CONTRA OS FALSOS PROFETAS

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Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.” (2Pe 2.1)

INTRODUÇÃO

A Palavra de Deus deixa claro a existência dos falsos profetas no meio do povo de Deus. O Senhor Jesus falou a respeito disso no Evangelho de Mateus: “porque surgirão […] falsos profetas” (Mt 24.24). Essa trágica realidade também estava presente no ministério do profeta Ezequiel. Este tinha uma palavra de juízo; os falsos profetas tinham” palavras de bênçãos”. A presente lição é um alerta para o crente viver de maneira prudente. É preciso sensibilidade e discernimento espiritual para discernir a fonte das profecias.

I – DEFINIÇÃO DO TERMO “PROFETA” E DA EXPRESSÃO “FALSO”

Definição do termo profeta. As três principais palavras hebraicas para se referir ao profeta são: “naví, roéh e hozéh” (Cr 29.29) cuja etimologia primária é de: “porta-voz, orador” (Êx 4.10-15, 7.1). Há outros termos que também usados para os profetas como: mensageiro (2Cr 36.15,16); embaixador (Ag1.13); servo de Deus e do Senhor (1Rs 14.18; 2Rs 9.7); e homem de Deus (Dt 33.1; 1Sm 9.6). “Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas” (STAMPS, 1995, p. 1001).

Definição do termo “falso”. Segundo o dicionarista Antônio Houaiss falso é: “contrário a verdade; inexato; sem fundamento; aquilo que há mentira; enganoso; impostor; falsificado; postiço; simulado” (2011, p. 1304).

II – SOBRE OS FALSOS PROFETAS EM EZEQUIEL

Profetizar falsamente era crime em Israel sob pena de morte conforme a lei de Moisés (Dt 13.1-5; 18.20-22). Israel já havia experimentado falsos profetas e opositores à obra de Deus (1Rs 22.11,12,24,25). O engano produzido pelos falsos profetas “pseudoprophetes” não é um assunto novo (Jr 6.13; Zc 13.2). Moisés tratou do assunto ao falar com os filhos de Israel (Dt 18.21- 22). Os falsos profetas eram aqueles que prediziam paz, prosperidade, e segurança para o povo, quando este achava-se em pecado diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).

Há numerosas referências no AT aos falsos profetas (2Cr 18.4-7), um espírito mentiroso achava-se na boca destes (2Cr 18.18-22). Até o Senhor Jesus e Pedro advertiu a respeito disso (Mt 24.24; 2Pe 2.1). Essa trágica realidade também estava presente no ministério do profeta Ezequiel (Ez 13.1-10).

Nota na Bíblia de Aplicação Pessoal diz: “Essa advertência foi dirigida aos falsos profetas, que declaravam mensagens mentirosas, ditas com a intenção de ganhar popularidade, para agradar as pessoas. Os falsos profetas não se importavam com a verdade, como fazia Ezequiel. Acalmavam as pessoas, transmitindo uma falsa sensação de segurança, tornando o trabalho de Ezequiel ainda mais difícil. Tome cuidado com as pessoas que distorcem a verdade para obter poder e popularidade”. (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD).

No versículo 3 a expressão “profeta de Israel” o profeta Ezequiel aqui se refere sarcasticamente aos profetas de Israel, falsos profetas que profetizando dizem o que lhes vem do coração, isto é, suas emoções e desejos. Ele desmascara a fonte (v. 3), o conteúdo (vs. 4, 5) e o resultado de sua mensagem (vs. 6, 7) e o destino dos falsos profetas (vs. 8, 9).

No versículo 4 o profeta Ezequiel diz: Os teus profetas… são como raposas entre as ruínas. As raposas no deserto “devastam os vinhedos” (Ct. 2.15). Israel era o vinhedo (Sl. 80.8-15; Is. 5.1-7; 27.2; Jr. 2.21). No deserto, as raposas têm pouco para comer e ficam vorazes e astutas, para devorar o restante da comida, antes que outro animal lhes roube a oportunidade. Os falsos profetas são raposas espirituais, prontos para destruir e devorar. Eles trabalham para a ruína, não para o bem, do povo. De fato, o falso profeta faz “das ovelhas” sua comida.

III – CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS PROFETAS A LUZ DA BÍBLIA

A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós falsos profetas (At 20.30; 2Pd 2.1,2; 1Tm 4.1; 1Jo 4.1). A mensagem divina contra atitudes de pseudos profetas contrárias às orientações divinas à frente do povo de Deus tanto no AT como no NT é um tema bem presente nas Escrituras Sagradas, pois causam muitos e grandes sofrimentos e dificuldades (Ez 34.7-10; 2Co 11.13). A Bíblia descreve os falsos profetas das seguintes formas:

3.1 Os falsos profetas profetizam de si mesmos (Ez 13.2,3,17). Os falsos profetas podem até certo ponto ser sinceros, mas, ainda assim, estar errados. Alguns enganam a si mesmos e convencem-se de que a mensagem é verdadeira (Jr 23.9-11), tais mensagens provêm de suas próprias mentes, não de Deus.

3.2 Os falsos profetas são mentirosos (Ez 13.13.4,5). Os falsos profetas são deliberadamente mentirosos e não tem intenção nenhuma de falar a verdade. O apóstolo João diz: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o Anticristo, o que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2.22).

3.3 Os falsos profetas são hereges (Ez 13.6,7). De acordo com texto bíblico, os falsos profetas introduzem encobertamente heresias de perdição (1Co 11.19; Gl 5.20). Eles pregam heresias (doutrinas falsas) e promovem a divisão da igreja. A respeito deles João disse: “Eles saíram de nosso meio; entretanto não eram nossos” (1Jo 2.19). O apóstolo Pedro disse: “Entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição … blasfemando do que não entendem” (2Pe 2.1,12).

3.4 Os falsos profetas são enganadores (Ez 13.8-10). Estes falsos mestres, além de promover falsas doutrinas, também negam a verdade de Deus (Jr 6.14; 14.14; Ez 13.16). Sobre estes, a Bíblia adverte: “Nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências” (2Pe 3.3). O apóstolo Paulo chama-os de: “amantes de si mesmos […] presunçosos, soberbos” (2Tm 3.2). Judas chama-os de: “murmuradores queixosos” (Jd 16).

3.5 Os falsos profetas buscam de benefícios pessoais (Ez 13.17). Os falsos profetas descritos no AT estavam mais interessados em serem pessoalmente populares. Não era do seu interesse dizerem a verdade. Eles falavam para agradar o povo (Ez 6.14; 13.16).

A tática dos falsos profetas é “falar o que o povo quer ouvir” (Jr 5.31; 29.8; Mq 2.11). A Bíblia diz que: “Seus sacerdotes ensinam por interesse e os seus profetas adivinham por dinheiro” (Mq 3.11). Que eles ensinam: “o que não convém, por torpe ganância” (Tt 1.11). Divulgam a piedade como causa de ganho, fazendo do Cristianismo uma atividade comercial (1Tm 6.5). Procuravam tirar proveito de suas atividades religiosas (Sl 14.4).

3.6 Os falsos profetas são blasfemos (Ez 13.19). Aqueles que falam mal de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, do povo de Deus, do Reino de Deus e dos atributos de Deus são chamados de blasfemos. Judas qualifica-os como homens ímpios que “dizem mal do que não sabem […] ondas impetuosas do mar […] estrelas errantes” (Jd 10,13). O apóstolo Paulo comenta que ele mesmo era um blasfemo antes de sua conversão (1Tm 1.13).

3.7 Os falsos profetas são sedutores (Ez 13.19,20). Jesus alertou-nos de que alguns falsos profetas fariam sinais de milagres e maravilhas, a fim de seduzir e enganar até mesmo os eleitos, “se possível” (Mc 13.22). Nosso Senhor quer dizer que a sedução espiritual é uma ameaça real até mesmo para os crentes.

3.8 Os falsos profetas são reprováveis (Ez 13.21-23). Na mensagem profética do próprio Jesus, proferida no monte das Oliveiras, somos alertados: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane […] muitos serão escandalizados […]. E surgirão muitos falsos profetas e farão tão grande sinais e prodígios” (Mt 24.4,10,11,24). A Bíblia nos alerta sobre os perigos da sedução espiritual nas mãos dos reprovados falsos profetas (Mt 7.15; 2Tm 3.8; 1Jo 4.1; 2Pe 2.1).

IV – SOBRE A GERAÇÃO DAS MENSAGENS FALSAS

O profeta emprega duas figuras de linguagem para descrever uma maneira perversa na qual seus profetas levaram avante seus trabalhos. A primeira maneira é comparando-os com chacais no meio das ruínas. A imagem é perfeita dada a freqüente associação desses animais, de bando, noturnos e carniceiros e com as cidades devastadas e as civilizações devastadas.” Ezequiel não dá uma interpretação da símile, mas a figura convida os ouvintes a imaginar Israel como uma sociedade em ruínas. Em vez de ajudar a reconstruir a nação, os falsos profetas enfatizam sobre a devastação.

A segunda figura oferece uma imagem diferente de destruição: as fortificações ao redor da casa de Israel se deteriorarão. A metáfora compara Israel a uma vinha, ou um campo, que normalmente seria protegida de saqueadores humanos e animais por uma parede (gãdér). Quer construído de pedras soltas quer com argamassa, pelo abandono, a parede rapidamente se deterioraria. Quando apareciam brechas (pèrõsôt), uma ou duas reações eram requeridas daqueles responsáveis pela segurança da propriedade: ou ir e ficar em pé na brecha, afastando qualquer intruso, ou reparar o muro.

No dia de Yahweh. Num estilo característico ezequieliano, o profeta sacode sua audiência ao mudar a nuança da parede. No versículo 5b, Israel não é mais a vinha protegida por uma cerca de pedras; ela é uma cidade cercada. Isto pode ser boa-nova; as más notícias são que o inimigo não é somente o exército de algum reino terreno, mas o próprio Yahweh.“

Essas imagens lidam com o entendimento comum que o papel do profeta era de manter as defesas espirituais da comunidade de Israel. De acordo com Ez. 20.29-30 isto deveria ter sido feito ao rogar por uma revitalização espiritual e moral. Mas esses profetas, que se autosserviam, negligenciavam suas responsabilidades sociais. Em vez de se colocarem em pé na brecha ao anunciar o mal, e reconstruírem o muro ao rogar pela renovação das relações do pacto no qual a verdadeira segurança deveria ser encontrada, ficavam remexendo as ruínas com intenção de tirar o maior proveito possível para eles. Como resultado, Yahweh, o Deus patrono de Israel, tornou-se o inimigo mais terrível deles. (Block. Daniel,. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. p. 379-380).

2- Os portadores de mensagens falsas (vv.6-8).

Antônio Neves de Mesquita diz que esses homens são “uma espécie de funcionários públicos assalariados para dizerem só o que agradava ao povo, com o desprezo do que diziam os profetas verdadeiros”. Ele afirma, em seguida, que se trata de homens “sem convicções religiosas, apenas desejando agradar aos que dominavam, constituíam-se em entrave aos verdadeiros enviados de Deus”.

Javé explica a razão de estar contra os falsos profetas: Como vocês anunciam falsidades e têm visões mentirosas, por isso eu estou contra vocês. A sentença contra esse tipo de obreiro fraudulento já vinha desde Moisés (Dt 13.1-5; 18.20-22). Era crime falar em nome de Javé sem que ele o tivesse autorizado, mas parece que isso não intimidava os falsos profetas, que se sentiam protegidos pelos governantes. Eles contavam com a proteção do Estado, pois seus discursos agradavam as autoridades e a maior parte do povo, e, às vezes, eram até mesmo encomendados pela corte. O por isso é em hebraico lākhēn, que significa “por isso, por essa razão, portanto”, indica a transição da acusação para o anúncio do castigo. Esse é julgamento é por causa das visões mentirosas e profecias falsas. O discurso é uma reafirmação de sua fundamental oposição com o uso daquela tradicional fórmula de autoridade divina: assim diz o Senhor Deus. (Soares. Esequias,. Soares. Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 67-68).

3- A ira de Deus contra os falsos profetas (v.10).

O povo deveria ter-se ocupado na construção de muros morais e espirituais, mas os profetas mentirosos distraíram a mente deles de tais tarefas. Isto deixou o povo sem as defesas necessárias para enfrentar a ameaça babilónica. Os muros morais e espirituais eram cheios de brechas. A mensagem dos falsos profetas, de “paz e prosperidade no nosso tempo”, escondeu as brechas. Os muros estavam caindo aos pedaços e ninguém percebeu. Cf. Jr. 6.14 e 8.11. Muitas vezes o “trabalho” de homens supostamente “espirituais” esconde situações ruins, em vez de revelá-las e transformá-las. A igreja de hoje é extremamente corrupta, seus “muros” são uma massa de escombros. A música do diabo diverte o povo, enquanto o espírito morre de fome. A argamassa fraca, este tipo de material esconde os defeitos, mas não acrescenta força. A declaração “paz e prosperidade” não era um tijolo forte, mas fraco. O “material” daqueles depravados era uma farsa.

CONCLUSÃO

Assim como havia falsos profetas na época de Ezequiel que diziam às pessoas coisas que Deus não havia falado, há o mesmo tipo hoje em dia. Na sua falsidade eles ensinam rebelião contra a palavra verdadeira de Deus. Na sua interpretação errada da palavra de Deus eles caminham para a condenação, levando juntos aqueles que acreditam nos seus falsos ensinamentos. Portanto, tenhamos cautela e sejamos vigilantes.

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