Prezados professores e alunos,
Paz do Senhor!
“Porque a tua benignidade é melhor do que a vida; os meus lábios te louvarão. Assim, eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos.” (Sl 63.3,4)
INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo veremos que não há avivamento eclesiástico sem que haja crentes genuinamente avivados. É desejo do Senhor que sejamos fervorosos no espirito e tenhamos intimidade diária com Ele.
Não o busquemos somente nesse período dessa lição, apenas quando tudo vai bem ou quando tudo vai mal, como diversas vezes Israel foi exortado, a fim de que o seu amor para com Deus não fosse como a neblina da manhã ou como orvalho que logo evapora;
“Pondo-os ele à morte, então, o procuravam; e voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. E lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo, o seu Redentor. Todavia, lisonjeavam-no com a boca e com a língua lhe mentiam. Porque o seu coração não era reto para com ele, nem foram fiéis ao seu concerto.” (SI 78.34-37)
“Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa beneficência é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.” (Os 6.4).
Mas que essa busca fosse sólida, contínua e sempre manifesta em atitudes de bondade e obediência (Cf. Is 58.1-10). Porque o Senhor quer misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos;
“Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. Porque eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.” (Cf. Os 6.3,6).
Portanto, não por acaso, todo avivamento é marcado pela busca fervorosa, oração constante, leitura e prática da Palavra. Tais práticas produzem frutos notáveis em todas as áreas da vida do cristão.
I- O AVIVAMENTO NA VIDA DO SALMISTA
1- Uma busca sincera.
No Salmo 63, o salmista Davi expressou quão profundo era o seu relacionamento com Deus. Ele anelava pela presença de Deus. O buscava pelas madrugadas, tinha sede da presença de Deus, desejo de contemplar as maravilhas de Deus, e tinha satisfação e engrandecia ao Senhor, pela prosperidade espiritual. Davi expressou esse avivamento de forma bem eloquente nos seus salmos. Nesse Salmo como em outros, podemos ver como ele demonstrou essa realidade do seu avivamento espiritual diante de Deus de forma bem expressiva.
Ó Deus, tu és o meu Deus forte. Elohim (o Poder) era o Deus do poeta sagrado. A crença em Seu poder e em Sua graça levou o salmista a buscar desde cedo a Deus, provavelmente uma referência superficial às orações matinais e aos sacrifícios efetuados no templo a cada dia, mas dando a entender principalmente a ânsia do salmista por entrar em contato com o Senhor. Por isso mesmo, o poeta estava sempre preparado, cedo ou tarde, para buscar espiritualmente a Deus. Outrossim, ele tinha uma alma sedenta por Deus, que nunca lhe permitia fatigar-se.
Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. (Salmo 42.1)
A sede é um apetite insistente que continua a informar-nos sobre nossa necessidade de água, sem a qual não sobreviveríamos. Assim sendo, em um sentido real. nenhum homem pode sobreviver sem Deus. Ver no Dicionário o artigo chamado Sede.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. (Mateus 5.6)
O homem que foi o autor deste salmo era, definitivamente, um místico ou quase místico. Ele não tinha uma atitude legalista, mas buscava a presença de Deus. Cf. o vs. 8, bem como um poeta de mente semelhante, no Salmo 42.
A definição básica dessa palavra é o contato com um poder ou presença mais elevada que a pessoa que faz a busca.
“A essência residual da devoção religiosa é que o objeto da dedicação do indivíduo seja o Tudo… Nosso poeta concordou prontamente com o santificado Fenelon, o qual disse: ‘Devemos pertencer a Deus sem reservas. E depois de nos termos encontrado com Deus, nada mais haverá pelo que procurar” O poeta sacro acordou-se com a excelente expectação de chegar mais perto de Deus, naquele dia. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2243-2244).
2- Contemplando e bendizendo ao Senhor.
Na sua vida, o salmista experimentou momentos de lutas, dificuldades e opressões dos seus inimigos, mas ele também vivenciou momentos de grande alegria e avivamento espiritual pela graça de Deus. Na sua oração, ele disse com muito júbilo: “Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e folguem de alegria. Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que vai sobre os céus, pois o seu nome é Jeová; exultai diante dele” (68.3-4). Davi ora a Deus para que os justos alegrem-se e regozijem-se na sua presença. Se há um povo que tem o direito e o dever de alegrar-se são os justos. São os pecadores que se converteram a Cristo como o seu Salvador e servem a Deus com obediência e santidade.
Quem é servo de Deus e procura agradar-lhe vive na presença dEle. O salmista escreveu sobre onde obter a alegria espiritual: “Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). O crente sincero sabe o que é estar “na presença do Senhor”, onde encontra “abundância de alegrias”, um estado de avivamento espiritual que não se pode encontrar em nenhum outro lugar. O homem e a mulher fiel a Deus dedicam-se à oração, à leitura da Bíblia e louvam e adoram ao Senhor. Assim, encontram-se na presença dEle. O crente pentecostal busca ser cheio do Espírito Santo. Diz a Bíblia: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). (Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023).
3- Deus é o nosso auxílio.
No seu avivamento pessoal, Davi expressou a sua visão mais ampla de Deus. Ele expressa o cuidado dEle com os órfãos e diz: “Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus no seu lugar santo” (Sl 68.5).
É uma percepção profunda. Os órfãos, principalmente quando crianças, sentem a falta irreparável dos seus pais. O salmista vê Deus como o Pai Celeste, que deles cuida, como o Jeová Jiré, o Senhor que tudo provê e não lhes deixa faltar nada. Ao mesmo tempo, Deus é visto como “juiz de viúvas”, “no seu lugar santo”, ou seja, nos céus. As viúvas no tempo de Davi eram pessoas geralmente desamparadas, não possuíam sustento próprio, não tinham empregos nem direitos quaisquer.
Por vezes, até mesmo as suas heranças eram tomadas pelos mais fortes, ambiciosos e injustos, mas Deus coloca-se como o seu Juiz. E quando Ele julga a causa de alguém, julga com equidade e justiça. Na mesma linha de pensamento, o salmista diz que Deus atenta para “o solitário” e faz com que este viva em meio a uma família. E é Ele que liberta os prisioneiros, mas não tolera os rebeldes, reservando “terra seca” para esses: “Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca” (68.6). (Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
II- O AVIVAMENTO ESPIRITUAL DO CRENTE
1- Reservando uma agenda de piedade.
Um crente avivado espiritualmente demonstra essa condição em três aspectos importantes: na vida devocional, na vida familiar e na vida do serviço a Deus.
É de fundamental importância que o cristão reserve na sua agenda os momentos especiais, diários e sistemáticos para o cultivo da sua vida devocional, através da qual ele estreita a sua comunhão com Deus. Não pode haver avivamento na vida de uma pessoa que não ora e não busca estar na presença de Deus. (Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023).
2- A prática da oração.
O crente fiel precisa orar todos os dias. Começar o dia sem orar é correr o risco de enfrentar situações difíceis sem encontrar a solução para os problemas que surgem na vida. O exercício diário da oração é um reforço maravilhoso para ter uma vida espiritualmente avivada. Um velho ditado proferido nos púlpitos dizia: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”.
É a verdadeira expressão da verdade. É impossível haver uma vida avivada sem oração. Ela é a chave que abre as portas do sobrenatural quando homens e mulheres de Deus colocam-se de joelhos e buscam a unção do Espírito Santo. Homens de Deus na Bíblia só puderam ser vencedores quando praticavam uma vida diária de oração.
Davi tinha o costume de começar o dia orando e vigiando. Ele orava pelo menos três vezes ao dia (Sl 55.17);
Daniel orava três vezes ao dia (Dn 6.10);
Jesus costumava orar diariamente (Mt 26.36-44; Lc 22.39);
O “segredo” do Pr. David Young Cho, pastor da maior igreja pentecostal do mundo, em Seul, na Coreia do Sul, era orar mais de uma hora por dia.
Um velho hino diz: “Bem de manhã, embora o céu sereno pareça o dia a calma anunciar, vigia e ora o coração pequeno, que um temporal pode abrigar”. O crente que ora tem ao seu dispor a energia e o poder de Deus para desenvolver o seu ministério. (Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023).
3- A leitura devocional da Bíblia.
O crente avivado precisa ler e estudar a Bíblia diariamente para entender e absorver os seus conteúdos preciosos em termos de ensino, doutrina, exortação, orientação e advertências e para a sua própria edificação espiritual. Os dias são maus. Há muitos motivos pelos quais o crente fiel precisa ocupar-se com o estudo da Palavra de Deus. Ela deve ser lida e estudada, observando alguns aspectos:
a) Meditação: O salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de Deus: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97). Thomaz E. Trask escreveu: “Todos os dias, das cinco às sete da manhã, estudo a Bíblia e oro” (Trask, p. 17). O salmista ainda diz: “Antecipei-me à alva da manhã e clamei; esperei na tua palavra” (Sl 119.147);
b) Prevenção: É necessário ter a palavra no coração para não pecar (Sl 119.11).
c) Consolo: “Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou” (Sl 119.50).
d)Direção divina: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105).
e) Ordenamento da vida pessoal: “Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniquidade alguma” (Sl 119.133).
(Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023).
III- A VIDA PESSOAL E FAMILIAR DO CRENTE AVIVADO
1- A vida pessoal.
São indispensáveis a preocupação e o cuidado do crente consigo mesmo. Muitos se descuidam e sofrem as consequências. É necessário cuidar de si mesmo para estar mais apto a ter uma vida avivada espiritualmente. Diz a Bíblia: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16). A preocupação com a vida pessoal envolve aspectos relevantes.
O crente fiel precisa ter cuidado com a sua integridade moral e espiritual: deve ser íntegro. Essa palavra quer dizer: inteiro, completo; perfeito, exato; reto, imparcial, inatacável; (Dic. Aurélio).
Íntegro é aquele que faz o que diz e diz o que faz; é o que dá testemunho dentro e fora de casa, dentro e fora da igreja, seja na presença ou na ausência dos seus líderes (cf. Mt 5.37; Tg 2.12).
Tato. É sinônimo de “prudência, cautela, tino” (Dic. Aurélio). É fundamental no trato com as pessoas, fatos ou situações, evitando precipitações no falar e no agir (Pv 25.11; Ec 3.1,7).
Saúde. João, escrevendo ao seu amigo Gaio, desejou-lhe saúde (3 Jo 1.2). No que cabe a si, o crente deve obedecer aos princípios bíblicos e científicos no cuidado com a saúde: oração, boa alimentação, repouso, exercício (com o suor do teu rosto […]), atitude mental correta, evitar o estresse ou a tensão emocional.
Pesquisas mostram que os pastores são submetidos a tensões fora do comum.
O zelo por si mesmo, pela sua mente e pelo seu corpo contribui para que o crente tenha melhores condições emocionais e físicas no desenvolvimento da sua vida na terra. (Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023).
2- A vida com o cônjuge.
A Bíblia diz em Provérbios 18.22: “O que acha uma mulher acha uma coisa boa e alcançou a benevolência do Senhor”. O cristão que deseja ser avivado espiritualmente tem que ser exemplo nos seus deveres como esposo. Como tal, ele deve agir da melhor maneira possível. Em se tratando de obreiro, pastor ou líder, nenhuma outra atividade exige da família identificação com o trabalho do esposo como a atividade ministerial. Como o crente fiel pode e deve comportar-se como esposo?
Amando a esposa (Ef 5.25-29)
Isso exige demonstrações práticas de carinho, de afeto (Pv 31.29; Ct 4.1;1.16), através de palavras e gestos (cf. 1Jo 3.18): “O que acha uma mulher acha uma coisa boa e alcançou a benevolência do Senhor” (Pv 18.22). O esposo cristão deve ser grato a Deus por essa “benevolência”. Para muitos, as expressões “eu te amo”, “gosto de você” e outras são coisas do passado. Sem essas pequenas coisas, o casamento torna-se azedo, sem graça e pode abrir brecha para a ação do Inimigo. O casamento cristão precisa ser avivado em todos os aspectos.
Comunicando-se com a esposa
O crente deve dedicar tempo para a esposa, reservar tempo para conversar com ela, ter diálogo, saber ouvi-la (ver Tg 1.19). É indispensável desenvolver a Comunicação Significativa. Deve-se também evitar a comunicação rotineira, não responder com raiva (Pv 14.29; 15.1), não dar silêncio como resposta: isso é pirraça; não é para crente fiel. Evitar aborrecê-la (Pv 10.19).
Zelando pela esposa (Ef 5.29; 1 Co 7.33)
Há crentes que só querem zelo para si, mas não zelam pelas suas esposas. Já vimos irmãs crentes reclamando dos seus esposos por estes serem displicentes no cuidado com elas em termos emocionais e físicos. Cada pessoa tem o cônjuge que merece. Se cuidar da sua esposa, zelando pela sua saúde e as suas emoções com carinho, afeto e amor, terá uma esposa alegre e feliz.
União com a esposa (1Co 1.10)
A união é fator decisivo para um casamento feliz e espiritualmente avivado. É exortação bíblica por excelência. Todos conhecemos o Salmo 133, o Salmo do amor fraternal ou da união:
Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre. (Sl 133.1-3)
Cuidar da parte sexual (1Co 7.3,5)
É importante para o equilíbrio espiritual, emocional e físico do cristão e da sua esposa. Quando o casal não vive bem nessa parte, o Diabo procura prejudicar o relacionamento a fim de destruir o ministério e a família. Por incrível que pareça, um casal avivado espiritualmente tem uma vida sexual bem melhor do que crentes puramente carnais.
Honrando a esposa
Há crentes que se envergonham das suas esposas. Isso não é de Deus. É de origem carnal e diabólica. O crente avivado honra a sua esposa, como exorta a Palavra de Deus: Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coerdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações. (1Pe 3.7)
Honrar a esposa é uma condição indispensável para ter uma vida espiritualmente avivada, e esta não pode ocorrer sem oração. A falta de honra à esposa impede que as orações subam à presença de Deus.
Compreendendo seu papel de líder no lar É a liderança fundada no amor, “no Senhor” (1Co 11.3), e não no autoritarismo. Deve ser exemplo para os lares. A Bíblia, o manual do casamento e da família, orienta sobre como ser feliz no casamento: Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. (Ef 5.25-28)
As mulheres devem sujeitar-se aos seus maridos, “como” a Igreja está sujeita a Cristo. Não se trata de uma relação de inferioridade, nem sujeição impositiva, mas no amor verdadeiro em termos espirituais e conjugais (Ef 5.22-24). Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
3- A vida com os filhos.
Um pastor que visitava o presídio de uma grande capital brasileira ouviu o diretor da instituição dizer: “Muitos dos que estão aqui são filhos de crentes. Na cela de segurança máxima, há dez presos: quatro são filhos de pastores”. É preciso que o cristão, principalmente se for obreiro, dê mais atenção aos seus filhos. Não adianta dar glórias a Deus no púlpito ou nas igrejas se há uma família infeliz em casa. Um lar cristão, avivado espiritualmente, é ambiente ideal para um excelente relacionamento familiar. No relacionamento com os filhos, os pais cristãos devem ter alguns cuidados, indispensáveis para uma vida cristã avivada e feliz: O homem justo leva uma vida íntegra; como são felizes os seus filhos! (Pv 20.7, NVI).
Afeto
O afeto é uma das mais expressivas demonstrações de amor: Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. (Fp 2.1,2; cf. Sl 2.12; Os 11.1a, 4a).
Cuidados espirituais (Dt 11.18-21; Ef 6.4)
O culto doméstico é indispensável. É de grande valor espiritual a realização do culto doméstico para cultivar o saudável hábito de ler e meditar na Palavra de Deus, como ordena a sua Palavra: Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; e escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas portas, para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra. (Dt 11.18-21)
Lamentavelmente, 90% dos crentes pentecostais não realizam o culto doméstico. Amam estar nos templos, louvam ao Senhor em altas vozes, gostam de evangelizar, mas não valorizam a adoração a Deus nos seus lares. Essa omissão traz grandes prejuízo para as suas famílias e também para as igrejas onde servem a Deus. Sem adoração ao Senhor no lar, o Maligno encontra brechas para prejudicar as famílias, os pais e o casamento. O salmista Asafe escreveu pelo Espírito Santo:
Escutai a minha lei, povo meu; inclinai os ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei a boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade, os quais temos ouvido e sabido, e nossos pais no-los têm contado. Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que fez. Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, e ordenou aos nossos pais que a fizessem conhecer a seus filhos, para que a geração vindoura a soubesse, e os filhos que nascessem se levantassem e a contassem a seus filhos; para que pusessem em Deus a sua esperança e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos e não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel para com Deus. Os filhos de Efraim, armados e trazendo arcos, retrocederam no dia da peleja. (Sl 78.1-9 – grifos acrescidos)
Nesse texto, vemos claramente a exortação para que os pais passem aos seus filhos os louvores de Deus, bem como “a sua força e as maravilhas que fez”, de modo que as gerações futuras saibam-no e os filhos levantem-se e contem aos seus filhos o que o Senhor fez, com objetivos elevados: ponham em Deus a sua esperança; não se esqueçam das obras dEle; guardem os seus mandamentos; não sejam rebeldes como os seus pais, no caso do povo de Israel. Que Deus toque no coração dos crentes para que aprendam que a primeira igreja é a sua família; as primeiras almas que devem ser salvas são os seus familiares. O culto doméstico reúne a família em torno da Palavra de Deus para louvar e aprender as verdades sagradas. Paulo dá um alerta solene: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1 Tm 5.8).
Cuidados gerais
Alimento, educação, saúde e demais necessidades.
Comunicação
É preciso dar tempo para conversar com os filhos. Não os provocar à ira (Ef 6.4); não os irritar (Cl 3.21). Pedir perdão quando errar com eles.
Disciplina
Embora a disciplina seja sempre vista como algo desagradável, é necessária para a boa formação da personalidade e do caráter cristão (Hb 12.7; Pv 19.18; Pv 13.24; 29.15; cf. Jr 31.20).
O cuidado com a família dá ao obreiro condições para ser exemplo e ter no lar um lugar de repouso e restauração das energias despendidas na lida ministerial. (Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023).
4- Os efeitos do avivamento na vida pessoal.
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Uma vez que Deus é o Deus da paz (13.20), que através do nosso Melquisedeque, o rei da paz (7.2), tem nos trazido da desarmonia para a paz e da alienação para a reconciliação, devemos, em nossos relacionamentos diários, lutar pela paz com todos os homens. É bem verdade que muitos dos nossos problemas vêm das pessoas. Elas nos ferem, nos decepcionam, nos perseguem e testam nossa paciência até o limite.
Devemos aproveitar esse tempo para aprender a viver em paz com essas pessoas (Rm 12.18). Não podemos permitir que os outros arranquem nosso coração e nos encham de ódio. Se permitirmos isso, eles terão nos derrotado.
Não podemos permitir que os outros determinem como vamos reagir ao que eles nos fazem. Não podemos terceirizar nossos sentimentos. Não podemos caminhar bem quando estamos em guerra com os outros.
De igual modo, não podemos permanecer vitoriosamente na corrida quando nossa alma fica carregada pela fuligem do pecado. A santificação precisa seguir a paz. Olyott diz que na vida existem pensamentos, motivações, atitudes, hábitos, prioridades, amores, ódios, confiança, opiniões e muitas outras coisas que entristecem o Senhor. O progresso em santidade não é opcional, mas uma necessidade absoluta, pois sem ela ninguém verá o Senhor.
Tanto a paz quanto a santificação precisam ser buscadas se quisermos completar nossa carreira. Essa paz requer esforço. A união entre paz e santificação aqui é uma advertência implícita de que não devemos buscar a paz a ponto de comprometer a santificação. O cristão busca a paz com todos, mas busca a santidade também, e esta não pode ser sacrificada por aquela. (LOPES. Hernandes Dias. HEBREUS A Superioridade de Cristo. Editora Hagnos. 1 Ed. 2018).
CONCLUSÃO
Nos Salmos, podemos ver como Davi demonstrou uma realidade de forma bem expressiva de um avivamento pessoal diante de Deus. Assim, todo crente pode ter uma vida pessoal avivada, desde que em todos os momentos e lugares, esteja em comunhão estreita com o Senhor. A palavra “avivamento” pode ter sido banalizada pelo seu excesso de uso de maneira errônea. Contudo, assim como tantas outras virtudes de Deus, de nada adianta conhecer ou falar a respeito sem vivenciá-la, sem ver seus efeitos repercutindo em bom testemunho. Se você anseia por mais do Senhor e deseja ter uma vida marcada pelo legítimo avivamento, Ele te diz: “buscar-me-eis e me achareis quando me buscares de todo o vosso coração” (Jr 29.13).