SOBRE A VERDADEIRA ADORAÇÃO

Mais lidas

CAPÍTULO XV. SOBRE A VERDADEIRA ADORAÇÃO

CREMOS, professamos e ensinamos que a adoração é serviço sagrado, culto, reverência a Deus por aquilo que Ele é e por suas obras: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Seguimos o modelo bíblico da adoração cristã sem nenhuma representação visual: “Então, o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma” (Dt 4.12). Aqui estão incluídas as coisas que estão nos céus e na terra, como manda o segundo mandamento do Decálogo. Isso se faz necessário considerando, ainda, a reverência a Deus: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Assim, prestamos nossa adoração e nosso louvor em termos espirituais e imateriais sem o uso de imagens de escultura ou de qualquer outro tipo de representação. Entendemos que a adoração é o nosso reconhecimento de que Deus é digno de ser adorado como resposta humana à natureza divina: “o meu coração te disse a ti: O teu rosto, SENHOR, buscarei” (Sl 27.8).

1. A adoração pública e coletiva.

Reunimo-nos como corpo de Cristo para a adoração pública ao Deus Trino. Jesus prometeu: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). A adoração pública é a atividade de glorificar a Deus em coletividade e serve também para comunhão, despertamento, exortação e edificação da Igreja. Essa adoração pública é realizada com ordem e decência para que os descrentes reconheçam a presença de Deus no culto e para que somente Deus seja adorado no culto da Igreja. Nenhuma prerrogativa é dada a anjos e a seres humanos, pois Deus não divide sua glória com ninguém: “E a minha glória não a darei a outrem” (Is 48.11). Portanto, confessamos que, na adoração pública, a oração, os cânticos, o ofertório, a pregação e o exercício dos dons espirituais na Igreja servem “para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence à glória e poder para todo o sempre. Amém!” (1 Pe 4.11). Entendemos que a adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo: nós conversamos com Ele por meio de nossas orações, cânticos e ofertas, e Deus fala conosco por meio de sua Palavra (pregação e ensino) e das manifestações dos dons espirituais.

2. A adoração individual.

Nós adoramos a Deus como crentes individualmente e em todo o tempo: “a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). Ensinamos que a verdadeira adoração é aquela que nasce no coração e é expressa com obediência à vontade de Deus, sendo percebida pelo testemunho individual que glorifica ao Senhor da Igreja. Negamos que a adoração e a espiritualidade de alguém possam ser medidas, percebidas ou avaliadas exclusivamente pelo exercício dos dons espirituais. Ensinamos que a adoração é uma atividade espiritual e precisa ser efetuada pelo poder e fruto do Espírito Santo na formação do caráter cristão na vida do adorador. Rejeitamos a hipocrisia e toda a aparência de piedade na vida do adorador. Na adoração individual, buscamos a santificação pessoal, servindo a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor.

3. Os elementos do culto.

Havia diversos elementos na adoração nos tempos do Antigo Testamento, como oração, sacrifício, oferta, louvor e cântico. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do primeiro século d.C. a oração antífona do Shema, “ouve”, a confissão de fé dos judeus, a leitura bíblica e a exortação. Nossa liturgia é simples e pentecostal, conforme o modelo do Novo Testamento: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26). Ela consiste em oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas ou testemunho e contribuição financeira, ou seja, ofertas e dízimos. Entendemos que a adoração está incompleta na falta de pelo menos um desses elementos, exceto se as circunstâncias forem desfavoráveis ou contrárias.

4. A oração.

Oração é o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento. Temos diversas reuniões de oração, e também é nosso hábito a vida de oração: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17). Nessa oração individual e privativa ou congregacional, apresentamos a Deus nossa gratidão e nossas petições. Cremos no poder da oração: “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). Oramos pelas famílias, em favor de nossos pastores e líderes, pelos missionários, pela salvação de todas as pessoas e em favor das autoridades constituídas, pela nação de Israel e Jerusalém, em favor dos enfermos, pelos presos e por diversos tipos de milagres, pois Deus “é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3.20). É do agrado de Deus a oração dos seus santos; ela é usada metaforicamente como incenso que sobe diante de Deus num incensário.

5. O Jejum.

O jejum é uma prática frequente entre nós, na vida diária dos crentes individualmente e também em reuniões de culto, com objetivo específico, como acontecia nos tempos bíblicos: “Santificai um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os moradores desta terra, na Casa do SENHOR, vosso Deus, e clamai ao SENHOR” (Jl 1.14); “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram” (At 13.2, 3). O jejum bíblico é a abstinência de alimento, acompanhada de uma atitude pessoal de contrição, dedicação e devoção, por certo tempo, com o propósito de afastar-se para buscar a Deus e dedicar-se a Ele de maneira exclusiva. Moisés, Elias e Jesus jejuaram quarenta dias e quarenta noites. Trata-se de um ato voluntário de acordo com a necessidade de cada irmão ou cada irmã, cujo tempo dessa consagração é de decisão pessoal, que envolve horas ou até mesmo dias. O jejum pode ser absoluto ou parcial. É absoluto quando a abstenção envolve não comer e nem beber; nesse caso as Escrituras Sagradas são específicas: “e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos” (Et 4.16). Assim foi o jejum de Saulo de Tarso quando ele encontrou-se com Jesus: “E esteve três dias sem ver, e não comeu, nem bebeu” (At 9.9). O jejum parcial é, geralmente, a abstenção apenas de alimento sólido. O ato de jejuar é sempre acompanhado de oração.

- Propaganda - spot_img

Últimas Noticias

- Propaganda -