EBD – Criando filhos saudáveis

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

Mais lidas

“E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” (Lc 2.52)

INTRODUÇÃO

Proporcionar um ambiente onde os filhos cresçam de maneira saudável e equilibrada é o grande desafio da família cristã diante de um contexto de imoralidade e violência presente na sociedade atual. Por isso, esta lição estudará a natureza da família de Jesus, as fases de vida do nosso Salvador conforme os Evangelhos registram e, finalmente, o tríplice desenvolvimento de nosso Senhor dentro de sua família. A partir desse estudo, podemos aprender preciosas lições para a nossa família.

I – UMA FAMÍLIA NORMAL

1- Dados gerais da família.

Eis tudo o que nos dizem os documentos antigos acerca do esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. Será possível formarmos uma ideia exata da vida que aquele casal levava em Nazaré quando Jesus, ainda criança, tornou-se o gracioso adolescente e mais tarde o jovem perfeito que atraía juntamente para si a benevolência do céu e o afeto dos homens?

Sim, até certo ponto, conforme o que conhecemos da alma deles e pelo que nos dizem os costumes daquele tempo, que em grande parte são conservados ainda em Nazaré.

Em primeiro lugar, temos de considerar que José e Maria levaram uma vida humilde e na obscuridade. Muitas vezes, tem-se exagerado a pobreza da família humana de Jesus, confundindo-a com a miséria e a indigência. Mais tarde, quando Jesus viveu sua fatigosa vida de missionário, depois de ter deixado tudo para propagar a boa nova por toda a Palestina, o Filho do Homem disse que não tinha nada, nem uma pedra onde pudesse reclinar a cabeça (Mt 8.20; Lc 9.58).

Paulo dirá de Jesus: porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis (2Co 8.9). Mas, graças ao contínuo trabalho de José e do próprio Jesus, quando cresceu, a vida daquela família não foi de miséria e de indigência. Além disso, temos de levar em conta que os orientais geralmente se contentam com pouco no que diz respeito à habitação, às vestimentas e aos alimentos. Simples e sóbrios, eles poderiam viver facilmente com gastos reduzidíssimos.

A casa, os móveis, as vestes e os alimentos de Maria, de José e dos demais irmãos de Jesus eram muito simples. Sua vida era também de trabalho ativo, conforme se deduz do que acabamos de dizer acerca do ofício exercido por José e depois por Jesus, e por meio desse ofício eles supriam as necessidades da família. Jesus e seu pai adotivo servem de modelo para os trabalhadores cristãos.

Além disso, já vimos que o trabalho manual era tido, então, em grande conta na terra de Jesus, e que os mais célebres rabinos não se esquivavam de dedicar-se a ele.

Maria também se dedicava infatigavelmente às múltiplas ocupações domésticas, cumprindo com perfeição a significativa divisa da mulher respeitável romana: “permaneceu em casa, e fiou a lã”.

Em sua epístola a Tito (2.5), Paulo expressa o desejo de que as mulheres cristãs sejam mulheres trabalhadoras. Maria possuía esta qualidade em alto grau. Em sua humilde esfera, ela retratava a mulher forte e ideal do capítulo 31 de Provérbios. (Fillion. Louis Claude, Enciclopédia da vida de Jesus. Editora Central Gospel. 2 Ed 2008. pag. 234-325).

2- Os filhos de José e Maria, depois de Jesus.

Os quatro argumentos enumerados abaixo confirmam que os irmãos e as irmãs de Jesus eram filhos de José e Maria, em seu sentido literal (Mt 13.55,56; Mc 6.2,3).

Primeiro argumento

O texto em João 7.5 invalida a ideia de que a expressão seus irmãos refira- se aos doze apóstolos. Em Atos 1.14, vemos que os doze também são mencionados em separado. Portanto, os irmãos de Jesus não podiam, realmente, ser primos de Jesus e estar entre os doze apóstolos.

Os nomes Tiago, Judas e Simão eram muito comuns, e é provável que alguns dos primos de Jesus até tivessem os mesmos nomes dos irmãos do Mestre. As Escrituras também indicam que os irmãos de Jesus não tiveram fé nele, a não ser após a sua ressurreição (Jo 7.5).

Segundo argumento

Das quinze vezes que os irmãos de Jesus são mencionados (dez nos evangelhos, uma em Atos, e algumas vezes nas cartas de Paulo), quase sempre estão em companhia de Maria, mãe de Jesus. E estranho que os primos de Jesus andassem sempre em companhia de uma tia, em vez de andarem em companhia de sua própria mãe.

Terceiro argumento

Em nenhuma porção das Escrituras é indicado que eles fossem primos de Jesus ou filhos somente de José, e não de Maria, Tais suposições são especulações humanas para estabelecer e firmar uma teologia humana.

Quarto argumento

A não ser por motivo de preconceito teológico, não há razão para não acolhermos esse fato em seu sentido mais natural, isto é, que os irmãos de Jesus eram filhos de José e de Maria, em sentido literal. A elevação de Maria à estatura de deusa é uma tradição romanista, contrária ao próprio tratamento de Jesus à sua mãe (Mt 12.47-50), no qual ele a reconhece como simples mulher, e não como uma pessoa divina, com poder sobrenatural ou com qualquer influência sobre ele.

Finalmente, devemos notar que a doutrina da perpétua virgindade de Maria não é apoiada nas Escrituras. A preservação dessa doutrina forma a base dos argumentos que explicam erroneamente os irmãos de Jesus como se não o fossem literalmente; e também não goza de base alguma nas Escrituras. Parece razoável que uma doutrina dessa natureza, caso tivesse tanta importância como tantos afirmam, pelo menos fosse apoiada por uma pequena afirmação bíblica nesse sentido.

Enfim, a vida dos membros da família de Jesus era de doce e santa missão, de recíproco e infatigável afeto. Não podemos esquecer do amor paternal e maternal recebido pelo Salvador e do filial carinho com que Jesus lhes correspondia.

Acrescentemos, por último, que Jesus mantinha com seus parentes e irmãos, com seus vizinhos e com todos um relacionamento de afetuosa cordialidade e de amor que não media sacrifícios. Um dia, porém, a dor penetrou naquele lar, único no mundo, quando entre os braços de Jesus e de Maria expirou docemente José, o esposo de Maria e o pai adotivo de Jesus.

Ele teria morrido antes que o Salvador inaugurasse seu ministério público. Isto se conclui razoavelmente pelo fato de José não ter sido mencionado por João entre os parentes do Salvador, quando este se referiu ao primeiro milagre do Mestre (Jo 2.12), nem em outras passagens relativas à época posterior (Mt 13.55-56; Mc 6.3).

Então, mais do que nunca, Jesus envolveu sua mãe de respeito e de ternura; e a partir daí, mais do que nunca, Maria demonstrou seu amor maternal por seu filho. Juntos, eles choraram e se consolaram com os demais irmãos de Jesus pela morte de José. (Fillion. Louis Claude, Enciclopédia da vida de Jesus. Editora Central Gospel. 2 Ed 2008. pag. 237-238).

II – O MODO DE CRIAÇÃO DE JESUS

1- Jesus, o filho especial.

Nazaré era uma pequena cidade da Galileia em 4 a.C., com muitas pequenas oficinas e artesãos. Um deles era José, um carpinteiro que acreditava descender do rei Davi e podia recitar sua ascendência.

Provavelmente era alfabetizado (em aramaico, o idioma vernáculo, e no sagrado hebraico), como a maioria dos judeus. Tomara como futura noiva uma adolescente, com aproximadamente dezesseis anos de idade, chamada Maria, também da casa de Davi e muito provavelmente sua parente. Ela vivia atrás ou acima da oficina, mas ainda era virgem. O casamento de ambos aconteceria no ano seguinte.

Ela vinha de uma família respeitável, sabia ler e escrever, cozinhar, tecer e costurar, e se preparava para ser a esposa diligente de um comerciante próspero. (PAUL JOHNSON. Jesus. Uma Biografia de Jesus Cristo Para o Século XXI. Editora Nova Fronteira Participações S.A. pag. 16-17).

Ele é Santo em seu ser (Lc 1.35). Ele é o único ser humano que entrou no mundo sem herdar o pecado original. Ele é semente da mulher, e não semente do homem (Gn 3.15). E essencialmente santo, pois não herdou o pecado da raça nem cometeu pecado algum. Jesus não compartilhou da natureza humana pecaminosa. Não conheceu pecado (2Co 5.21), não cometeu pecado (1Pd 2.22), e nele não existe pecado (1Jo 3.5).

Ele é gerado pelo Espírito Santo (Lc 1.35). A concepção de Jesus foi obra sobrenatural do Espírito Santo, e não resultado de uma relação entre José e Maria. O Espírito Santo desceu sobre Maria. O poder do Altíssimo a envolveu com sua sombra. Por isso, Jesus foi chamado Filho de Deus. Seu corpo foi preparado para ele pelo Espírito Santo (Hb 10.5). (LOPES. Hernandes Dias. Lucas Jesus o Homem Perfeito. Editora Hagnos. 1 Ed 2017).

2- A infância de Jesus.

Havia outro antigo sacerdote que servia no Templo, chamado Simeão. Lucas diz que ele era “justo e piedoso”, acreditando firmemente no advento do Messias. De fato, ele tivera a revelação de que “não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor” (2:25-26).

Quando Maria e José foram ao Templo para a purificação ritual de Maria após o parto e para a circuncisão de Jesus — de acordo com a lei judaica — o ancião estava presente, tomou a criança nos braços, bendisse a Deus e falou, usando palavras poéticas que ecoaram por gerações (2:29-32)

Ele foi crescendo juntamente com os irmãos que vieram depois dEle, tendo as mesmas atividades que os demais. Jesus foi crescendo e aprendendo sob os auspícios de seus pais. Apesar de ser o Verbo divino que se fez carne (Jo 1.14), a infância de Jesus foi como a de qualquer outro menino da Judeia. Ele precisava dos cuidados dos pais quanto à alimentação, proteção, saúde mental e física, e, acima de tudo, sua vida espiritual.

3- A adolescência de Jesus.

Quando Jesus foi encontrado pelos pais entre os doutores em Jerusalém (Lc 2.46-48), três dias depois, ficaram maravilhados, assentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Sua inteligência e suas respostas eram motivo de admiração de todos os que o ouviam. Ao encontrá-lo, Maria sente-se aliviada, mas pergunta a Jesus por que o filho tinha feito isso com eles, uma vez que ela e José estavam aflitos à sua procura. Jesus disse: “…não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”

4- A juventude de Jesus.

Dos 12 anos até os 21 anos de idade, Jesus teve sua adolescência praticamente desconhecida. Jesus ajudava o pai José e aprendeu a arte da carpintaria até mesmo para sobreviver. Porém, dos 12 aos 30 anos de idade, as únicas informações que a história nos fornece são as que estão reveladas nos Evangelhos.

Depois dessa experiência com os doutores da Lei em Jerusalém, a Bíblia relata apenas que Jesus voltou a aparecer quando já tinha 30 anos, para ser batizado por João Batista no rio Jordão (Lc 3.21,22).

Tudo o que se tem conhecimento acerca desses anos ocultos da vida de Jesus é que aprendeu a profissão com seu pai e exerceu essa profissão até os 30 anos, visto que José já havia morrido. É possível que Jesus tenha sido o arrimo da família por esses anos. Quando chegou o tempo que Deus estabeleceu para iniciar seu ministério, Ele deixou tudo e chamou discípulos, os quais se tornaram os apóstolos que tornariam conhecido o seu Evangelho. (Cabral. Elienai, RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 211-212).

III – O TRÍPLICE DESENVOLVIMENTO DE JESUS

O Evangelho de Lucas 2.51,52 diz o seguinte: “E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no coração todas as essas coisas. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”.

1- Jesus crescia em sabedoria.

Ele cresceu em sabedoria. A mãe, a natureza, a Escritura Sagrada, a vida e a oração representaram os ricos recursos que haviam sido proporcionados ao menino Jesus para amadurecer em direção de um saber claro e saudável.

Há algo admiravelmente grandioso em uma vida conduzida com sabedoria, na qual tudo é aquilatado e praticado à luz da eternidade, onde se aprende a incluir a totalidade da vida terrena – com suas preocupações, sofrimentos e alegrias, suas necessidades e demandas diárias, seus constrangimentos e tentações – de forma cada vez mais completa no grande acorde básico do “Uma coisa só importa” [hino de J. H. Schröder, † 1699, HPD, nº 171, cf. Lc 10.42], perguntando em todas as situações:

Como o Senhor no céu pensa a esse respeito, e como você pensará a respeito disso um dia, quando a terra estiver a seus pés e você se encontrar na luz da eternidade? Isso é sabedoria. Posicionar-se dessa maneira aqui na terra a partir do mirante da eternidade – isso é sabedoria. Adquirir nela cada vez mais treino, experiência e agilidade – isso significa “crescer em sabedoria”.

Até onde posso ir em cada situação? Até que ponto devo falar ou silenciar no convívio com outros? Quando devemos dizer ao próximo que pecou contra nós, em particular? Quando e por quanto tempo temos de suportá-lo calados? E onde precisamos ceder, onde insistir em nossos direitos? Até que ponto devemos consolar ou primeiramente exortar um sofredor? Quanto descanso podemos requerer para nós? Quando e de que maneira temos de ajudar o empregado que falta ao trabalho?

Até que ponto podemos ser “tudo para todos”? Como devemos posicionar-nos diante dos partidos na igreja e no Estado? Essas perguntas não são respondidas abrindo a Bíblia e selecionando mecanicamente um versículo qualquer, mas relacionando corretamente o conhecimento de Deus e do mundo obtido pela palavra de Deus, e quando levamos em consideração, mediante sábia apreciação, a situação e as pessoas envolvidas naquela ocasião. (Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança).

2- Jesus crescia em estatura.

Sua estatura era mediana como a de qualquer judeu. Ele não cresceu em “estatura” descomunal, mas essa passagem das Escrituras refere-se ao crescimento físico do menino Jesus, porque quando o texto foi citado Jesus tinha apenas 12 anos de idade.

Na vida cotidiana em sua casa em Nazaré, cuidava dos pais com amor e carinho. Ele era o primogênito de Maria, e desenvolveu seu porte físico trabalhando com o pai, o qual lhe ensinou a arte da carpintaria (Mc 6.1-3).

A palavra “estatura” pode ter, também, um sentido figurado de “altura e grandeza moral e espiritual”. Porém o contexto dessa passagem bíblica indica o seu desenvolvimento físico. Até os 30 anos, Jesus viveu em Nazaré com sua mãe e seus irmãos, visto que José já havia morrido. Era, portanto, um homem de estatura mediana como a de qualquer judeu, pois tinha um corpo normal e saudável. (Cabral. Elienai, RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 213).

3- Jesus crescia em graça diante de Deus e dos homens.

A graça que tinha para com Deus, o Pai, tinha a ver com a consciência que Jesus tinha de quem era e porque, sendo Deus, se fez carne (Jo 1.1,14). A consciência que Ele tinha do seu papel como Filho de Deus é revelada no episódio quando seus pais o acharam no Templo discutindo com os doutores da Lei.

Ele gentilmente respondeu a José e Maria: “Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lc 2.49).

Ora, cuidar dos “negócios do Pai e fazer a sua vontade” eram mais importantes que comer e beber, e mais importante até mesmo que o aconchego da sua família. “A graça para com os homens” dizia respeito à simpatia que Ele irradiava para com as pessoas, especialmente as mais carentes, e ao poder que Jesus tinha para atrair para si a esperança dos pecadores de serem salvos. Sua personalidade era cativante e seu carisma era manifestado quando abria a boca para falar do Reino de Deus. (Cabral. Elienai, RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 213-214).

4- Lições importantes.

A sua mãe, embora não compreendesse perfeitamente as palavras do seu Filho, ainda assim as guardava no coração, esperando que no futuro elas lhe fossem explicadas, e então ela as compreenderia completamente, e saberia como fazer uso delas. Ainda que possamos negligenciar as palavras dos homens, por serem obscuras (Si non vis intelligi debes negligi -Se não for compreensível, não tem valor), não devemos pensar a mesma coisa a respeito das palavras de Deus. Aquilo que, a princípio, é obscuro, para que não saibamos o que fazer pode, no futuro, ficar claro e fácil; portanto, nós devemos guardá-lo para o futuro. Veja João 2.22.

Nós podemos, em outra ocasião, encontrar uso para aquilo que não nos parece ter utilidade agora. Um aluno memoriza aquelas regras gramaticais cujo uso ele não compreende no presente, porque lhe foi dito que no futuro elas lhe terão utilidade; a mesma coisa nós devemos fazer com as palavras de Cristo. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pag. 538).

CONCLUSÃO

A família cristã deve ser o lugar em que os nossos filhos possam se desenvolver em sabedoria, em estatura e, principalmente, em graça diante de Deus e dos homens. Em nossa família, os nossos filhos devem ter as suas primeiras experiências com Deus de modo a desenvolver a maturidade cristã.

- Propaganda - spot_img

Últimas Noticias

- Propaganda -