EBD – Sal da Terra, Luz do Mundo

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

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Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

Nessa lição estudaremos a importância de nossa influência como cristãos no mundo. Assim, observaremos esse assunto a partir de duas metáforas do sal e da luz presentes no Sermão do Monte. O Senhor nosso Deus conta conosco para influenciar o mundo atual e, por isso, não podemos deixar de trazer “equilíbrio”, bem como de “iluminá-lo”. O Evangelho de Cristo nos chama para isso.

INTRODUÇÃO       

A passagem de Mateus 5.13-16, exposta por Cristo, tem como relevância dizer o que o crente deve evidenciar como um discípulo do Reino. Nos versículos anteriores, a tônica do Mestre pautou-se na essência, na natureza, declarando o que o cristão deveria ser. Não há problema algum de o cristão estar no mundo, ainda que este esteja na mais terrível corrupção moral e espiritual, nem se deve tomar a atitude monástica, ausentar-se dele. Na verdade, a grande diferença está na vida transformada, pois, como bem ensina Paulo, quem já passou pelo processo da transformação espiritual, recebendo uma nova mente, jamais irá padronizar-se com o estilo de vida pecaminosa, porquanto já experimentou a perfeita e agradável vontade do Senhor (Rm 12.2).

Jesus disse: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17.15, ARA). Antes de subir aos céus, Ele capacitou seus discípulos com o ensino e o poder do Espírito Santo, tornando-os aptos para enfrentar todo o sistema maléfico do mundo pecaminoso e sob o controle do Maligno (1Jo 5.19).

Jesus não poderia tirar os discípulos desse mundo pecaminoso, visto que eles iriam dar prosseguimento ao grande projeto da salvação dos pecadores, uma vez que para isso foram vocacionados e treinados. O que precisavam era tão somente serem guardados do Maligno.

O cristão conhecedor da Palavra, em especial desse ensino de Jesus, sabe da importância de estar neste mundo exercendo o papel de sal e de luz. Ele não teme contaminar-se com o mundo, pois já foi totalmente regenerado, transformado e recebeu uma nova mente, e, como membro da comunidade de salvos, poderá influenciar essa sociedade pecaminosa (1Co 5.10), brilhar como luz e proclamar as virtudes daquEle que nos tirou das trevas (Fp 2.15; 1Pe 2.9). Gomes. Osiel, Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. p. 25.

I- O SAL TEMPERA E CONSERVA

1– Definição.

No grego, sal é um substantivo neutro (hálas), que segundo Strong pode ser definido de quatro maneiras:

1) sal, com o qual a comida é temperada e sacrifícios são salpicados.

2) tipo de substância salina usada para fertilizar terra arável.

3) o sal é um símbolo de acordo durável, porque protege os alimentos da putrefação e preserva-os sem alteração. Consequentemente, na confirmação solene de pactos, os orientais estavam e estão até os dias de hoje acostumados a compartilhar do sal juntos.

4) sabedoria e graça exibida em discurso.

Do hebraico a palavra sal é melach, procedente de malach, rasgar, dissipar, (Nifal) ser dispersado, ser dissipado, salgar, temperar, dessa forma a palavra sal desde Gênesis (Gn 14.3) até chegar ao profeta Sofonias (Sf 2.9) surge aproximadamente trinta vezes. Além das definições dadas quanto ao sal, é importante atentarem para o aspecto histórico em relação a esse elemento, em especial envolvendo o povo de Deus, os judeus. Somente assim poderemos compreender o que Jesus quis dizer ao falar: “Vós sois o sal da terra”.

Havia nas praias do Mar Morto uma fonte inesgotável de sal, fala-se também de uma montanha de sal com oito quilômetros de comprimento, que ficava na parte meridional do mesmo mar. Provavelmente, foi sobre isso que falou o profeta Sofonias (Sf 2.9) e o que consta em 2 Samuel 8.13 ao fazer menção ao vale do Sal. No caso dos fenícios, eles conseguiam sal do Mar Mediterrâneo pela evaporação. Acredita-se que o sal que era usado pelos povos antigos se denominava sal-gema e era oriundo dos lagos de água salgada. Era um sal impuro e a parte exterior era sem sabor. A menção feita em Mateus 5.13 provavelmente foi a esse tipo de sal, pois, às vezes, era posto fora sendo visto como coisa inútil.

Ainda há que se destacar a aliança de sal, como é descrita no Antigo Testamento. Sabe-se que as ofertas de manjares deveriam ser salgadas com sal (Lv 2.13), de modo que tal aliança falava de um pacto perpétuo entre Deus e o seu povo (Nm 18.19; 2Cr 13.5). Na passagem de Deuteronômio 29.23, compreende-se que o sal tem o poder de queimação, motivo pelo qual pode se entender a esterilidade das praias do Mar Morto, e quando se atenta para Jeremias 17.6 tem-se a menção de terra salgada, uma referência direta a lugares improdutivos, secos (Jó 39.6; Sl 107.34; Ez 47.11; Sf 2.9).

Em Juízes 9.45 (ARA) está escrito: “Todo aquele dia pelejou Abimeleque contra a cidade e a tomou. Matou o povo que nela havia, assolou-a e a semeou de sal”. Quando uma cidade inimiga era vencida, de imediato, se espalhava sal sobre suas ruas, esse era um costume praticado e bem antigo, mostrando que o que se desejava era a contínua destruição para sempre.

A história fala também que boa parte do pagamento, isto é, o soldo dos soldados romanos, eram pagos em sal, o que revela seu grande valor, de maneira que nossa conhecida e moderna palavra salário vem dessa tradição.

Pelo exposto agora é fácil chegar a entender, pelos diversos significados simbólicos aplicados ao sal, a razão de Jesus figurá-lo ao cristão, indo além da importância de tempero (Jó 6.6), remédio (Ez 16.4) ou conservante. Seu grande destaque é visto no que tange à fidelidade, à preservação e ao sabor, mas, em especial, à sabedoria, pois o cristão como sal deve dar bom gosto em tudo (Cl 4.6). Gomes. Osiel, Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. P. 25,26

2- A importância do sal.

Não podemos negar que o sal não somente preserva o alimento, mas concede-lhe sabor, daí o motivo de Jó falar: “Comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá sabor na clara do ovo?” (Jó 6.6). Esse texto deixa claro que ninguém deseja comer uma comida sem sabor, assim, uma pitadinha de sal como condimento pode ser bom, pois a comida insípida é tão repulsiva que causa até náusea.

Pela Bíblia, como supracitado, o sal tinha o papel do condimento nos alimentos (Jó 6.6), tanto para os homens como também para os animais (Is 30.24). Seu grande papel era o de preservar os alimentos, não deixando que eles entrassem em estado de putrefação (Êx 30.35).

Como valor medicinal, era usado no ato de se lavar os recém-nascidos (Ez 16.4), e, quando lemos Colossenses 4.6, a expressão “temperada com sal” fala de bom gosto, sensatez, sabedoria e equilíbrio. Gomes. Osiel, Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. p. 27

3- O cristão com o sal.

Então, o sal tem uma função especialmente negativa. Combate a deterioração. Igualmente os cristãos, mostrando-se como verdadeiros cristãos, estão combatendo constantemente a corrupção moral e espiritual. Com quanta frequência não ocorre que quando repentinamente se apresenta um cristão em meio de um grupo de indivíduos mundanos, retém-se a piada sem sabor com que alguém ia divertir a seus acompanhantes, fica sem se dizer a expressão profana ou fica sem execução o plano perverso? Certamente, o mundo é ímpio. Entretanto, só Deus sabe quanto mais corrompido seria sem o exemplo, a vida e as orações dos santos que refreiam a corrupção (Gn. 18:26–32; 2Rs. 12:2). O sal age secretamente. Sabemos que combate a deterioração, embora não podemos vê-lo em operação. Não obstante, sua influência é muito real. (HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Mateus. Editora Cultura Cristã. p. 368-369).

O sal tem as funções respectivas e dá Sabor e conservar os alimentos. À luz dessa imagem, somos chamados a influenciar a sociedade.

II- À LUZ ILUMINA LUGARES EM TREVAS

1- Conceito físico em metafórico.

As primeiras palavras registradas de Deus foram “Haja luz” (Gn 1.3). Assim, a luz começou a existir por causa de uma ordem direta de Deus. Ela foi considerada “boa”, foi separada da escuridão, e foi chamada “dia” (Gn 1.4,5). Devemos observar que a luz existia antes da criação das fontes de luz do sol, da lua e das estrelas no quarto dia (Gn 1.14-19).

“Possivelmente, alguma coisa semelhante à difundida atividade eletromagnética da aurora boreal penetrou na noite caótica do mundo. O supremo foco de luz dos sóis, estrelas e sistemas solares levaram o processo inicial da criação ao se\i término, como condição essencial a toda vida orgânica” (ISBE, III, 1891).

E bastante significativo que Deus, que é luz (1 Jo 1.5) tenha iniciado seu projeto da criação com a luz. Antes de sua ordem, a terra não tinha forma (Gn 1 .2), e o ato de produzir luz formou uma associação direta e pessoal entre o Criador e sua criação. Paralelos a estas atitudes podem ser notados na direta associação de Deus com os israelitas, quando Ele os conduziu por uma coluna de fogo (Êx 13.21,22); e pela manifestação da glória da presença de Deus, quando o Tabernáculo (Ex 40.34-38) e também o Templo de Salomão (1Rs 8.11; 2 Cr 5.13,14) ficaram prontos.

A plena associação de Deus com sua criação teve início quando a Segunda Pessoa da Trindade, a luz do mundo (Jo 3.19; 8.12) se fez carne e habitou entre nós. Devemos notar ainda que na nova criação não houve necessidade da luz das velas, da lua, ou do sol (Ap 22.5; 21,23), “porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada [literalmente, lâmpada ou fonte de luz]” (Ap 21.23; cf. Is 60.19,20). PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. p. 1185-1186.

2- O cristão como luz.

Para falar do cristão regenerado, Jesus fez uso da metáfora do sal e da luz. Na primeira, o que se destaca é o aspecto negativo, por outro lado a luz é positiva; a primeira age de modo discreto, enquanto a segunda é aberta, todos podem contemplar seu brilho. Os cristãos regenerados deixam o brilho da santidade de Deus ser contemplado por outros, pois, como luz que são, expressam ao mundo o conhecimento de Deus, bondade, sabedoria e justiça (Mt 6.22,23; Ef 5.8,9). As trevas, por outro lado, revelam desespero, escuridão e ignorância, e a luz expressa sabedoria, amor e riso.

Cada cristão deve estar consciente de que sua pequena luz brilha nesta Terra por causa da luz maior que habita no seu interior (Jo 8.12). É sempre bom relembrar que não somos o sol, que como corpo luminoso tem luz própria, mas somos como a lua, que apenas reflete a luz, é por isso que Paulo nos chama de filhos da luz (Ef 5.8). Para que possamos realmente transmitir luz a uma sociedade sem Deus precisamos estar ligados à corrente central elétrica da luz, Jesus. Somente dessa forma poderemos refletir aos outros o seu brilho (Jo 15.4,5).

O cristão como luz tem de ter consciência do seu papel nesta Terra, que é transmitir o brilho de Cristo. Não é sua missão como Igreja ser voz interpretativa e atuante em questões políticas, sociais e econômicas, mas, sim, ser a luz de Cristo para espalhar a salvação. Caso não proceda dessa forma, estará desviando a luz de seu verdadeiro curso.

A física diz que a quantidade de luz deve estar de acordo com a finalidade do ambiente em que está, para realmente se ter uma iluminação correta, e que a luz se propaga em linha reta. É claro, não queremos dizer com isso que em um momento necessário a Igreja não possa atender outras demandas, ela, todavia, não pode concentrar-se demasiadamente em tais questões, caso contrário, perderá de vez o seu foco e seu objetivo principal: a salvação dos pecadores (Lc 15.4; 1Co 9.16, 22), fortalecimento de outros na fé (1Pe 2.2; Ef 4.15), e que o nome de Deus em tudo seja glorificado (1Co 10.31).

Se vivermos como verdadeiros filhos de Deus, expressando o seu caráter, pela oração, leitura constante da Bíblia e vida santa, muitas pessoas serão atraídas por esse exemplo piedoso, de modo que é dessa forma que o brilho de Cristo vai contagiando a todos em diversos setores da vida e o nome de Deus passa a ser glorificado. Gomes. Osiel, Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. p. 30,31.

3- A luz em lugares de trevas.

A luz não pode dar seu real brilho se não estiver no seu devido lugar. Para que possa ser radiante e visível, tem que estar no lugar certo. Para expressar essas verdades, Jesus usa duas ideias gerais. Na primeira, fala de uma cidade que está situada em uma colina, jamais ela poderá ficar escondida. Na segunda ideia, Jesus diz que jamais alguém iria colocar uma lâmpada debaixo do alqueire, um substantivo masculino de origem latina que fala de objeto de medida de secos de aproximadamente nove litros. Na verdade, o real propósito da lâmpada é iluminar, de modo que seu lugar apropriado é o velador, castiçal ou candelabro.

Tentar colocar uma lâmpada debaixo do alqueire, sabendo que sua missão é fornecer luz a todos que estão na casa, mostra que a pessoa que faz isso não tem inteligência nem sabedoria, mas é tola, não querendo que os habitantes da casa tenham bom acesso em seus cômodos. Semelhantemente, o cristão deve estar no velador para brilhar ou refletir a luz de Cristo ao mundo. Esse brilhar fala de sua conduta, caráter, procedimento, suas obras, sendo que tudo isso não é meramente produzido por seu esforço, mas são frutos da fé em Cristo Jesus e de sua justiça.

As obras que os crentes desenvolvem perante o mundo são resultado da ação salvadora de Deus em sua vida, de modo que todas elas quando praticadas glorificam a Deus. Tudo o que o crente faz nesta Terra para com outras pessoas tem o seu alicerce na fé verdadeira: a oração (Mt 6.6), a confiança em Deus (Mt 6.24-34), a ajuda aos necessitados (Mt 25.24-34) e um amor sem limites, envolvendo até os inimigos (Mt 5.44). Gomes. Osiel, Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. p. 31,32.

A luz um ambiente em Trevas. À luz desta imagem, somos convidados a fazer com que, por meio de um sincero testemunho, as nossas boas obras sejam vistas pelos homens e estes glorifiquem a Deus.

III- DISCÍPULOS QUE INFLUENCIAM

1- Sendo “sal”.

Se eles fossem como deveriam ser, eles seriam como um bom sal, branco e miúdo e em muitos grãos, mas muito útil e necessário. Diz Plínio: “Sem o sal, a vida humana não se mantém”. Veja nisto:

(1) Que eles devem estar em si mesmos, temperados de acordo com o Evangelho, com o sal da graça; pensamentos e gostos, palavras e ações, tudo temperado com a graça (Cl 4.6). “Tende sal em vós mesmos e… uns com os outros” (Mc 9.50).

(2) O que eles devem ser para os outros. Eles não devem apenas ser bons, mas fazer o bem deve conquistar o seu lugar na mente das pessoas, não servir a nenhum interesse secular deles mesmos, mas devem poder se transformar no sabor e no tempero do Evangelho.

(3) As grandes bênçãos que eles representam para o mundo. A humanidade, repousando na ignorância e na maldade, era um grande amontoado de coisas insípidas e prontas a apodrecer. Mas Cristo enviou os seus discípulos para que, pelas suas vidas e doutrinas, a temperassem com conhecimento e graça, e assim a tornassem aceitável a Deus, diante dos anjos e de todos aqueles que apreciam as coisas divinas.

(4) Como eles devem esperar ser usados.

Eles não devem ficar amontoados, não devem sempre permanecer juntos em Jerusalém, mas devem se espalhar, como o sal sobre a comida, um grão aqui e outro ali; como os levitas se espalharam em Israel, para que, onde quer que vivessem, pudessem transmitir o seu sabor.

Alguns observaram que, embora os supersticiosos digam, tolamente, que é um mau presságio ter sal jogado sobre nós, na verdade é um mau presságio ter o sal retirado de nós.

Se não fossem como deveriam ser, eles seriam como o sal que perdeu o seu sabor. Se vocês, que devem temperar os outros, não têm sabor, são vazios de vida espiritual, de tempero e de vigor. S e um cristão é assim, especialmente se um ministro é assim, a sua condição é muito triste, pois:

(1) Ele é irrecuperável: de que maneira ele poderá s e r temperado? O sal é um remédio para a comida sem sabor, mas não existe remédio p ara o sal insípido. O cristianismo dá um gosto especial ao homem.

Mas se o homem absorvê-lo e continuar a professá-lo, e ainda assim permanecer vivendo do mesmo modo como um tolo, sem graça e insípido, nenhuma outra doutrina, nenhum outro meio poderá ser aplicado para dar-lhe sabor. Se o cristianismo não puder fazê-lo, nada o fará.

(2) Ele é infrutífero: consequentemente, ele não serve para nada. Para que ele poderá s e r usado, em que não cause mais mal que bem? Assim como um homem sem razão, é um cristão sem a graça. Um homem mal é a pior das criaturas, um cristão mal é o pior dos homens; e um ministro mal é o pior dos cristãos.

(3) Ele está condenado à ruína e à rejeição. Ele será expulso da igreja e da comunhão de fé, para as quais ele representa um peso e uma mancha; e ele será pisado pelos pés dos homens. Que Deus seja glorificado através da vergonha e da rejeição daqueles por quem Ele foi rejeitado, e que não se fizeram adequados para nada, exceto para serem pisados. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO  Edição completa. Editora CPAD. p. 48-49).

2- Sendo “luz”.

William Barclay diz que a luz tem três funções primordiais: ser vista por todos, servir de guia e servir como advertência. John Charles Ryle reforça que, entre todas as coisas criadas, a luz é a mais útil. A luz fertiliza o solo. A luz guia. A luz reanima. A luz foi à primeira coisa que Deus trouxe à existência. Sem a luz, este mundo seria um vazio obscuro. Se a igreja influencia ao inserir-se no mundo como sal, ela é vista como a luz. Sua mensagem aponta o caminho a seguir, e seu testemunho adverte acerca dos perigos ao longo do caminho.

A igreja exerce um papel positivo de transformação no mundo. A vida da igreja é sua primeira mensagem. A igreja só tem uma mensagem, se ela tem realmente vida. Sem testemunho, não há proclamação. A vida precede o trabalho. O exemplo é mais importante do que a atividade.

O apóstolo Paulo diz que devemos resplandecer como luzeiros no mundo (Fp 2.15). Essa luz inclui o que o cristão diz e faz, ou seja, o seu testemunho verbal e as suas boas obras. Concordo com Stott quando ele diz que essas obras são obras da fé e do amor. Expressam não apenas a lealdade a Deus, mas também nosso interesse por nossos semelhantes. Sem as obras, o nosso evangelho perderia sua credibilidade; e Deus, a sua honra.

Da mesma forma que o sal para ser útil precisa conservar sua salinidade, a luz para ser útil não pode ser escondida. A igreja precisa ser como uma cidade edificada sobre o monte ou como uma luz no velador. A verdade não pode ser escondida, mas proclamada. A igreja não pode se esconder, mas deve resplandecer. A luz aponta para algo ou alguém, e não para si mesma. Somos a luz do mundo, e a nossa luz deve refletir Cristo. Na medida em que espargimos no mundo a luz de Cristo, por meio das boas obras, o Pai é glorificado no céu e os homens são servidos na terra.

O fato de a igreja ser a luz do mundo implica que o mundo está em trevas. O diabo cegou o entendimento dos incrédulos. O reino do diabo é o reino das trevas (Cl 1.13). Ele é o príncipe das trevas. As pessoas andam em trevas.

Suas obras são conhecidas como obras das trevas. Os pecadores não sabem de onde vieram nem para onde vão. Eles nem sabem em que tropeçam. Não apenas vivem nas trevas, mas aborrecem a luz. O papel da igreja no mundo, portanto, é vital. (LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. p. 186-187).

3- A influência cristã.

Os ensinos de Cristo presentes em Mateus 5.13-16 são bem incisivos e diretos, esclarecendo que todos aqueles que vivem nEle, a luz maior, irão influenciar esse mundo que se encontra nas trevas. Querendo ou não, as pessoas ímpias verão muitas boas obras desenvolvidas pelos discípulos de Cristo no seu viver diário.

A Igreja Primitiva é um grande exemplo para nós de como a comunidade de Cristo Jesus, vivendo plenamente seus ensinos, influenciou poderosamente a sociedade, impactando-a por meio de suas obras amorosas e vida piedosa para com Deus (At 2.42-47).

O cristão verdadeiro busca influenciar o mundo com o testemunho vivo que recebeu de Cristo. Ele não pratica boas obras para ser visto e aplaudido pelos homens, como procediam os escribas e fariseus, porquanto dessa maneira não influenciará em nada, pois não refletirá a luz de Jesus em seu ser, antes será fruto de seu próprio esforço, o que contraria o ensino da Palavra (Tt 3.5). Tudo o que o crente faz é para que o Senhor seja glorificado. Nossa luz deve ser acesa para influenciar e levar vidas a Cristo Jesus, não a nós mesmos (Sl 22.23; 1Co 10.31).

Quem procura viver conforme os ensinos de Cristo, buscando influenciar o mundo com sua vida e proceder verdadeiro pode ter a certeza de que gozará dos cuidados do Pai. Por isso que em Mateus 5.16 está escrito: “[…] e glorifiquem a vosso Pai. No Antigo e no Novo Testamento é dito que Deus é o nosso Pai bondoso, cuidando dos órfãos e viúvas, manifestando assim seu grande amor (Is 63.16; Ml 1.1,6; Nm 11.12; Sl 65.8). Tudo isso nos mostra que quem é filho do Pai que está no céu irá, por causa dessa paternidade, expressar sua identidade de filho de Deus, por intermédio de um viver diferente daquele exposto pelo mundo que não goza dos cuidados do Pai. Gomes. Osiel, Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. p. 32,33).

Os cristãos são chamados a influenciar o mundo em que vive­mos, pois somos sal e luz.

CONCLUSÃO

Neste mundo dominado pelas trevas do pecado, só mesmo a influência dos servos de Cristo para promover a verdadeira mudança. É preciso que a luz divina brilhe a partir de nós para que todos vejam as nossas boas obras e glorifiquem o Pai. Mas também é preciso lembrar de que sem um verdadeiro testemunho o Evangelho não será levado a sério entre os homens. Entretanto, se o cristão mostrar uma vida verdadeiramente transformada, sincera e sem artificialismo, exerceremos o nosso papel de sal da terra e luz do mundo.

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