O arminianismo crê na ‘Depravação Total’

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Jacó Armínio defende categoricamente a corrupção do gênero humano como as Escrituras ensinam.

A depravação total é expressão conhecida na academia teológica. Esse assunto está relacionado a dois pontos: pecado original e ausência de tomar iniciativa no plano da salvação. Essa doutrina bíblica é um ensino que sempre foi destacado entre os reformadores. Lutero em seu livro “Nascido Escravo”, afirma que “não somente são todos os homens, sem qualquer exceção, considerados culpados à vista de Deus, como também são escravos desse mesmo pecado” (LUTERO, 2015. Página 21). O reformador alemão está explicando que a raça humana é pecadora, porque todos nascem e herdam o pecado original. O reformador João Calvino, no seu famoso comentário bíblico Romanos, explica “que todos os homens são pecadores, daí o apóstolo [Paulo] inferir que todos são deficientes ou desprovidos de todo e qualquer louvor da justiça” (CALVINO, 2018. Página 150).

O reformador de Genebra está corroborando Lutero. O ser humano nasce pecador e não tem capacidade de tomar iniciativa no plano da salvação. Só Deus, mediante a Sua graça, que toma iniciativa no plano da salvação. Mas o arminianismo crê na depravação total? A resposta é sim. O arminianismo crê na depravação total na mesma medida do que os luteranos e calvinistas. Armínio, no Volume 1 das suas obras, afirma que “a mente do homem, em seu estado, é escura, destituída do conhecimento salvífico de Deus e, de acordo com o apóstolo Paulo, incapaz de alcançar as coisas que pertencem ao Espírito de Deus” (ARMÍNIO, 2015. Página 473). O teólogo holandês destaca que o ser humano, sem o auxílio da graça, não possui nenhuma capacidade.

Nessa afirmação e entre outras, não há nenhum indício do pensamento pelagiano e nem o semipelagianismo (segundo muito presente no meio evangélico brasileiro). Jacó Armínio defende categoricamente a corrupção do gênero humano como as Escrituras ensinam. Sem nenhum acrescimento, seguindo a mesma lógica de Lutero, Calvino, entre outros. Outro nome importante do arminianismo é John Wesley. Conhecido como teólogo prático, avivalista e Pai do Metodismo, Wesley defende enfaticamente a corrupção de gênero. No seu Sermão Pecado Original, ele afirma que “que todos os homens são concedidos em pecados e formados em iniquidade, e que, portanto, há em todo homem uma mente carnal que é inimizade contra Deus” (WESLEY, Sermão Pecado Original).

Wesley, assim como Jacó Armínio, jamais afirmou que o ser humano sem Deus tem capacidade de tomar iniciativa no plano salvífico. Em nenhum de seus escritos, eles ensinavam a negação do pecado original e a depravação total. Não há nenhum registro que eles tinham uma “visão otimista do ser humano”. O ser humano sem Deus está morto em seus pecados (Efésios 2). Somos pecadores porque nascemos em pecado (Salmos 51:5; Romanos 3:23). Só o Deus vivo é quem pode tomar iniciativa para o ser humano decaído, para manifestar a Sua maravilhosa graça. Esse ensino deve ser destacado em nossas igrejas.

Por Ediudson Fontes – Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Teólogo. Pós-graduação em Ciência das Religiões. Mestrado em Teologia Sistemática.

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