Prezados professores e alunos,
Paz do Senhor!
“E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra.” Apocalipse 17:5
INTRODUÇÃO
Vivemos diante de uma grande organização que faz oposição a Igreja. Essa oposição se desenvolve em várias maneiras, na religião, politica, econômica e cultural. Diante dessa situação, cabe a Igreja de Cristo a coluna da verdade e firmeza usar de quais armas para continuar a sua marcha nesse mundo tenebroso até a volta de Cristo? Durante esse trimestre, contaremos com o auxilio do pastor Douglas Baptista, presidente do Conselho de Educação e Cultura da CGADB, pastor presidente da Assembleia de Deus de Missão e Doutor em Teologia, para responder essa e outros questionamentos pertinentes aos desafios de nosso tempo, de vivermos nesse mundo dominado pelo espirito da babilônia. Que Deus nos abençoe que através dessas lições, e possamos alcançar a vitória em Cristo Jesus.
O livro do Apocalipse apresenta uma visão escatológica e reveladora, que descreve os eventos que brevemente acontecerão. Nele, encontramos referências à Babilônia e seu espírito maligno, que estão presentes no cenário global atual. Neste estudo, vamos explorar os significados da Babilônia, identificar os sistemas que compõem o espírito da Babilônia e destacar a posição que a Igreja deve adotar diante desse contexto.
Babilônia
Um dos maiores impérios já existentes. A Bíblia narra a época do reinado de Nabucodonosor e o império da Babilônia Daniel 2 a 5. Geograficamente localizado: Antiga cidade-estado situada em ambas as margens do rio Eufrates na terra de Sinar (chamada de Caldéia), aprox. 65-80 Km ao sul da atual Bagdá, e 480 Km ao norte do Golfo Pérsico (Iraque), e 1500 Km de Jerusalém, fundada pelos descendentes de Cuxe e seu filho, Ninrode (Gn 10.8-10).
A palavra Babilônia ocorrências: 296 vezes AT 284; NT 12, em Apocalipse 6 vezes. No livro das revelações representa um sistema utilizado pelo inimigo. Fala de um período da manifestação do sistema do inimigo. Um sistema que reproduz todos os ataques a igreja e a seu povo e a forma de trabalho do inimigo.
I – Babilônia e seus significados
1. A Grande Prostituta
No contexto bíblico, a Babilônia é como uma grande meretriz que seduz os reis da terra. Essa descrição está relacionada à idolatria e à prostituição espiritual mencionadas pelos profetas do Antigo Testamento. No livro do Apocalipse, a figura da prostituta simboliza a imoralidade e o falso sistema religioso que se opõe à fé cristã. Há um contraste entre a noiva e a meretriz e a nova Jerusalém e a grande Babilônia. O apóstolo João é chamado para ver a queda da falsa igreja e o triunfo da igreja verdadeira. A noiva é a igreja verdadeira que é fiel, santa e pura; a Meretriz é a igreja apostata, que representa a grande Babilônia, infiel, profana, adultera e imunda, estes termos a bíblia descreve estes termos a adoração a falsos deuses (Is 1.21; Jr 3.9; Ez 16.14-18,32; Tg 4.4).
2. A Mulher e a Besta Escarlate
A mulher montada sobre a Besta representa a grande prostituta. Representando o sistema eclesiástico de Satanás; que é composto de idolatria espiritual de suas meretrizes. Com toda espécie de condutas abomináveis, como politeísmo, a promiscuidade moral, a imoralidade sexual (Lv 18.1-23; 20.10-22) e inclui todas as falsas religiões, seita e igrejas apóstatas. Além disso, ela está vestida de púrpura e escarlata, simbolizando reinado e luxo. Além disso, ela se adornar com ouro, pedras preciosas e pérolas, representando materialismo e poder econômico. A Besta na qual ela está montada é o Anticristo, que se opõe a Jesus e profere blasfêmias.
3. Mistério: A Grande Babilônia
Palavra grega mysterion, significa segredo ou doutrina secreta. O nome na sua fronte indica o seu caráter. O termo “mistério” indica que o nome Babilônia não é meramente um local geográfico, mas, sim, um simbolismo; tanto é verdade que Roma”, foi chamada de Babilônia por Pedro (1Pe 5.13).
Babilônia é a forma grega da palavra Babel, que deriva do vocábulo Balai (confundir) que resulta no substantivo Balbel que evoluiu para a palavra Babel (Gn 11.9). Babilônia simboliza a religião falsa, magia, astrologia e ocultismo. Babilônia é todo o sistema religioso anti-Deus, sinaliza o espírito de perseguição e de desconstrução da fé bíblica. É a religião popular que atrai as multidões e não impõe limites. O sistema do governo anticristão não destrói os edifícios da igreja, mas mudam alguns deles em lugares de diversão mundana. A ordem de Deus para os fiéis é sair do meio dela (Ap 18:4).
A prostituta é revelada como “Mistério, a Grande Babilônia”. Além disso, Babilônia é um nome simbólico de vasto alcance, o qual se refere à “Mãe das Prostituições e Abominações da Terra”. Nesse sentido, ela é a responsável por promover a rebelião contra Deus e a depravação da sociedade. A Babilônia representa a cidade-estado, e figuradamente devassidão, paganismo, sincretismo, violência e rebeldia, pois quando invadiram Jerusalém, saquearam e queimaram o templo, matando homens, mulheres e crianças (2Cr 36.6-20). O espírito da Babilônia, usa a cultura e as ideologias secular para persistentemente oferecer resistência contra tudo o que se chama Deus (2Ts 2.4). Sua ruina já é certa, Deus já previu Apocalipse 17 ao 19.
II – O Espírito da Babilônia
1. No sistema religioso
O espírito da Babilônia seduz as pessoas por meio da prostituição espiritual. O culto ao ego, a devassidão moral, o ecumenismo doutrinário, o relativismo e o sincretismo são alguns dos elementos presentes nesse sistema. Nesse sentido, a Bíblia de Estudo Pentecostal (STAMPS, 1995, p. 2.003) diz que a “Babilônia religiosa abrange todas as religiões falsas, inclusive o cristianismo apóstata […] os termos prostituição e adultério, quando empregada figuradamente, normalmente denotam apostasia religiosa e infidelidade a Deus”. A verdade bíblica é distorcida, e a Igreja verdadeira é perseguida.
2. No sistema político e cultural
O apóstolo João diz que “o mundo inteiro já do Maligno” (1Jo 5.19), ARA). A influência da Babilônia se estende tanto à política quanto à cultura. Além disso, pautas progressistas que vão contra os valores cristãos, tais como a apologia ao aborto, a ideologia de gênero e a legalização de práticas imorais, são impostas de forma insistente. Adicionalmente, o patrulhamento ideológico, a censura e o doutrinamento contrários à fé cristã são promovidos pela grande mídia, bem como pelas artes, literatura e educação, o ativismo judicial, que é a extrapolação do Judiciário na interferência dos outros poderes republicanos, como um ministro da corte dizendo em uma palestra que estamos no sistema Semi-presidencialismo, ferindo a Constituição. Inclusive, os crentes foram designados em recente decisão como pessoas de “mentes sombrias”, “retrógrados”, “espantalhos da moral”, “fundamentalistas religiosos”, reacionários morais”, e outros aviltantes adjetivos. Diante desse cenário, cristãos são perseguidos e julgados, sem encontrar um ambiente favorável para expressar sua fé. Um dia esse sistema será derrotado quando Cristo retornar em Gloria, ocasião em que Ele extirpará a grande Babilônia e o domínio do Anticristo (Ap 18.2-19.21).
3. No sistema econômico
O espírito da Babilônia enriquece os mercadores por meio da exploração da luxúria e licenciosidade. O materialismo, os deleites e a autossuficiência são incentivados, levando as pessoas a confiar no dinheiro.
III – A Posição da Igreja Diante do Espírito da Babilônia
A igreja, como corpo de Cristo e representante do Reino de Deus na terra, deve estar preparada para resistir ao “espírito da Babilônia” que está presente no cenário atual. Diante desse contexto desafiador, é essencial que a igreja assuma uma posição clara e comprometida com os princípios da Palavra de Deus. A seguir, destacam-se três pontos fundamentais que definem a postura esperada da igreja diante desse espírito maligno.
1. Permanecer Firme na Ortodoxia Bíblica
A palavra ortodoxia vem do grego othós, que significa correto, e da expressão dóxa, do verbo dokéo, com o sentido de crer. A junção desses termos indica a “crença correta”. A igreja precisa afirmar e defender a verdade bíblica como sendo absoluta, universal e imutável. A ortodoxia cristã tem a Bíblia Sagrada como sua autoridade suprema, sendo a fonte inquestionável de fé e prática. Nesse sentido, é fundamental que a igreja mantenha o compromisso inegociável com a Palavra de Deus, estudando-a de forma sistemática e doutrinária.
Ao fortalecer seu conhecimento das Escrituras, a igreja capacita os crentes a enfrentarem o “espírito da Babilônia” e suas ideologias contrárias aos valores cristãos. Através de um estudo aprofundado e da compreensão dos princípios bíblicos, a igreja estará preparada para resistir às influências enganosas e perniciosas do mundo ao seu redor. Assim, a ortodoxia bíblica se torna uma âncora firme e segura para a igreja diante dos desafios espirituais da atualidade.
2. Desenvolver o Caráter à Imagem de Cristo
O caráter cristão é uma expressão visível da transformação interior que ocorre na vida daqueles que pertencem a Cristo (Ef 4.22-30). Através do poder do Espírito Santo, a igreja recebe capacitação para desenvolver o caráter de Cristo em seu meio. Esse processo envolve a manifestação do fruto do Espírito, que inclui amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Ao enfatizar a importância do desenvolvimento do caráter cristão, a igreja se torna um exemplo vivo do amor e da santidade de Deus. Ela deve ser sal e luz no mundo, refletindo os valores do Reino e influenciando positivamente a sociedade. Diante do “espírito da Babilônia”, a igreja deve ser um contraste significativo, revelando um estilo de vida transformado pela graça de Deus. A igreja tem que primar pelo estudo e aplicação da Palavras de Deus, produzindo crentes espiritualmente maduros, capazes de resistir ao espirito da Babilônia (Rm 8.35,38,39).
3. Esperar com Anseio o Retorno de Cristo
A Teologia Sistemática (HORTON, 1996, p. 627) assinala que:
A Bíblia demonstra que a nossa única Esperança é que Deus intervirá, pronunciará o seu juízo contra o presente sistema mundial, e enviará Jesus de volta à Terra para estabelecer o seu governo e tornar eterno o trono de Davi. O fato de que Jesus virá de novo à terra está mais do que claro nas Escrituras.
A dispensação da graça chegará ao fim com o Arrebatamento da Igreja, que ocorrerá antes da Grande Tribulação, conforme descrito nas passagens bíblicas 1 Coríntios 15:51-52, 1 Tessalonicenses 1:10, 4:13-18, 5:9 e 2 Tessalonicenses 2:6-10. À luz dos sinais que precedem a volta de Cristo, destacam-se a apostasia, a inversão de valores, a perseguição, as guerras, as fomes, as pestes e os terremotos, conforme mencionado em Mateus 24:5-12,24 e 1 Timóteo 4:1, 2 Timóteo 4:3.
Diante desses eventos, os cristãos não devem viver despreocupados, mas aguardando o seu Senhor em oração e vigilância, como nos adverte Marcos 13:33. Além disso, é necessário que os salvos renunciem à impiedade e às paixões mundanas, vivendo nesta presente era uma vida de autodomínio, integridade e santidade, como nos instrui Tito 2:12-13.
Enquanto aguardam a bendita esperança da volta de Cristo, os cristãos devem manter uma postura de preparo espiritual, buscando crescer em comunhão com Deus, nutrindo-se da Palavra, cultivando um relacionamento íntimo com o Espírito Santo e vivendo de acordo com os princípios do Reino.
A expectativa da volta de Cristo traz consigo a esperança da redenção final, da consumação do Reino de Deus e da plenitude da alegria eterna na presença do Senhor.
Conclusão
A Igreja diante do Espírito da Babilônia. Estamos vivendo em um período em que o “espírito da Babilônia” exerce uma influência poderosa sobre a sociedade global. Suas ações visam conquistar o completo domínio político, econômico, cultural e religioso, contrariando os valores da fé cristã. O avanço dessas ideologias indica a iminente volta de Cristo (Lucas 21:28). Durante esse tempo, é responsabilidade da Igreja resistir ao mal (2 Tessalonicenses 2:6,7), ensinar a doutrina bíblica (Mateus 28:20), desenvolver o caráter dos discípulos (Gálatas 4:19) e buscar a santificação para a segunda vinda do Senhor (Hebreus 12:14).