Quando nada parece dar certo…

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Todos vivenciamos bons momentos, mas eventualmente somos surpreendidos com fatos complexos e devastadores. Quando isto acontece, nos parece que nada dará certo, que todas as nossas esperanças estão desvanecendo, e que o tempo parou em nossa história de dor.

Nos sentimos como se uma avalanche de problemas nos cobrisse de repente. Ester, quando se tornou rainha, não imaginava que teria que encarar uma situação tão difícil com Hamã, que comprometia seu povo, seu reinado e sua vida.   

José, depois de ser traído pelos seus irmãos, passa anos sem compreender as razões da sua escravidão, sem compreender, pelo menos a princípio, o tempo que passou na prisão injustamente. 

Moisés perde sua honra palaciana, e passa quarenta anos sendo pastor, tangendo gado, certamente pensando que sua vida haveria de acabar no ostracismo. 

Daniel era um homem temente a Deus, e tal como seus três amigos (Sadraque, Mesaque e Abedenego), inicialmente também não compreendeu o porquê da fornalha e da cova dos leões – tudo parecia estar dando errado!

Tal como os personagens bíblicos, todos nós vivemos nossas vidas às voltas com nossas realidades, que envolvem problemas, sucessos e frustrações. Habitamos em um mundo em que muitas questões são constantes e diárias, muitas delas muito sérias, pois envolvem assuntos como família, moradia, ministério, criação de filhos, feridas emocionais e medos constantes. E ainda estamos envolvidos com muitas perguntas banais: Como será o tempo amanhã? Será que hoje eu consigo resolver o problema que se arrasta a semanas? Como estará o trânsito para o trabalho? Com que roupa eu vou hoje? 

Além disso, as várias cobranças, o alto nível de competição no trabalho, bem como as diversas atribuições que administramos, nos fazem gerar muitas expectativas. Em diversos momentos da vida, todos esperamos terminar um curso e conseguir um bom emprego, ter filhos para completar a família, ou conseguir uma boa aposentadoria para vivermos bem no futuro. Contudo, nem sempre nossas expectativas, por mais plausíveis que sejam, são concretizadas como gostaríamos que elas fossem. 

São muitas as histórias bíblicas que relatam tempos de dores, injustiças, sofrimentos e traições. Momentos em que as promessas de Deus parecem distantes, em que as portas se fecham consecutivamente, em que o céu parece ser de bronze. E muitas das nossas histórias de vidas não são diferentes – nos sentimos perdidos, confusos, inseguros, amedrontados e cansados de tanto tentar e fracassar. Em momentos como estes, a primeira coisa a fazer é ponderar que, por maior que seja o nosso problema, nosso Deus é muito maior. Deus nunca perde o controle das situações, sejam elas relacionadas à saúde, profissão ou à vida familiar. 

Em segundo lugar, quando nos vemos em situações difíceis, sempre precisamos agir quanto ao que nos cabe fazer:  procurar um outro emprego, reconhecer o erro e pedir perdão, buscar médicos especializados, fazer acordos com bancos e instituições financeiras, e até aprender a conviver com pessoas difíceis em nosso espaço de trabalho. 

Outra ponderação importante é aproveitar o momento complexo para rever nossas próprias complexidades. Em momentos difíceis, devemos aprender a falar menos, diminuir as críticas, refazer as prioridades dos nossos gastos financeiros, consultar nossos cônjuges para tomar decisões futuras, rever a educação e os valores que estamos incutindo em nossos filhos, e podemos administrar melhor nosso tempo e nossos afetos. 
Nossos erros precisam fazer com que nossos hábitos, atitudes e práticas sejam revistas.

Tempos difíceis podem produzir temperamentos moldados. Conviver com pessoas difíceis molda nosso caráter. 

Lidar com fracassos nos faz perceber o quanto somos impotentes, e completamente dependentes da misericórdia divina. 

O choro precisa nos levar a momentos devocionais mais intensos e frequentes, quando nossa alma se derrama perante o altar.

Nossos sofrimentos podem nos levar a uma vida com mais santificação, consagração e serviço na obra de Deus. 

Nossas dores devem nos aproximar da cruz! 

Afinal, quando tudo parecer dar errado, ou nada parecer dar certo, nós podemos decidir acertar, enquanto esperamos pelo agir de Deus!

Por Elaine Cruz (psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar)

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