Recentemente em um vídeo que circula na internet uma pessoa ensina que Moisés não foi colocado nas águas do Nilo, e sim, na margem de um lago (o que pra ele está fora do rio).
Por conta dessa reinterpretação, ele afirma que os pregadores vêm ensinando errado há muito tempo ao pregarem que as águas (correntezas), trouxeram Moisés até a filha de Faraó. Ouvindo isso, decidi pesquisar o tema.
É fato que Faraó havia determinado a morte dos meninos hebreus, os quais deveriam morrer justamente afogados no Nilo.
Por isso o Faraó ordenou a todo o seu povo: “Lancem ao Nilo todo menino recém-nascido, mas deixem viver as meninas” (Ex 1.22).
Chamado também de Hapi, o Nilo era adorado no Egito como um deus. Hapi vem do grego Ηαρι ou Ηαρι-Καμεςτ que significa “Fonte do Nilo”, era uma divindade da mitologia egípcia que personificava as águas do rio Nilo durante a inundação anual a que o Antigo Egito estava sujeito entre meados de julho e outubro.
Então pode haver uma relação de adoração egípcia quando Faraó determina que as crianças fossem sacrificadas no Nilo.
As fiscalizações nas casas dos hebreus faziam com que as mães escondessem seus filhos constantemente fora de casa.
Talvez, a mãe, Joquebede já tivesse o costume de esconder Moisés entre os juncos das margens do Nilo, na cesta de papiro betumado, que havia confeccionado. A cesta era uma réplica de uma embarcação egípcia.
Talvez tenha sido a primeira vez que colocou o menino no rio, pois o texto diz que já não dava mais pra esconde-lo.
Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou um cesto de juncos, e o betumou com betume e breu; e pondo nele o menino, o pôs nos juncos à borda do rio (Ex 2.3).
Os juncos eram plantas aquáticas, que cresciam em forma de varas podendo qualquer pessoa se esconder entre elas.
Certamente, que Moisés não foi colocado na correnteza, pois correria risco de ser levado, e sim (como diz o texto), nas margens do rio, onde os próprios juncos lhe serviam de proteção, sendo fiscalizado de longe por Miriã. E sua a irmã parou de longe, para saber o que lhe havia de acontecer (Ex 2.4)
Não era costume da filha de Faraó se banhar no Nilo, havia lugar no palácio pra isso, mas por alguma razão (talvez religiosa), a filha do monarca foi banhar-se no Nilo. Mas, voltando ao tema, os textos são claros quanto a presença de Moisés nas águas. Segue-se algumas evidências:
O nome Moisés:
Moisés: Significa “criança”, “filho” ou “tirado das águas”. Ainda “salvo das águas” O nome Moisés tem origem no hebraico Moshe, que provavelmente deriva do termo egípcio mesu, que quer dizer “criança” ou “filho”. Ainda é possível encontrar a tradução de “tirado das águas”, proveniente do elemento hebraico masha, que significa “ele tirou”.
O testemunho:
A filha de Faraó testemunhou que tirou das águas o menino hebreu: “E sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nome a Moisés, e disse: Porque das águas o tirei” (Ex 2.10).
Pelo fato de Moisés ter sido encontrado vivo no Nilo, a filha de Faraó pode ter entendido que se tratava de uma dádiva de Hapi.
O betume:
Se não fosse pra colocar na água, por que Joquebede betumaria o cesto?
No final, Joquebede, além do livramento dado ao menino, ainda passou a ganhar salário para criar o próprio filho (Ex 2.9).
Fontes:
– Geografia e História, Jamiel, Lopes, CETADEB;
– Geografia Bíblica, Claudionor de Andrade,; CPAD;
– Bíblia King James.
Por Robson Aguiar – pastor, Teólogo, articulista, comentarista cristão, e pastor presidente da Assembleia de Deus, em Caetés III, Abreu e Lima-PE