna os desafios contemporâneos. Através das palavras de Paulo, somos lembrados de que as tribulações exteriores não são em vão, mas servem como oportunidades para a manifestação da vida de Cristo em nós. Assim como o corpo exterior pode enfraquecer, o homem interior é fortalecido pelo Espírito Santo, possibilitando a superação dos desafios do presente. 

A perspectiva da eternidade, onde o peso da glória supera qualquer sofrimento terreno, nos encoraja a olhar além das adversidades, mantendo nosso foco na verdade eterna das Escrituras. Diante dos desafios da cultura secularista, do relativismo doutrinário e da batalha espiritual, a renovação interior permanece como um âncora sólida que nos capacita a resistir, perseverar e crescer em nossa jornada de fé. Portanto, essa busca constante pela renovação interior é a chave para manter nossa fé vibrante e resistir às pressões e desafios do mundo, enraizando-nos na verdade inabalável e eterna de Deus.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA, A, Manual de Hermenêutica Sagrada. São Paulo – SP: Casa Editora Presbiteriana, 1957.

ANDRADE C. Claudionor, Dicionário Teológico, 6ª edição, Rio de Janeiro-RJ, Editora CPAD, 1998.

BAPTISTA, Douglas. A Igreja Diante do Espírito da Babilônia. Lições Bíblicas, 7º Trimestre, p. 70-76, Rio de Janeiro – RJ, Editora CPAD, 2023.

BARRERA, Julio. A Bíblia judaica e a Bíblia cristã: introdução à história da Bíblia. Petrópolis-RJ, Editora Vozes, 1995.

BÍBLIA COM ANOTAÇÕES A. W. TOZER, Trad. Degmar Ribas Júnior e Michael Ribas. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

BÍBLIA DE ESTUDOS E SERMÕES DE C. H. SPURGEON. Curitiba – PR: Publicação Pão Diário, 2018.

BÍBLIA DO PREGADOR PENTECOSTAL, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2016; Texto bíblico: Almeida Revista e Corrigida, 4ª ed. © 2009 Sociedade Bíblica do Brasil.

BIBLIA KING JAMES ATUALIZADA. Português. Bíblia sagrada. Tradução: Sociedade Bíblica Ibero-Americana, 1ª Edição Atualizada, Niteroi-RJ, BV FILMS EDITORA e BV BOOKS EDITORA, 2012.

BÍBLIA APOLOGETICA DE ESTUDOS, Instituto Cristão de Pesquisas, Judiai, SP, 2005.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Referência Thompson. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição rev. e corr. Compilado e redigido por Frank Charles Thompson. São Paulo-SP, Editora Vida, 1992. 

CHAMPLIN N. Russel, PH.D, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol.1 – 6, 6ª edição, São P a u l o – SP, Editora Hagnos, 2002.

CHAMPLIN N. Russel, PH.D, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vol. 1 – 6, 10ª reemp, São Paulo, SP, Editora e Distribuidora Candeia, 1998.

CONDE Emílio, Tesouro de Conhecimentos Bíblicos, 5ª edição, Rio de Janeiro-RJ, Editora CPAD, 2000.

DA SILVA Pedroso Claudemir, Dicionário e Estudos Bíblicos, São Paulo-SP, PAE Editora, 2010.

DAKE Jennings Finis, Bíblia de Estudo DAKE, Edição 1995, Rio de JaneiroRJ, Editora CPAD e Atos, 2009

DAVIS D. John, DICIONÁRIO DA BÍBLIA, 16ª Edição, Rio de Janeiro-RJ, Editora JUERP, 1985

DONALD Mac William, Comentário Bíblico Popular (versículo por versículo) A.T, 1ª Edição, São Paulo, SP, Editora Mundo Cristão, 2010. 

DONALD Mac William, Comentário Bíblico Popular (versículo por versículo) N.T, 1ª Edição, São Paulo, SP, Editora Mundo Cristão, 2010. 

GEISLER, Norman. Ética Cristã, São Paulo, Vida Nova, 1998.

HORTON M. Stanley, TEOLOGIA SISTEMÁTICA, 2ª Edição, Rio de Janeiro, RJ, Editora CPAD, 1997.

MCNAIR E. S, Bíblia de Estudo Explicada, 1ª Edição, Rio de Janeiro-RJ, Editora CPAD, 2014.

OLIVEIRA F. RAIMUNDO. PRINCÍPIOS DE HERMENÊUTICA; Estudo e Compreensão da Bíblia. Adap. p/curso pela equip. redatorial da EETAD, Campinas – SP, 1997.

PEARLMAN Myer, Conhecendo as doutrinas da BÍBLIA, 21ª Edição, São Paulo-SP, Editora Vida, 1994.

STAMP C. Donald, Bíblia de Estudo PENTECOSTAL, Edição 1995, Rio de JaneiroRJ, Editora CPAD, 2012.

STERN H. David, COMENTÁRIO JUDAICO DO NOVO TESTAMENTO, 1ª edição brasileira, Rio de Janeiro-RJ, Editora Atos e Co-edição Templus, 2008.

- Propaganda - spot_img

Últimas Noticias

- Propaganda -