“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Deuteronômio 6.5).
John Bunyan certa feita disse: “Se quiseres ser o cabeça piedoso de uma família, deves certificar-te de que há harmonia cristã entre os que estão sob tua liderança, o que convém a uma casa cujo líder teme a Deus”.
Que visão verdadeira desse homem de Deus! Tem tudo a ver com o versículo em apreço, que expressa o mandamento de Deus, transmitido por Moisés, o homem que falava com Deus cara a cara.
Queridos leitores, amar a Deus envolve não só uma relação vertical, uma relação íntima com o Criador, mas envolve também nosso relacionamento com o próximo. O apóstolo João, de maneira incisiva, exortou em sua primeira carta, dizendo: “E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não há verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado: nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, deve andar como Ele andou” (1Jo 2.3-6). Jesus disse que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos (Mt 22.38-39).
Deus espera de nós, seus seguidores, que amemos não só de palavras, mas com gestos, atitudes, enfim, demonstrações sinceras de amor. O amor é um só, mas pode ser demonstrado de diferentes formas. Em cada um de nossos relacionamentos, a maneira como o expressamos difere, mas o pano de fundo, ou a base é a mesma, o amor. Cada termo do amor usado no seu devido lugar adorna todo relacionamento, desde o vertical, sua vida de comunhão com Deus até ao horizontal, que inclui sua vida conjugal, familiar e social.
Ninguém nasceu amando; nós aprendemos amar. Bouchman, falando sobre como devemos desenvolver um clima de amor no nosso lar, diz: “Nossas casas devem estar cheias do aroma de amor. Aqueles que nos visitam devem notar imediatamente que o mundo em que estão inseridos é um mundo do narcisismo egocêntrico e egoísta, e que o lugar que entraram é um porto seguro, as pessoas se tratam bem, valorizam e estimam os outros acima de si mesmas”. Quantas pessoas adentram aos nossos lares e desejam não sair daquele ambiente, porque sentem que ali existe amor! Quantas crianças visitam lares onde o clima do amor é notório, e não querem voltar para suas casas, porque sentem-se inseguras pela falta de amor, pela violência e maus-tratos. Que lindo é quando abrigamos alguém no nosso ninho de amor e, sem palavras, percebem-se que o amor de Deus reina ali! Escutei de uma senhora, que era vizinha de apartamento de uma serva de Deus, que tinha o costume de fazer o seu devocional todas as manhãs, pegava seu violão, de maneira sensata, sem perturbar os vizinhos, e louvava a Deus, lia a Sua Palavra e agradecia pela noite, pedindo a Sua bênção para aquele dia.
Um dia, essa mulher adoeceram e passaram uns dias sem louvar a Deus. A vizinha sentiu a falta daquela voz suave que todas as manhãs adentrava a sua casa. Então, resolveu ir ver o que passara. Foi até aquela casa, tocou a campainha, e ao ser atendida por um familiar da casa, ela perguntou: “O que aconteceu com a minha vizinha que canta?”. “Ela está enferma”, foi a resposta. Ao ouvir isto, ela começou a chorar e a dizer: “Antes, eu estava deprimida, e todos os dias comecei a ouvir as melodias que ela cantava, e de pouco a pouco, fui recuperando as forças, voltei a fazer minhas atividades e me sinto bem”. Com aquela atitude a serva de Deus ganhou aquela vida para Ele!
Que este relato sirva de exemplo para nós. Não restam dúvidas de que há famílias à beira do precipício e da destruição; será que poderão olhar as nossas famílias e desejarem ser iguais a nós? Ou estamos servindo de mal exemplo para aqueles que se perdem? Sua família é um referencial de amor, bons tratos, e educação na vizinhança? Sigamos, portanto, a recomendação de Jesus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso pai que está nos céus” (Mt 5.16).