EBD – A leitura da Bíblia e a educação cristã

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Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

INTRODUÇÃO

Objetivo desta lição é mostrar a importância da Bíblia como uma ferramenta de ensino-aprendizagem para a vida do crente e do obreiro. Observando essa pergunta, como praticar a Palavra de Deus sem antes compreendê-la? Por isso, mais do que ler, é vital estudar as Sagradas Escrituras, que é apta para ensinar, para redarguir, para corrigir e para nos instruir em toda a justiça (2Tm 3.16). O nosso desejo, que os nossos alunos compreendam que, independente do seu tempo de conversão, precisamos continuar aprendizes (discípulos) do Mestre dos mestres por toda a caminhada cristã, através do estudo de sua Palavra. Portanto, a Escola Dominical é além de um a dádiva e privilégio, uma necessidade para todo crente.

I – A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL

1- O currículo adotado

O vocábulo curriculum é de origem latina e significa “pista de corrida”. Era um caminho ou uma trilha que orientava o corredor até o seu objetivo final. O renomado teólogo e educador Antônio Gilberto apresenta a seguinte definição para currículo: “É um grupo de assuntos constituindo um curso de estudos, planejado e adaptado às idades e necessidades dos alunos. Em outras palavras, são os meios educacionais adotados, visando aos objetivos do ensino”.

Nesse diapasão, o referido autor estabelece as seguintes considerações sobre o currículo da ED:

(1) Deve abranger os principais assuntos bíblicos necessários ao conhecimento e à experiência do crente;

(2) Tal currículo deve ser devidamente dosado, visando ao desenvolvimento de uma vida cristã ideal e uma personalidade cristã que em tudo honre a Cristo, perante a Igreja e o mundo;

(3) Deve ser um currículo graduado, mas também, ao mesmo tempo inter-relacionado, por ser a vida cristã um todo indivisível.

Nessa concepção, um bom currículo é o resultado de um trabalho organizado e meticulosamente planejado. Na elaboração do currículo da ED, observa-se sua conformidade com as doutrinas bíblicas, um programa completo e abrangente de ensino das Escrituras e atividades de aprendizagem com aplicação das verdades aprendidas. Ao contrário disso, escreve Antônio Gilberto, “um simples conjunto de lições bíblicas sem sequência continuada, sem relacionamento entre si e sem levar em conta os agrupamentos de idade, não pode ser chamado de currículo, e não atingirá o alvo desejado no ensino da Palavra”.

Visando alcançar tais objetivos, a ED prima pela excelência do “ensino bíblico”. As revistas que integram o currículo são de lições bíblicas. A Bíblia é o livro base para todo o seu ensino aprendizagem (Jo 5.39). O currículo da ED preserva a autoridade suprema da Palavra de Deus como única regra infalível de fé e prática (2Tm 3.14-17). Em vista disso, as doutrinas bíblicas reproduzidas no material didático servem como padrão para o viver diário e a formação do caráter cristão (Sl 119.105). O conteúdo expressa a ortodoxia professada pelas Assembleias de Deus, contribui para manter a unidade doutrinária da igreja e atua como antídoto contra as heresias.

As Características do Currículo da Educação Cristã

O currículo utilizado pela Educação Cristã em seus vários departamentos, embora tecnicamente idêntico ao das escolas seculares, possui algumas particulares que não podem jamais ser ignoradas pelo magistério eclesiástico. Nosso currículo tem de ser bíblico, evangélico, profético, devocional, e tem de levar o cristão a ser um membro útil da sociedade, a fim de que, através de seu testemunho, possa glorificar o nome de Deus. (Baptista, Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021).

2- A prática pedagógica.

Pedagogia é uma ciência ou disciplina do ensino que começou a se desenvolver no século XIX. Popularmente a Pedagogia é vista como o modo de ensinar. Tem pedagogia quem ensina bem. Uma pessoa estuda ou se serve da pedagogia para ensinar melhor a matéria, a utilizar técnicas de ensino; desse modo, o pedagógico seria o metodológico.

Há muitas definições para o termo Pedagogia. Vejamos algumas delas:

A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a critica do processo educativo. (Wikipédia)

A Pedagogia é a função ou trabalho do professor; ensino; a arte ou ciência de ensinar; métodos de instrução, (wiktionary)

A Pedagogia é a condução do saber; preocupa-se com o ato de ensinar e de aprender, (cefetpa)

A Pedagogia é a teoria que investiga a teoria e a prática da educação nos seus vínculos com a prática social global. (Libâneo,1994)

Pedagogo – Especialista em pedagogia; aquele que ensina crianças (wiktionary)

Objetivo da Pedagogia

A pedagogia tem como objetivo principal a melhoria no processo de aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de conhecimentos. Como ciência social, a pedagogia está conectada com os aspectos da sociedade e também com as normas educacionais do país.

Para se compreender com mais profundidade o que é Pedagogia, é preciso explicar seu objeto de estudo, a educação ou prática educativa. Educação compreende o conjunto dos processos, influências, estruturas, ações, que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio social e natural, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando a formação do ser humano. A educação é, assim, uma prática humana, uma prática social, que modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma configuração à nossa existência humana individual e grupai. (J.C. Libâneo)

Temas Abordados Pela Pedagogia:

A pedagogia estuda diversos temas relacionados à educação, tanto no aspecto teórico quanto no prático.

Aprendizado de conhecimentos

Métodos e sistemas pedagógicos

Dificuldades de aprendizado

Didáticas e práticas pedagógicas

Conteúdos educacionais

O aluno no processo educativo

O papel do professor no processo educacional

CETADEB – Centro Educacional Teológico das Assembleias de Deus no Brasil. p. 13-15.

3- O padrão ético e moral.

Historicamente o conceito de ética surgiu na Grécia antiga (IV século a.C.). Quando os códigos ainda não estavam escritos e positivados, a própria consciência estabelecia a ética a ser observada (Rm 2.14-15). A palavra “ética” possui origem no vocábulo grego “ethos” (costumes ou hábitos). No latim é usado o termo correspondente mos (moral), com o sentido de “normas” ou “regras”. Assim, “ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros”.

Esses termos são muito próximos e na práxis diária são confundidos como sinônimos. Porém, didaticamente é possível defini-los separadamente:

A ética trata dos princípios e valores que orientam a conduta de uma pessoa. A moral é a prática dessa conduta ética. A ética trata dos princípios e a moral da prática baseada nesses princípios. Sendo assim, ética e moral não são a mesma coisa, mas estão conectadas – ética e moral são como a teoria e a prática. Por exemplo, se eu tenho um princípio ético que me orienta a dizer a verdade, minha conduta moral será mentir ou não.

Nesse enfoque, a ética cristã tem como objetivo indicar a conduta ideal para a retidão do comportamento humano. O fundamento da ética e da moral cristã são as Escrituras Sagradas. Desse modo, a ética cristã não pode ser desassociada da moral e dos bons costumes preconizados nas doutrinas bíblicas. É verdade que não se pode desprezar a tradição da Igreja, as leis civis e criminais, as variadas literaturas e nem tampouco os bons costumes adotados pela sociedade, entretanto, para o cristão, toda e qualquer prática e conduta precisa passar pelo crivo e pelo aval da Palavra de Deus (Hb 4.12).

Por conseguinte, o texto bíblico é divinamente inspirado e, portanto, permanece inalterado (Mt 24.35). Os valores cristãos são permanentes, pois sua fonte de autoridade é imutável (1 Pe 1.25).

Em suma, a Palavra de Deus não pode ser relativizada, revogada ou ajustada aos interesses humanos (Is 40.8). Assim, no propósito de cumprir o seu papel de instituição educadora, a ED também atua como multiplicadora dos princípios éticos e dos valores morais da fé cristã. A Igreja que zela pelo ensino sólido das lições bíblicas não é influenciada pelo erro, mas estabelece o padrão moral e ético a ser observado pelos cristãos (1Tm 4.6; 2Tm 3.10). Baptista, Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

A Escola Dominical é um espaço de incentivo ao estudo e prática das Sagradas Escrituras. Por tanto, um local de crescimento espiritual tanto individual quanto coletivo.

II – A EDUCAÇÃO CRISTÃ E A FORMAÇÃO DE LEITORES DA BÍBLIA

1- Conceito de Educação Cristã.

Procedente do vocábulo latino “educatione”, a palavra educação significa etimologicamente extrair. Em termos pedagógicos, educar pressupõe o desenvolvimento pleno das faculdades físicas, intelectuais, morais e espirituais do ser humano, implicando mudanças de comportamento no educando em virtude da educação recebida.

O conceito de educação tem variado de pedagogo para pedagogo. De acordo com Spranger, “a educação é uma realidade humana que se tem realizado por si mesma desde os mais primitivos tempos, embora sem teoria manifesta”. Para John Dewey, “o que a nutrição e a reprodução são para a vida fisiológica, é a educação para a vida social”. E m seus Princípios de Pedagogia, Petersen escreve: “A educação existe e ocorre tão originariamente, como a vida e suas funções existem e se realizam. Educar pertence, pois, ao ser do homem de maneira original e inseparável. A educação é algo dado, é uma função do que existe, da realidade”.

Os conceitos acima são basicamente utilitários; limita-se a descrever a educação como um instrumento cuja única meta é tornar o ser humano um membro produtivo à sociedade. Seria este, porém, o principal alvo da educação? Com o alguns teóricos a definem, deixam eles a impressão de que a educação não passa de uma forma de escravizar o homem em benefício de um Estado opressor e totalitário. Haja vista os sistemas educacionais da Alemanha de Hitler e da Rússia de Stalin.

Atentem os aos sublimes ditames das Sagradas Escrituras, e haverem os de constatar que a verdadeira educação não é utilitarista; baseada nos profetas hebreus e nos apóstolos de Nosso Senhor visa levar o homem a amar a Deus acima de todas as coisas e ao seu próximo com o a si mesmo. Aliás, estes são o s dois principais mandamentos da Lei Divina. Se o homem não aceita o plano de Deus para a sua vida, nenhuma educação será capaz de torná-lo benéfico à sociedade.

A educação não é um mero acúmulo de informações. É formação integral do indivíduo. O que dizer daqueles que, apesar das informações armazenadas, não passam de ignorantes morais e pigmeus éticos? Alguns dos sequazes de Hitler detinham os mais cobiçados títulos acadêmicos da Europa; acham-se, porém, na galeria dos monstros da humanidade. Por outro lado, não são poucos os cristãos que, conquanto nenhuma escolaridade possua, encontram-se perante Deus como, se dos homens, fossem os mais ilustrados. E m Provérbios, o temor do Senhor é descrito como o princípio da sabedoria (Pv 1.7).

Educação Cristã

E a ciência magisterial da Igreja Cristã que, fundamentada na Bíblia Sagrada, tem por objetivos:

a) A instrução do ser humano no conhecimento divino, a fim de que ele volte a reatar a comunhão com o Criador, e venha a usufruir plenamente dos benefícios do Plano de Salvação que Deus estabeleceu em seu amado Filho. O apóstolo Paulo compreendeu perfeitamente o objetivo da Educação Cristã: “Admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo” (C l 1.28).

b) A educação do crente; para que este logre alcançar a perfeição preconizada nas Sagradas Escrituras: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16,17).

c) A preparação dos santos visando capacitá-los a cumprir integralmente os preceitos divinos da Grande Comissão: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15). ANDRADE. Claudionor Corrêa de Teologia da Educação Cristã. Editora CPAD. p. 13-16

2- Objetivos da Educação Cristã.

O Senhor Jesus confiou à Igreja a tarefa da Grande Comissão (Mt 28.19-20; Mc 16.15). Nesse aspecto, o ensino cristão sempre esteve relacionado ao IDE estabelecido por Jesus. A incumbência é tanto de formação de indivíduos como de transformação da sociedade.

Trata-se de uma ordenança proclamadora e de um mandato educacional. É responsabilidade dos discípulos de Cristo evangelizar e ensinar as doutrinas bíblicas (1Tm 4.13; 2Tm 4.2).

Em vista disso, Paulo enfatiza a necessidade da dedicação ao ensino (Rm 12.7). O apóstolo aponta para o indispensável “esmero” e “diligência” da Igreja no exercício do dom de ensinar.

Desse modo, o ministério da Educação Cristã se reveste de notável importância, uma vez que, bem estruturado, pode cabalmente cumprir a missão ordenada à Igreja. Sua atividade é imprescindível no propósito de evangelizar e ensinar. Os agentes da Educação Cristã nas Assembleias de Deus são diversificados e possuem áreas de abrangência variadas, entre eles, ratifica-se o culto de ensino e a ED, e, ainda, acrescenta-se a obra evangelística e missionária, a formação teológica, bem como, já citado, a atuação por meio de uma escola de cunho confessional da educação básica ou de nível superior.

Nessa estrutura, destaca-se o papel de excelência da ED como maior agência de Educação Cristã, porque evangeliza enquanto ensina, atendendo os dois lados da ordem de Jesus: fazer discípulos e ensinar (Mt 28.19,20). Ao contrário do culto de doutrina, que reúne em um único auditório todas as faixas etárias, o currículo da ED merece destaque pela sua abrangência específica. Nesse mister, Antônio Gilberto enfatiza três principais objetivos da ED, a saber:

(a) Ganhar almas para Jesus, o que requer dedicação para conduzir o aluno a aceitar a Cristo (2Co 12.15);

(b) Desenvolver a espiritualidade e o caráter cristão, o que engloba empenho na formação dos hábitos cristãos (Gl 5.22); e,

(c) Treinar o cristão para o serviço do Mestre, o que demanda propiciar oportunidades para a capacitação de obreiros (2Tm 2.2,15).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

3- A capacitação dos alunos.

Os processos educativos, seus currículos e metodologias, como já observadas, integram a prática pedagógica adotada em uma instituição de ensino. O objetivo é fazer com que as pessoas aprendam e modifiquem seu comportamento. Na Educação Cristã, o procedimento não é diferente. Contudo, na esfera eclesiástica, a diferença se fundamenta no livro texto adotado: a Palavra de Deus.

Não obstante, o processo da aprendizagem é o mesmo. O Manual da Escola Dominical define aprendizagem como “a mudança de conduta do educando, pelo conhecimento adquirido, pela prática, e pela experiência resultante de seu aprendizado. Não havendo mudança de comportamento de quem está a aprender, não houve real aprendizagem”.

Em busca dessa excelência, a Educação Cristã esmera-se em capacitar seus alunos. A capacitação é um processo permanente e deliberado de aprendizagem com a finalidade de “tornar capaz”, “preparar” e “qualificar” pessoas. O aprendizado cristão se alicerça nas Escrituras Sagradas; por conseguinte, o aluno é orientado e incentivado à leitura da Bíblia. Entretanto, a leitura bíblica não pode ter intenção meramente intelectual de acúmulo de conhecimento.

Nesse quesito, o Guia Cristão de Leitura da Bíblia apresenta um triplo propósito: “descobrir os conteúdos; compreender as verdades; e aplicar as mensagens”. Dessa forma, a formação continuada de leitores da Bíblia se concentra em capacitar os alunos a “conhecer, entender e viver a Palavra de Deus”.

Isso posto, reiteramos que, na Educação Cristã, o processo de desenvolvimento do caráter e habilitação do cristão para servir no Reino de Deus acontece por meio do estudo acurado da Bíblia.

Assim sendo, os alunos são formados não apenas como leitores do texto bíblico, mas qualificados ao exame minucioso das Escrituras e habilitados para ensinar a outros (At 17.10,11; 2Tm 2.2). Essa meta somente pode ser atingida por meio da leitura diária das Escrituras Sagradas (Sl 1.1,2), sob a iluminação do Espírito Santo (Ef 1.17,18), e da aplicação dos princípios hermenêuticos, tais como as regras gramaticais e o contexto histórico e literário (1Ts 5.21).13 Para tanto, é imprescindível manter a disciplina na leitura bíblica, no aprendizado e no exercício do devocional diário. (Baptista, Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021).

No Novo Testamento, Jesus Cristo é chamado por mais de dez vezes de Rabi. Nosso grande Mestre nos ensina continuamente sobre a importância da educação, exortação e instrução na Palavra de Deus.

III – É PRECISO LER A BÍBLIA DIARIAMENTE

1- A leitura e a disciplina cristã.

A palavra disciplina vem do latim. Disciplina, “instrução”, “treinamento”, “disciplina”. A palavra discípulos, “aprendiz”, está relacionada a ela. A forma verbal discere, significa “aprender”. Nossa palavra portuguesa “discípulo”, que quer dizer “aprendiz”, ou “seguidor”, deriva-se dessa raiz latina. É óbvio, portanto, que o verdadeiro discípulo precisa ser uma pessoa disciplinada.

Usos específicos do termo:

Indica um modo de vida, que alguém aceita quando pertence a algum grupo especifico, ou quando abraça alguma ideologia especifica, supondo-se que esse meio de vida só pode ser mantido através da observância de certas normas e requisitos. Indica qualquer sistema de ascetismo e mortificação. Relaciona-se à ideia de açoite, objeto usado com propósitos disciplinadores na vida monástica.

Também indica os métodos mediante os quais um modo de vida é posto em execução, bem como as penas aplicadas aos que erram. Indica o treinamento sistemático que prepara urna pessoa para alguma tarefa especifica, ou a fim de ser ela um membro melhor de alguma organização dotada de algum propósito a cumprir. Também aponta para algum curso acadêmico ou alguma matéria de estudo.

Princípios da Disciplina

Os ministros do evangelho estio autorizados a estabelecer a disciplina nas igrejas (ver Mat. 16:19 e 18:18).

Estas são as suas características:

Preciso que mantenha a sã doutrina (ver 1Tm 1.13).

Deve ser uma linha mestra para a ação (ver 1Co 11.34; Tito 1.5).

É mister que repreenda aos ofensores (ver 1Tm 5:20).

Deve remover os ofensores obstinados (ver 1Co 5.3 e 1Tm 1.20).

O homem espiritual submete-se à disciplina (ver Hb 13.17).

Seu propósito ê edificar os crentes (ver 2Co 10.8).

Deve estabelecer a boa ordem e a decência (ver 1Cor 12.40).

O amor cristão deve ser seu guia padrão (ver 2Co 2.6-8).

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. p. 178-179.

2- A leitura e o aprendizado.

Como já argumentado, a leitura bíblica é uma disciplina cristã. E, como todo o ato disciplinado, a leitura requer dedicação. Como já afirmado, o termo “dedicação” tem o sentido de “esmero” e “diligência” no exercício de alguma atividade. Para bem trilhar esse caminho de crescimento e aprendizado, os objetivos do leitor da Bíblia devem ser bem definidos e obedecidos à risca. Nesse diapasão, corroboram-se as palavras do salmista que nos exorta ao exercício diário de leitura e meditação da Bíblia: “Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.2); “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97).

Na busca desse objetivo, se faz necessário: planejamento, adoção de um cronograma de leitura e estabelecimento de metas. Por exemplo:

(a) definição do horário diário da leitura. Deve ser o horário em que pessoa se encontra mais bem disposta;

(b) tempo destinado à leitura. Deve ser um tempo adequado para ao menos a leitura de um capítulo das Escrituras; e

(c) metas a ser alcançadas. A meta é um importante fator motivador, tais como ler a Bíblia toda dentro de um determinado prazo que seja exequível. Não obstante, a leitura não pode ser superficial ou centrada em um amontoado de informações. A leitura deve promover acima de tudo o aprendizado.

O aprendizado é parte intrínseca de um discípulo. Isso porque “discípulo” significa literalmente “aprendiz”. Uma máxima pedagógica afirma que “ler é aprender”. Desse modo, por meio da leitura da Bíblia, aprendemos acerca de Deus e de seu plano de salvação (Rm 1.2-4). Esse aprendizado orienta o discípulo a tornar se parecido com Cristo (Ef 4.13). Por isso, o aprendizado deve ultrapassar a teoria e ser aplicado na vida diária. Paulo repreende os “que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade” (2Tm 3.7). Por essa razão, o apóstolo adverte Timóteo a observar o aprendizado bíblico que o faria sábio para a salvação, pela fé em Cristo Jesus (2Tm 3.14,15). Baptista. Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

3- A leitura e o devocional.

A plena comunhão com Deus é o aspecto mais importante para uma vida cristã espiritualmente frutífera e bem-sucedida. Em vista disso, reforçamos que a leitura e o estudo sistemático das Escrituras Sagradas nos auxiliam a manter a necessária intimidade com Deus e a sua Palavra. Como afirmou o salmista, é possível guardar a Palavra no coração e, dessa forma, não pecar contra Deus (Sl 119.11). Significa que “ela deve ocupar os sentimentos, assim como o entendimento; toda a mente precisa estar impregnada com a Palavra de Deus”. Por conseguinte, o correto aprendizado bíblico conduz o crente à plena adoração. Aquele que se dedica em aprender a Bíblia descobre que a verdadeira adoração é praticada “em espírito e em verdade” (Jo 4.23).

Apesar de todo genuíno cristão concordar com essas afirmações, nem sempre o dia a dia do crente reflete a prática do devocional e da adoração devida. A falta de tempo, em virtude da agenda cheia e os mais variados compromissos são o pretexto mais comuns apresentados por boa parte dos evangélicos. No entanto, nenhuma atividade, seja eclesiástica, seja secular, pode ser mais importante que nosso devocional com Deus. Não é salvo aquele que conhece e até ensina a Bíblia, mas não mantém comunhão com o seu autor. É preciso ter em mente a mesma preocupação paulina: “Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1Co 9.27).

Portanto, recordamos que um dos aspectos da adoração é o culto devocional (Jo 4.23,24). Não se refere ao culto público que prestamos a Deus no templo, nem ao culto doméstico em família, mas aquele praticado de forma individual e constante (Sl 55.17).

Inclui a oração, o louvor, o jejum e a leitura bíblica. Essa atividade fortalece a comunhão com Deus (Sl 119.11,15,24). O devocional é também uma oportunidade para o estudo sistemático indutivo das Escrituras, que, por ação do Espírito Santo, abre o nosso entendimento (Jo 14.26). A intimidade com as Escrituras acontece, em primeiro lugar, com a leitura diária dos textos sagrados.

Depois, pela leitura de bons comentários da Bíblia. Dicionários e tratados de teologia enriquecem o nosso conhecimento bíblico tal como a nossa Declaração de Fé, que expressa a ortodoxia pentecostal (Jd 1.3). Baptista. Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

Quem deseja ter Jesus com o Mestre precisa se portar como um disciplinado aluno. A prática diária da leitura bíblica é uma disciplina primordial ao genuíno discípulo de Cristo.

CONCLUSÃO

A Educação Cristã fundamenta o seu currículo na Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus, a Bíblia. Seus principais objetivos são ganhar alma, desenvolver o caráter e preparar o salvo para o serviço cristão. Nesse propósito, seus alunos são instruídos à leitura e ao estudo da Bíblia e, sobretudo, a pautar suas vidas na autoridade suprema das Escrituras Sagradas. Aleluia!

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