EBD – Paulo e seu Amor pela Igreja

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Prezados professores e alunos,

Paz do Senhor!

“Porque o amor de Cristo nos constrange.” (2Co 5.14a)

Algo que se destaca com clareza no ministério de Paulo é o seu amor pela Igreja de Cristo. Podemos dizer que todo o seu ministério foi desenvolvido sob o prisma do amor pela Noiva de Cristo. Por isso, na lição desta semana, nosso objetivo principal é compreender e estimular os alunos a amar a Igreja de Cristo. A relevância desta lição está no contexto atual em que tornou muito comum, e de maneira mórbida, criticar a igreja. Assim, nosso objetivo é olhar de maneira positiva sobre a importância da igreja local (Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 87).

Com o objetivo de destacar o amor de Paulo pela igreja, relacionando o amor com fé na Igreja e incluiremos as três virtudes na igreja de Tessalônica: fé, amor e esperança.

INTRODUÇÃO

Até chegar a Tessalônica, Paulo havia saído de uma dura experiência de prisão em Filipos, e ele e Silas foram expulsos da cidade (At 16.37-40). Passaram pela casa de Lídia, hospedeira do apóstolo, e depois, até chegar em Tessalônica, eles passaram por Anfípolis e Apolônia. Mesmo com os corpos lanhados pelos açoites que receberam em Filipos, Paulo não desanimava em nada. Logo que chegaram a Tessalônica, Paulo e Silas foram para uma sinagoga de judeus e, por três sábados seguidos, discutiam com os judeus sobre as Escrituras

“E, passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e, por três sábados, disputou com eles sobre as Escrituras,” (At 17.1,2).

De forma contundente e persuasiva, Paulo expunha e demonstrava aos participantes daquela sinagoga que o Cristo de Nazaré deveria padecer no calvário e ressuscitar dos mortos

“expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo.” (At 17.3).

Seu discurso provocou o ódio dos judeus que lhe ouviram e, movidos pela inveja, juntaram homens maus da cidade, e o povo de Tessalônica alvoroçou-se para prender os dois e levá-los perante os magistrados da cidade e pedir a punição deles. Todavia, um grande número de pessoas aceitou a mensagem de Paulo, e aqueles cristãos formaram a igreja em Tessalônica. Entretanto, daquela primeira vez na cidade, tiveram que tirar os dois à noite para não serem vistos pelos inimigos, e os dois tomaram o caminho para Bereia

“E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Bereia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” (At 17.10,11).

O pastor Robert H. Boll escreveu em seu comentário sobre os Tessalonicenses que “o apóstolo Paulo foi uma verdadeira procela; em qualquer lugar que chegasse com o seu evangelho, ele produzia uma tempestade”. Na verdade, Paulo era ousado e possuía uma coragem que vinha do Espírito Santo para pregar o vieram de Filipos para Tessalônica, visitaram por três sábados seguidos a sinagoga da cidade. Sua mensagem era contundente e revolucionária e mexeu com os brios dos judeus, especialmente fariseus, que estavam na sinagoga.

Como havia alguns gentios simpatizantes do judaísmo, Paulo impactou não só os judeus da sinagoga, como também atraiu também aos gregos que receberam a mensagem, e, juntos com outros judeus, uniram-se à igreja na cidade (At 17.1). A igreja em Tessalônica foi formada em meio à perseguição, e Paulo teve que sair da cidade por causa disso. Mais tarde, ele escreveu à igreja encorajando aqueles cristãos a não desanimar por conta das aflições, mas a permanecer firmes na fé:

“para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados; pois, estando ainda convosco, vos predizíamos que havíamos de ser afligidos, como sucedeu, e vós o sabeis” (1 Ts 3.3,4).

Paulo passou a amar aquela igreja com amor profundo, pois, para ele, a igreja em Tessalônica tornou-se uma comunidade especial, mesmo sendo perseguida pelos oponentes judeus que rejeitavam a sua mensagem. A característica que marcou essa igreja era o amor ao Senhor Jesus e o amor recíproco entre aqueles cristãos. (Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021)

A estratégia míssiológica de Paulo (At 17.1) Paulo não era apenas um pregador, era também um sábio estrategista. Na sua primeira viagem missionária concentrou-se exclusivamente em Chipre e na Galácia; na segunda, dedicou-se à evangelização das províncias da Macedônia e Acaia. Na terceira viagem missionária concentrou-se em Éfeso, na província da Ásia Menor. É importante ressaltar que em todas elas, Paulo incluiu a capital em seu trajeto – Tessalônica, a capital da Macedônia; Corinto, da Acaia, e Éfeso, da Ásia. Além disso, Paulo escreveria a cada uma das igrejas nessas capitais, ou seja, suas cartas aos tessalonicenses, aos coríntios e aos efésios. O apóstolo Paulo entrou na Europa por orientação do Espírito Santo, mas ele tinha também discernimento para fazer as melhores escolhas estratégicas na obra missionária nesse continente. Por essa razão, viajando pela grande via expressa, a Via Egnátia, ele passou por várias cidades macedônias como Anfípolis e Apolônia e concentrou seu trabalho em Tessalônica, a capital da província, onde havia uma sinagoga judia (At 17.1).

De todas as cidades desta artéria, a Via Egnátia, Tessalônica era a maior e a mais influente. Situada no atual golfo de Salônica, foi edificada na forma de um anfiteatro nas colinas no fundo da baía. Não que Paulo julgasse” essas duas primeiras cidades indignas do evangelho, mas compreendia que se Tessalônica fosse alcançada, o evangelho poderia irradiar-se dali para as outras regiões. Paulo, assim, não estava sendo preconceituoso nem fazendo acepção de pessoas, estava, sim, sendo estratégico. William Barclay afirma em seu livro que a chegada do cristianismo a Tessalônica foi um fato de suma importância. Paulo sabia que se o cristianismo se firmasse em Tessalônica, ele poderia estender-se a partir dali para o Oriente e para o Ocidente, como de fato aconteceu

“Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma;” (I Ts 1.8).

Paulo sabia usar os recursos disponíveis na época para agilizar o processo da evangelização.

Howard Marshall, ao comentar essa viagem de Paulo a Tessalônica, ressalta a importância dessa Via Egnátia: A grande estrada romana, a Via Egnátia, começava em Neápolis, e passava por Filipos, Anfípolis (At 16.12), Apolônia e Tessalônica, depois passava para o oeste, atravessando a Macedônia até a praia do mar Adriático em Dirraquio, de onde os viajantes podiam atravessar o mar para a Itália. As campanhas missionárias de Paulo foram muito facilitadas onde havia boas estradas, as “rodovias expressas” do mundo antigo, para ajudar seu progresso. Os missionários viajaram 53 km para Anfípolis, 43 km para Apolônia e então, 56 km para Tessalônica.

Warren Wiersbe diz que Paulo costumava ministrar nas cidades maiores e transformá-las em centros de evangelismo a toda a região (At 19.10,26; I Ts 1.8). Tessalônica era uma cidade estratégica. Ela era a capital da Macedônia. Era também um importante centro comercial, só comparado à cidade de Corinto. Ali ficava um dos mais importantes portos da época. Ela comandava o comércio marítimo pelo mar Egeu e terrestre pela Via Egnátia.

Também por Tessalônica passavam diversas rotas comerciais. William MacDonald disse que o Espírito Santo escolheu essa cidade como uma base a partir da qual o evangelho poderia se irradiar para muitas outras direções. William Barclay relata que o nome original dessa cidade era Thermal, que significa “fontes quentes”. Seiscentos anos antes, Heródoto já a descrevia como uma grande cidade. Aqui Xerxes, o persa, estabeleceu sua base naval ao invadir a Europa. Em 315 a.C., Cassandro reedificou a cidade e colocou nela o nome de Tessalônica, em homenagem a sua mulher, filha de Filipe da Macedônia e irmã de Alexandre Magno. Tessalônica, como Filipos, era uma cidade antiga que recebera nova vida na era helenística. Os romanos fizeram dela uma cidade livre em 42 a.C., e ela possuía os direitos garantidos de governo próprio nos padrões gregos mais que romanos. Jamais as tropas romanas haviam cercado essa importante cidade. Ela mantinha sua própria assembléia popular e seus próprios magistrados. Sua população era estimada em 200 mil habitantes e durante um tempo chegou a rivalizar com Constantinopla como candidata à capital do mundo.

Como já dissemos, pela Via Egnátia, Tessalônica ligava o Oriente e o Ocidente. Ela fica na entrada do Império Romano. Em virtude desses fatos, verdadeiramente, é impossível exagerar a importância da chegada do cristianismo a Tessalônica. Paulo sabia que se o cristianismo conseguisse se estabelecer em Tessalônica, ele se estenderia ao Oriente pela Via Egnátia até conquistar toda a Ásia, e pelo Ocidente chegaria certamente à cidade de Roma. O advento do cristianismo em Tessalônica foi um passo crucial na transformação do cristianismo em religião mundial. A cidade de Tessalônicá sobreviveu aos embates do tempo. Foi a segunda maior cidade nos dias do império bizantino. Em 390 d.C., foi palco de um grande massacre, quando o imperador Teodósio, o Grande, mandou massacrar mais de sete mil de seus cidadãos. A cidade desempenhou papel importante nas Cruzadas. Passou a um governo otomano em 1430. De 1439 até 1912 ficou com os turcos. Em 1912 foi tomada de volta pelos gregos. Atualmente, com o nome de Salônica, é a segunda maior cidade da Grécia, tendo uma população estimada em 250 mil habitantes. (LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 13-16).

Tessalônica foi antigamente a metrópole da Macedônia. Ela é agora chamada de Salonichi, e é a mais bem povoada e uma das melhores cidades comerciais no Oriente. O apóstolo Paulo, sendo impedido do seu intento de viajar para as províncias da Ásia, assim chamadas de maneira correta, foi dirigido de maneira extraordinária para pregar o evangelho na Macedônia

“E Paulo teve, de noite, uma visão em que se apresentava um varão da Macedônia e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos! E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho.” (At 16.9,10).

Em obediência ao chamado de Deus, ele foi de Trôade para Samotrácia, depois para Neápolis, e em seguida para Filipos, onde foi bem-sucedido no seu ministério, mas defrontou-se com maus tratos, sendo lançado na prisão com Silas, seu companheiro de viagem e trabalho, de onde foram maravilhosamente libertos. Após consolarem os irmãos, partiram. Passando por Anfípolis e Apolônia, vieram a Tessalônica, onde o apóstolo plantou uma igreja que consistia de alguns crentes judeus e muitos gentios convertidos

“E, passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e, por três sábados, disputou com eles sobre as Escrituras, expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo. E alguns deles creram e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos e não poucas mulheres distintas.” (At 17.1-4).

Mas após um tumulto levantado na cidade pelos judeus descrentes e pelos habitantes mais ordinários e vis, Paulo e Silas, para sua própria segurança, foram enviados para Beréia à noite, e mais tarde Paulo foi conduzido para Atenas, deixando Silas e Timóteo para trás, mas enviou instruções para que viessem se encontrar com ele o mais rapidamente possível. Quando chegaram, Timóteo foi enviado para Tessalônica, para informar-se acerca do bem-estar deles e para firmá-los na fé (cap. 3.2). Ele se encontrou com Paulo enquanto este se demorava em Atenas, e foi enviado novamente, junto com Silas, para visitar as igrejas na Macedônia. Sendo deixado em Atenas sozinho (cap. 3.1), Paulo partiu dali para Corinto, onde permaneceu por um ano e meio. Nesse ínterim, Silas e Timóteo retornaram a ele da Macedônia

“Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado pela palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.” (At 18.5).

Nessa época, ele escreveu essa epístola à igreja de Cristo em Tessalônica. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 651).   

O AMOR DE PAULO PELA IGREJA

A expressão de ações de graças descritas pelo apóstolo em sua primeira carta aos Tessalonicenses, demonstra o quão feliz ele estava pelas boas notícias que recebera acerca dos irmãos tessalonicenses.

“Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai,” (1Tss 1.2,3)

Paulo foi quem deu o ponto de partida dessa obra. Ele foi o instrumento de Deus para abrir a igreja tessalonicense, e ao ver como perseveravam no evangelho recebido pela boca do apóstolo, se tornando exemplo de fé pelo seu bom testemunho, se alegrou grandemente em seu coração.

Com as boas notícias que o apóstolo obteve da parte de Timóteo, Paulo percebeu que a semente lançada na terra do coração daqueles irmãos brotou e frutificou, independentemente de seu esforço pastoral. Apaixonado pelo que fazia, Paulo encheu-se de alegria pelas boas notícias gerando em seu coração um grande amor pelos tessalonicenses (CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2021).

A fé dos tessalonicenses não era, de modo algum, perfeita, mas era o resultado de um trabalho do mais alto nível. Esses crentes haviam passado por um claro teste de conversão genuína; exibiram uma nova disposição que ofuscou qualquer imperfeição na conduta ou doutrina que Paulo lhes precisou dirigir. Podemos identificar seu trabalho ao incluir o seguinte:

Tornaram-se imitadores de Paulo (1 Ts 1.6),

exemplos de fé (1 Ts 1.7),

estavam verdadeiramente servindo a Deus (1 Ts 1.9) e

perseverando na fé apesar das severas oposições (1 Ts 1.6; 2.14,15; 3.3-8) (ARRINGTON, French L.; STROSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015).

O apóstolo compara o seu amor pela Igreja como o de um pai para com o seu filho. Suas admoestações, exortações e conselhos tinham como base fundamental o amor. Um amor motivado pela causa Evangelho. Um amor que norteava toda a vida do apóstolo. Esse amor era visível na igreja em Tessalônica e, da mesma forma que esse amor era visível na igreja do primeiro século, pode ser visível na igreja contemporânea (Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 87).

AMOR E FÉ NA IGREJA

Diante disso, precisamos entender que como salvos temos um papel de amor a desenvolver dentro do seio da igreja. A palavra reciprocidade na visão da psicologia diz respeito ao ato de responder às ações da mesma forma que as receber positivamente ou negativamente. Portanto, a reciprocidade do amor é manifesta no relacionamento cristão. A igreja de Tessalônica era uma igreja que sabia amar, e esse amor refletia-se nas relações sociais no seio da igreja (CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2021).

Na igreja em Tessalônica a fé se relacionava com o amor, ou seja, a fé em Cristo estimulava a vivência no amor. Uma das coisas mais extraordinárias na vida cristã é quando o fervor espiritual estimula o amor fraternal, isto é, o desenvolvimento do fruto Espírito que só pode ser amadurecido no relacionamento com o próximo. Nesse sentido, em Efésios, o apóstolo Paulo nos diz: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Assim, em Ef 5.22 – 6.9 o resultado desse enchimento é visível na dimensão prática do amor na relação do crente cônjuge, com os filhos, com o patrão e com os funcionários (Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 87).

AS TRÊS VIRTUDES NA IGREJA DE TESSALÔNICA: FÉ, AMOR E ESPERANÇA

“lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai,” (1Tss 1.3)

A tríade das virtudes cristãs – fé, amor e esperança – se estrutura não somente na ação de graças, mas também no estilo livre da carta como um todo (ARRINGTON, French L.; STROSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015). Estamos relatando um grande e necessário tripé que deve ser uma grande marca da Igreja de Cristo.

Um testemunho formidável (1.3). A igreja de Tessalônica, embora nova na fé, tinha as marcas da maturidade cristã. Ela possuía as três virtudes cardeais da vida cristã: fé, amor e esperança (1Co 13.13). Quanto ao passado estava firmada na verdade, pois tinha colocado sua fé em Deus e agora estava trabalhando para Ele. Quanto ao presente estava envolvida no amor a Deus e ao próximo. Quanto ao futuro estava sendo alimentada pela expectativa da segunda vinda de Cristo. I. Howard Marshall define essas três virtudes assim: A fé é a aceitação da mensagem do evangelho, a confiança em Deus e Jesus, e a dedicação obediente (1.8; 3.2,5-7,10; 5.8).

O amor é a afeição que é expressa no cuidado altruísta alguém, o tipo de amor que o próprio Deus demonstrou ao enviar Jesus para morrer por nós (Rm 5.8); os cristãos devem demonstrá-lo uns aos outros e para todos os homens (3.12), e sua atitude diante de Deus deve ser da mesma qualidade, expressando-se em completa devoção a Ele (3.6,12; 5.8,13). A esperança é a expectativa confiante de que Deus continuará a cuidar do Seu povo e que o fará vencer as provações e os sofrimentos até chegar à bem-aventurança futura na Sua presença (2.19; 4.13; 5.8).

(LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 33).

– Precisamos entender que quando o apóstolo Paulo escreve “obra da vossa fé” (1 Ts 1.3), ele aponta para o modo pelo qual a fé dos cristãos tessalonicenses é demonstrada por eles. A obra da fé aqui não anula a doutrina da justificação pela fé, mas refere-se ao fato de que a fé salvadora tem o seu efeito prático na “obra da fé” (CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2021). Não estamos falando de um ato meritório que conduzirá a uma consequente salvação, mas sim de uma demonstração prática, através das ações e do testemunho tessalonicense, que apontava para a grande fé em Cristo que existia no seio da igreja em Tessalônica.

Matthew Henry diz que onde quer que exista uma fé verdadeira, encontraremos obra, pois a fé sem obras é morta (Tg 2.14). Salvação conduz ao serviço. Quanto mais robusta é a fé que um povo tem em Cristo, tanto mais dedicado é o seu trabalho para Ele. A palavra traduzida por “operosidade” é ergon, trabalho ativo ou todo o trabalho cristão governado e energizado pela fé.

Amor – No conceito de Paulo, amar os outros é a atitude mais importante da vida cristã, porque “não amar” dilui a energia que faz a igreja crescer em qualidade e que mantém o vigor da igreja (CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2021). Paulo não se refere somente a um ato de amor, mas ao trabalho em um senso coletivo e contínuo […] A prova de que os tessalonicenses estavam sendo imitadores do Senhor era o amor que demonstravam por Deus e de uns para com os outros. A capacidade de amar uns aos outros tem sua fonte em Deus, porque Deus é amor (ARRINGTON, French L.; STROSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015).

O amor produz serviço intenso. A palavra usada por Paulo para “abnegação” é kópos, trabalho exaustivo, labor. A palavra denota o trabalho árduo e cansativo, que envolve suor e fadiga. Enfatiza o cansaço que decorre da utilização de todas as energias da pessoa. Nós evidenciamos o nosso amor por Cristo por aquilo que fazemos para Ele. Nós demonstramos amor ao próximo não apenas com palavras, mas com atitudes concretas de serviço. (LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 34)

Mas quantos de nós já trabalharam assim, em amor? Quantos de nós se tem deixado desgastar com algum labor que impusemos a nós mesmos, por amor a Deus? (CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 168) 

Esperança – Por fim, o apóstolo destaca sua admiração pelos cristãos tessalonicenses em permanecerem fiéis ao Senhor mesmo passando por grandes tribulações:

“E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo,” (1 Ts 1.6).

A esperança produz paciência triunfadora. A igreja de Tessalônica estava com os pés na terra, mas com os olhos no céu. Ela servia no mundo, mas aguardava a glória do céu. Sua esperança não era vaga, mas firme. A palavra que Paulo usou para “firmeza” é uma das mais ricas da língua grega. E “hupomone”, que significa paciência triunfadora. Fritz Rienecker diz que hupomone é o espírito que suporta as coisas, não com mera resignação, mas com uma viva esperança. É o espírito que suporta as coisas porque sabe que elas estão a caminho de um alvo de glória. (LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 34).  

Sabemos que constantemente passaremos por momentos de tribulações, contudo, precisamos ser “pacientes na esperança”. Os cristãos tessalonicenses entenderam bem isso, e estavam pacientemente permanecendo firmes no evangelho que receberam, e, além do grande testemunho que apresentavam em meio às provações, aguardavam, com esperança, dos céus a Cristo que nos livrará da ira futura:

“e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” (1 Ts 1.10)

Conclusão

Esta lição nos ensina que devemos amar a igreja local. Esse era o sentimento do apóstolo pela igreja de Tessalônica. Seu coração se alegrava pela fidelidade e lealdade dos tessalonicenses aos ensinos de Cristo. A igreja local é a forma visível da Igreja de Cristo, por isso devemos amá-la.

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