EBD – A Gloriosa Esperança do Apóstolo

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Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

“Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por capacete a esperança da salvação.” (1Tss 5.8)

A esperança relaciona-se de forma especial com o caráter de Deus tanto no Antigo como no Novo Testamento. Ele é a esperança dos justos, porque suas promessas garantem tudo quanto tem prometido. Nas cartas de Paulo, a esperança cristã inclui a fé em Deus e no ato salvífico de Cristo no calvário e percebe-se também que a esperança tem um caráter escatológico. No texto base desse tema, deparamo-nos com o apóstolo Paulo alertando a igreja de Tessalônica para as coisas que poderiam destruir a esperança. Em meio ao sofrimento, o crente precisa apegar-se à esperança das promessas das Escrituras. A esperança é a fonte da força presente para os fiéis que creem no que Deus realizou em Cristo, e a garantia dessa esperança está no fato de que o Espírito Santo fortalece a nossa fé e que, se morrermos, temos uma herança eterna com Deus em sua glória. Quando foi para Roma, ele sabia que enfrentaria o espectro da morte, mas não se deixou esmorecer pela certeza íntima de algo superior na eternidade. Cabral. Elienai, (O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021).    

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A GLORIOSA ESPERANÇA

Definição bíblica da palavra esperança. Esperança é uma das principais virtudes da vida cristã (“Agora pois permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três […]” [1Co 13.13-a]), através da qual o crente é motivado a crer no impossível. Houaiss define esperança como: “o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; expectativa, espera” (2001, p. 1228). Do ponto de vista bíblico, é a certeza de receber as promessas feitas por Deus por meio de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1); é uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa: “expectativa favorável e confiante” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar à espera de, aguardar, contar com a realização de uma coisa desejada ou prometida”.

A vinda de Jesus, a gloriosa esperança do apóstolo. Paulo fala do retorno de Cristo como a bendita esperança da Igreja:

“aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13).

Ao contrário de uma expectativa escapista, a esperança cristã quanto à volta de Jesus, é o testemunho altaneiro (que permanece nas alturas), de que o nosso porvir jaz além dos limites das expectativas e possibilidades deste mundo (1Co 15.9).

AS DUAS FASES DA SEGUNDA VINDA DE JESUS

Segundo as Escrituras, a Segunda Vinda terá duas fases, a saber:

a) Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.17) e

b) Aparecimento em glória (Ap 1.7). Vejamos:

A primeira fase da segunda vinda. Esta fase destina-se à Igreja, será invisível e é chamada de “encontro” ou “arrebatamento” (1Ts 4.17). Nessa ocasião ocorrerá a ressurreição dos que morreram em Cristo (1Ts 4.16) e os crentes vivos serão transformados. Seus corpos se revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53) e tanto os crentes ressurretos como os que foram transformados, serão arrebatados para encontrar-se com Cristo nos ares (1Ts 4.17).

A segunda fase da segunda vinda. Esta fase acontecerá sete anos depois do arrebatamento, ou seja, após a Grande Tribulação. O regresso de Cristo, desta vez, será visível e glorioso e todos verão a Jesus (Zc 12.10; 13.1,2; 14.3,4; Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7). Seu primeiro toque neste mundo será no Monte das Oliveiras, como está escrito pelo profeta Zacarias (14.14), e Cristo virá acompanhado com os seus santos e com os anjos (Mt 25.31; Ap 19.11-16).

A CONSCIÊNCIA DE PAULO DIANTE DA MORTE

Quando o final de sua vida estava se aproximando, Paulo pôde confiantemente dizer que foi fiel ao seu chamado. Deste modo, ele enfrentou a morte calmamente, sabendo que seria recompensado por Cristo (O Apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2003).

A caminhada se aproximava do fim, e Paulo, consciente disso, não desprezou os seus passos até o seu momento final. O apóstolo fez uma rápida análise de tudo aquilo que enfrentou, porém, destacou que apesar de tudo permaneceu firme na defesa da fé e no que lhe foi proposto fazer. O apóstolo apresenta a sua certeza de redenção e a sua confiança em Deus em seus momentos finais, pois entendia que a morte não era o fim, mas sim o começo de uma eternidade de gozo e alegria com Cristo.

Ao passar em revista a sua vida dedicada a Deus, Paulo reconhece agora que a sua morte é iminente, e descreve sua vida cristã nos seguintes termos.

(1) Considera a vida cristã como um 􀂳bom combate􀂴; ela é a única luta que vale a pena. Lutou contra Satanás (Ef 6.12); contra os erros religiosos dos judeus e dos pagãos (2 Tm 3.1-5; Rm 1.21-32; Gl 5.19-21); contra o judaísmo (At 14.19; 20.19; Gl 5.1-6); contra o antinomismo e a imoralidade na igreja (2 Tm 3.5; 4.3; Rm 6; 1 Co 5.1; 6.9,10; 2 Co 12.20,21); contra os falsos mestres (2 Tm 4.3-5; At 20.28-31; Rm 16.17,18); contra a deturpação do evangelho (Gl 1.6-12); contra o mundanismo (Rm 12.2); e contra o pecado (Rm 6; 8.13; 1 Co 9.24-27).

(2) Completou a sua carreira em meio a provações, dificuldades e tentações, e permaneceu fiel ao seu Senhor e Salvador durante toda a sua vida (2 Tm 2.12).

(3) Conservou lealmente a fé, em tempos de severas provações, de grande desalento e de muitas aflições, não somente quando era abandonado pelos amigos, mas também quando teve de enfrentar a oposição dos falsos mestres. Nunca cedeu terreno no tocante à verdade original do evangelho 2 Tm 1.13,14; 2.2; 3.14-16; 1 Tm 6.12 (STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD).

Uma das coisas mais importantes na caminhada cristã é estar consciente diante do enfrentamento que se trava. O apóstolo estava preso e estava consciente de que a sua cela era para a morte. Mas o que enchia o apóstolo de esperança era a herança espiritual que lhe esperava. O apóstolo já estava completamente desapegado da Terra, seu alvo era apenas ser participante da glória celestial que breve estaria diante dele. A morte existe e não podemos evitá-la. Entretanto, é possível enfrentá-la de maneira gloriosa e sublime, pois a morte não é o fim, mas o início de uma nova etapa da vida cristã (Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 87).

A DOUTRINA SOBRE A VOLTA DO SENHOR

O apóstolo Paulo apresentou, seus escritos, os elementos referentes a volta do Senhor. Ele descreveu bem todos os aspectos relacionados à segunda vinda de Cristo, desde o seu evento desencadeador (o Arrebatamento da Igreja) até o evento final da segunda vinda com o aparecimento de Cristo em Glória.

Paulo afirma, na sua carta à igreja em Tessalônica, que existem eventos nos quais a igreja não passará, pois será arrancada dessa terra para viver eternamente com Cristo (1 Ts 4.16,17). As cartas aos Tessalonicenses são um grande tratado acerca dos eventos relativos a segunda vinda de Cristo. No capítulo 4 de 1 Tessalonicenses, por exemplo, o apóstolo apresenta o Arrebatamento da Igreja com os seus detalhes, descrevendo como será a redenção dos santos, tantos os vivos como os que já dormem.

Após falar a respeito da volta de Cristo a fim de arrebatar os seus seguidores (1 Ts 4.13-18), Paulo passa a tratar sobre o assunto do derradeiro juízo divino contra os que rejeitaram a salvação em Cristo, nesse tempo terrível chamado o Dia do Senhor (1 Ts 5.2). O arrebatamento dos crentes (1 Ts 4.17) será simultâneo com o início do Dia do Senhor refere-se não a um dia de 24 horas, mas a um extenso período de tempo que culminará com os inimigos de Deus sendo derrotados e, posteriormente, o reino terrestre de Cristo (STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD).

Os ensinos paulino sobre a segunda vinda de Cristo nos enche de esperança, e não deve gerar em nós medo. Uma razão pela qual a esperança da volta de Cristo é tão grande consolo para os crentes é que Ele nos livra da terrível ira de Deus, isto é, os juízos do Dia do Senhor. Paulo identifica nosso livramento do dia da ira de Deus, bem como nossa esperança da salvação, com a morte sacrificial de Cristo e seu retorno para nos levar à vida eterna juntamente com Ele (STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD).

Nós como crentes devemos estar preparados para o Arrebatamento da Igreja. Essa preparação envolve vigilância espiritual, santidade na vida e cultivo da verdadeira esperança. Nossos olhos devem estar voltados para esse grande acontecimento (Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 87).

DOS TEMPOS E DAS ESTAÇÕES ATÉ A VOLTA DO SENHOR

A frase acerca dos tempos e das estações se refere ao conhecimento do que acontecerá no futuro, especificamente por ocasião da volta de Cristo (O Apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2003).

Não podemos afirmar e cravar uma data específica para o momento do Arrebatamento da Igreja, muito menos para o retorno de Cristo em Glória. Muitos especulam, erroneamente, a respeito de uma data para esse glorioso evento, porém, não nos cabe adivinhar quando irá acontecer, mas sim apenas esperar prudentemente o retorno do Noivo.

Paulo estava falando sobre a doutrina da iminência. Tudo o que isto quer dizer é que Jesus pode retornar a qualquer momento. Não há condições a satisfazer que o impeça de retornar hoje, à noite, ou amanhã. Nós sabemos que o cometa Halley não irá retornar até o final do século XXI. Mas os cristãos, durante os séculos, estiveram cientes de que Jesus pode retornar a qualquer momento (RICHARDS, Lawrence. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2021).

A iminência do Arrebatamento da Igreja nos convida a viver prudentemente. Precisamos fugir dos embaraços que essa vida nos apresenta, e buscar, constantemente, a nossa santificação.

Os esforços para determinar a data da volta de Cristo são tolos. Não seja enganado por ninguém que reivindique sabê-lo. No texto somos informados que ninguém sabe o dia nem a hora, e que até crentes serão surpreendidos. O Senhor retornará de repente e inesperadamente, adverte Paulo, então esteja pronto! Pelo fato de ninguém saber quando Jesus voltará à terra, devemos estar prontos a toda hora. Suponha que Ele voltasse hoje. Como Ele o encontraria vivendo? Você está pronto para encontrá-lo? Viva cada dia preparado para receber a Cristo (Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 87).

Não nos cabe adivinhar os tempos e as estações de que todas essas coisas acontecerão. O que precisamos cultivar é uma vida no Espírito, com vigilância, aguardando que o Senhor venha a qualquer momento o objetivo, portanto, não é adivinhar o dia e a hora da vinda do Senhor, mas viver a vida cristã na dimensão do Espírito Santo e na dimensão do povir. Nosso Senhor breve virá! (Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 87).

A VOLTA DE CRISTO, A BEM-AVENTURADA ESPERANÇA DA IGREJA

Esperança consoladora. Segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 811), consolar é: “aliviar a dor, o sofrimento, a aflição (de outrem ou a própria), com palavras, recompensas, promessas”. Podemos notar que, na maioria das vezes em que a doutrina do Arrebatamento aparece nas páginas do NT, vem com o propósito, dentre outras coisas, de trazer consolo para a Igreja. No cenáculo, momentos antes da sua crucificação, face à tensão em que os apóstolos estavam (Jo 14.1), Jesus, de forma enfática, declara, trazendo alento para seus servos:

“virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo”, “Não vos deixarei órfão; voltarei para vós”, “Vou, e venho para vós” (Jo 14.3,18,28; ver At 1.6-12). Ao tratar sobre o Arrebatamento da Igreja e os eventos relacionados a ele, o apóstolo Paulo exortou que os irmãos deveriam mutuamente se consolarem, com a bendita esperança da vinda de Cristo: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18; ver At 1.11).

Esperança motivadora. Diante da tentação de se afastarem da verdade do evangelho, o escritor aos hebreus motiva os destinatários de sua carta, a prosseguirem na caminha cristã, exortando que eles deveriam continuar perseverantes, apesar de todo sofrimento vivido (Hb 10.36). Para tanto, cita uma das maiores promessas, que é a segunda vinda de Cristo:

“Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10.37 ARA); e declara que, por ocasião desse esperado advento, os crentes fiéis estarão livres de:

(a) todas as aflições e perseguições (2Co 5.2,4; Fp 3.21; Ap 3.10);

(b) da presença do pecado e da morte (1Co 15.51-56); e

(c) da ira futura, por ocasião da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9).

Esperança segura. O Arrebatamento é uma promessa garantida pelo próprio Deus. E ainda que escarnecedores tenham surgido ao longo da história com o objetivo de negar essa verdade (2Pd 3.3,4,8,9; Jd v.18), sabemos que o Arrebatamento é um advento iminente. Jesus em seu sermão profético deixou certa a sua segunda vinda ao compará-la ao fato histórico vivido por Noé e sua família:

“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.37). Os cristãos nunca devem abrir mão de sua expectativa, mantida em oração, de que ainda hoje a trombeta poderá soar e o Senhor voltará.

Esperança gloriosa. Em face da glória que há de ser revelar em nós, temos motivação para superar quaisquer sofrimentos:

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18; ver 1Pd 5.1). Quanto mais sofrimento, mais glória:

“Porque a nossa leva e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co 4.17). Na ocasião do arrebatamento da Igreja, experimentaremos a glorificação do corpo (1Co 15.42,43,51-54) e os que forem fiéis receberão a coroa de glória (1Pe 5.4).

CONCLUSÃO

O Arrebatamento é a bendita esperança da Igreja. Estejamos, pois, esperando Aquele que há de vir (Hb 10.37). Diante dessa gloriosa promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando este dia em que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor.

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