Ele foi considerado culpado por `desprezar o islã´, religião oficial do país
Após ser acusado de blasfêmia, cristão copta recebe a condenação de cinco anos de prisão, no Egito.
Marco Gerges foi considerado culpado, no último dia 29 de janeiro, por “desprezar o Islã”, “explorar a religião na promoção de ideias extremistas” e “infringir os valores da vida familiar egípcia”, pelo Tribunal Econômico do Cairo. O cristão foi representado no julgamento pela ONG Iniciativa Egípcia pelos Direitos Pessoais (EIPR, da sigla em inglês).
A Portas Abertas relata que em junho do ano passado, Gerges chegou a ser detido sob a suspeita de conter imagens de cunho sexual em seu aparelho celular, o que é considerado desrespeito à religião islâmica. Na ocasião, ele foi acusado de ter cometido crimes cibernéticos no país, e ter usado a religião para promover o pensamento extremista. Porém, “os reais motivos e como aconteceu a detenção ainda não ficaram claros”, conta a organização que monitora a perseguição religiosa no mundo.
A EIPR afirma que não tiveram a oportunidade de apresentar a defesa de Gerges. O grupo humanitário é um dos poucos remanescentes no Egito, após o golpe militar que derrubou o presidente Mohamed Morsi.
De acordo com o relatório da Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional, entre os anos de 2014 e 2018, o Egito se tornou um dos piores ambientes para aplicação das leis de blasfêmia. As minorias religiosas são rotineiramente silenciadas, e violentadas, em virtude de falsas acusações.
O Egito está classificado em 20º lugar na listagem atual dos países mais hostis aos cristãos no mundo.
Por Portas Abertas