Arminianismo Autêntico – Parte 2

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Jacó Armínio destacou que o homem é incapaz de tomar iniciativa, sem auxílio da graça.

O essencial da teologia arminiana é a graça preveniente. Toda a salvação é pela graça de Deus. A palavra preveniente vem de duas palavras latinas prae, que significa antes e venire, cujo significado é vir. A graça preveniente é aquela que está no começo ordo salutis iluminando o pecador e preparado – o para ser convencido de seus pecados, entretanto ela não obriga ninguém a se render ao Senhor. Para John Wesley, a graça preveniente é comparável à criação inicial de Deus ex nihilo (a partir do nada).

A verdade, portanto, é a seguinte: todos homens são por natureza inabilitados a volta – se para Deus e fazer a vontade dEle sem a graça preveniente. Todos, no entanto, são habilitados a assim fazer por essa graça que se oferece a todos. E todos os que aceitam essa graça poderiam também tê-la rejeitado, e todos os que a rejeitam poderiam tê-la aceitado. Há participação humana no ato da conversão, porém, essa participação se dá de forma não independente do ser humano. Ela depende da atuação do Espírito Santo. O ato de conversão é sempre uma iniciativa divina. Qualquer um que ler a teologia de Armínio de maneira imparcial e com uma mente aberta notará seu apaixonado compromisso com a graça de Deus. Em nenhum momento ele atribui alguma eficácia casual para salvação à bondade humana ou até mesmo à força de vontade.

A teologia arminiana não tem nada de semipelagianismo ou pelagianismo. Para Jacó Armínio a graça de Deus é uma afeição gratuita em direção ao pecador miserável. Arminianismo nunca ensinou que a justiça é por intermédio do desempenho ou boas obras e sempre aderiu entusiasticamente à salvação, que é recebida através do arrependimento dos pecados, diante de Deus, e da fé em Jesus Cristo. Pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, o homem é justificado pela graça, mediante a fé. Jacó Armínio destacou que o homem é incapaz de tomar iniciativa, sem auxílio da graça.

John Wesley sempre enfatizou o papel da graça na salvação, sem negar certa cooperação sinergismo entre os humanos e o Deus Salvador. Wesley considera a graça em um sentido muito conjuntivo, como um indicador do favor divino e, portanto, em um sentido real, a obra só de Deus, o que observamos, em especial, em seu sermão “Graça Livre”. Por isso, Wesley considerava a graça, antes de tudo, o favor de Deus que não merecemos. A graça de Deus é a dádiva das bênçãos diárias que recebemos dEle, sem merecê-las (João 1:16). Tudo é pela graça de Deus.

Por Ediudson Fontes – Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Bacharel em Teologia pela Fateos. Pós-graduação em Ciência das Religiões. Mestrado em Teologia Sistemática pela Fateos. Professor de Teologia, escritor e consultor teológico.

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