EBD – Elias e os Profetas de Aserá e Baal

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

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Prezados professores e alunos,

A Paz do Senhor!

           O profeta Elias é um dos mais importantes personagens da Bíblia. Tanto que a Bíblia relata que ele aparece no Monte da Transfiguração dialogando com Jesus. Veremos nessa lição, que o profeta enfrentou o maior desafio do seu ministério os 850 profetas falsos, lançando o desafio do fogo. Com uma oração simples e cheio de confiança, ele manifesta a sua humanidade esvaindo as forcas, todavia o Senhor agiu tirando-o desse quadro emocional de desanimo, por meio da brisa suave, mudando radicalmente a sua vida, outorgando novas tarefas a serem desempenhadas.          

O DESAFIO NO MONTE CARMELO

O profeta Elias era zeloso pela adoração verdadeira a Deus, que realizara tantos sinais e livramentos no passado, porém à apostasia do rei Acabe e de outros reis, levou o povo a se afastar do verdadeiro Deus. Elias lança um grande desafio diante do povo. Elias corajosamente confrontou o povo com o fato de não podia servir a Deus e a Baal ao mesmo tempo. 

“Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada” (1Rs 18.21) 

Quem respondesse com fogo seria digno de adoração. O povo estava e dúvida, quem de fato, era o verdadeiro Deus. A palavra “coxear” no hebraico é pãsah, saltar, pular, dançar ficar manco, passar por cima. (CHAVE, Bíblia Palavra, p. 6452)

O desejo do profeta Elias era que o povo entendesse que estavam praticando era idolatria e era abominável ao Senhor o que eles estavam praticando.

Deus proibiu através do Decálago fazer qualquer imagem dEle em Forma física para adora-lo, ou qualquer outro deus. A Palavra de Deus é abstrata, mas também concreta, no coração do ser humano, porque a fé é estabelecida através por meio de uma relação de sentimento e amor e, também o ser humano é a imagem de Deus. O homem inverteu os valores, pois ele possui a imagem limitada de Deus, porém fez uma imagem de Deus imensamente inferiorizada da grandeza dEle, tentando expressá-lo numa imagem. Então qual a única forma de conseguir conhecê-lo?

“Então, o Senhor vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma” (Dt 4.12)     

O povo de Israel tem ciência quem é o seu Deus e que e impossível fazer uma imagem dEle. A imagem real de Deus é inefável. Israel ficaria apenas com a voz de Deus. 

“Então, disse o Senhor a Moises: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que eu falei convosco deste os céus. Não fareis outros deuses comigo; deuses de prata ou deuses de ouro não fareis para vós” (Êx. 20.22,23)

No Antigo Testamento, o ídolo não significava nada. Encontramos-nos na Escritura Sagrada alguns profetas caçoando dos ídolos dando-lhes apelidos, como por exemplo, gillullim (montículos de esterco – Ez. 6.5) ou, ainda, elilim (deusinhos). A Palavra de Deus nos explica os motivos do porque não devemos adorar e criar imagens:

  1. É fabricada pelo homem (Is 2.8);
  2. A sua composição e construção anuncia a sua futilidade (Is 40.18-20; 41.6,7; 44.9-20);
  3. A sua impotência é motivo de desprezo (Is 46.1,2);
  4. E não possui aparência de vida (Sl 115. 4-7).

O apóstolo Paulo afirma que os ídolos nada é, por trás dos ídolos existe uma forca demoníaca e trás cegueira espiritual ao povo que deve fazer uma reflexão sobre a idolatria (1Co 8.4; 10.19,20), pois aquele que adora torna-se tão reduzido quanto a imagem

“Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam” (Sl 115.8)

       O Antigo Testamento afirma que a idolatria acontece a partir de objetos físicos, a exigência torna-se mais séria no Novo Testamento, não somente objeto físico, mas tudo aquilo que domina o coração, que ocupa lugar de Cristo, que rege a vida do ser humano em detrimento da vontade de Deus. Qualquer coisa, mesmo subjetiva, pode torna-ser um ídolo, por esse motivo devemos ter uma vida de vigilância.

Jesus ensinou que o coração de uma pessoa pertence de fato àquilo que ele mais estima.

“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21)

Visto que o discípulo deve amar a Deus de todo o seu coração (Mt 22.37; Dt 6.4), o amor a posse e riquezas materiais é uma forma sutil de idolatria,

“Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria” (Cl 3.5).

Para Deus, o ídolo é como um substituto fútil. Infelizmente nos dias atuais, a religiosidade e as denominações religiosas estão tornando um ídolo, quando pessoas interessadas no poder, para obter vantagens próprias, manipulam o povo. Assim, a arrogância e o desprezo para com Deus verdadeiro fez com que se instalasse a degradação moral, social e religiosa, muito semelhante aos dias do profeta Isaias:

“Também está cheia de ídolo a sua terra; inclinaram-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que fabricaram os seus dedos” (Is 2.8).

Elias tinha uma acreditava que Deus era com ele, por isso propôs o desafio de que aquele deus que responder com fogo seria Deus. Os servos de Deus que andam em sinceridade não precisam fazer desafios com Ele para testar a sua lealdade e o seu amor. Assim como Elias que tinha certeza de quem era Deus, nós conhecemos a Deus, sabemos quem Ele é, diante desse fato, o desafio era para os incrédulos.

“Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo povo respondeu e disse: É boa esta palavra”. (1Rs 18.24)

Precisamos de crentes como Elias íntimos de Deus que são impelidos (guiados, levados, conduzidos) no seu coração por aquilo que o Senhor quer fazer. Portanto, foi a vontade de Deus fazer o desafio para, mais uma vez, mostrar ao povo que Ele era o Deus Vivo e Verdadeiro aquém deveriam servir.

Quem era Aserá, Astarte ou Astarote.

       São três termos correlatos que tratam da “deusa mãe” com aspectos de deusa da fertilidade, do amor e da guerra, conhecida dos israelitas por meio dos cananeus (1Rs 11.5). Os israelitas infelizmente adotaram a adoração a Astarote juntamente com a adoração a Baal logo após chegarem à terra prometida (Jz 2.13). Era uma adoração comum no tempo de Samuel (1Sm 7.3,4; 12.10), tendo recebido lamentavelmente sanção real por parte de Salomão (1Rs 11.5). Outra expressão correspondente a Aserá é o termo “poste-ídolo”. O Antigo Testamento se refere algumas vezes ao poste-ídolo como uma deusa (2Rs 23.4 ARA – Almeida Revista e Atualizada), interessantemente que a NVI (Nova Versão Internacional) traduz essa mesma expressão por “Aserá”, o poste-ídolo também é usado acerca de uma imagem feita para essa deusa (1Rs 15.13 ARA) 

“e até a Maaca, sua mãe, removeu para que não fosse rainha, porquanto tinha feito um horrível ídolo a Aserá; também Asa desfez o seu ídolo horrível e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom”.

Quem era Baal

         O vocabulário hebraico significa “senhor, possuidor ou marido”. Quando os israelitas entraram em Canaã, notaram que cada trecho da terra tinha sua própria divindade. Dessa forma, constatamos o relato de vários “Baais”, cuja forma plural foi traduzida por “Baalins” (1Rs 18.18). Na maioria das vezes, o sobrenome da divindade variava de acordo com a localidade em que ela era adorada. Um exemplo disso é Baal-Peor, divindade de uma área correspondente a uma montanha na região ao norte do Mar Morto e defronte de Jericó (Nm 25.3). Vejamos algumas outras variações para o termo Baal:

Baal-Berite. Essa expressão significa “senhor das alianças”. Aparece somente em Juízes 8.33. Quando do falecimento de Gideão, os filhos de Israel tornaram a se corromper e se envolveram com esta divindade. El Berite era um deus cananeu que tinha o seu santuário em Siquém (Jz 9.46).

Baal-Gade. Diz respeito à fronteira norte mais afastada da conquista israelita, no sopé do Monte Hermon. Essa localidade é descrita quando das conquistas na época de Josué (Js 11.17).

Baal-Hazor. Trata-se de um monte de 1000 m de altura, a 15 Km a noroeste de Betel. Essa localidade é descrita em 2Samuel 13.23.

Baal-Meom. Também conhecida como Bete-Baal-Meom (Js 13.17), Bete-Meom (Jr 48.23) e Beom (Nm 32.3). Era uma das diversas aldeias edificadas pelos rubenitas no território de Seom, o amorreu (Nm 32.38).

Baal-Zebube ou Belzebu. No Antigo Testamento, Baal-Zebube era o “senhor das moscas”, o deus de Ecrom, ao qual Acazias desejou consultar, mas foi impedido pela interferência justamente do profeta Elias (2Rs 1.1-6,16). Alguns entendem que a expressão Baal-Zebube é uma forma irreverente dada pelos judeus ao título Baal-Zebul cananeu, “senhor dos lugares altos”. Mas ainda no Novo Testamento, os fariseus acusaram Jesus de expulsar os demônios por Belzebu, “maioral dos demônios” (Mt 12.24- 29; Mt 10.25).

Baal-Zefom. Essa expressão significa “senhor do norte”. Nome de um lugar no leste do delta egípcio, perto do qual os israelitas se acamparam durante seu êxodo (Êx 14.2,9; Nm 33.7).

A ORAÇÃO DE ELIAS

         Diante da falta de resposta de Baal, Elias começa os preparativos para a operação do milagre, consertou o altar do Senhor que estava quebrado, juntou as doze pedras que simbolizava as 12 tribos de Israel, cavou um rego em volta do altar, colocou a lenha, dividiu o bezerro em pedaços sobre a lenha e pediu para que se derramassem doze cântaros de água sobre o altar. Elias estava eliminando qualquer dúvida quanto à veracidade do evento milagroso, para que o povo não inventasse alguma historias falsas.

Elias orou uma oração simples e curta de vinte e oitos segundos, diferente dos profetas de Baal, com longas e sacrificais orações. Simplesmente para mostrar que, para o Senhor o importante é exercitar a fé no Deus verdadeiro.

 Recorrendo ao pastor José Gonçalves, ele afirma que a oração do profeta Elias revela ao menos três fatos que são cruciais no contexto do livro de 1 Reis:

  1. Uma teologia correta sobre a divindade – “Tu és Deus”;
  2. Uma correta antropologia – “Eu sou teu servo”; e
  3. Uma correta bibliologia – “Conforme a tua Palavra fiz essas coisas”.

Na oração, Elias expôs o verdadeiro motivo daquele altar e da necessidade de Deus responder com fogo (1Rs 18.37). GONCALVES, José. Porção Dobrada. 2012.

Elias se preparou para enfrentar os profetas, reparou o altar e, principalmente, suplicou o favor de Deus misericordioso. O profeta confiou absolutamente na misericórdia divina. Esse episódio revela que quando exercitamos a nossa fé e confiança no Senhor, Ele responde nossas orações e nos livra de qualquer adversidade […] para ver o milagre de Deus é preciso exercitar a fé. É preciso orar incessantemente, perseverantemente. Perseverar em oração também significa perseverar em fé. Deus é misericordioso e se o nosso propósito estiver alinhado com o dEle, veremos o seu milagre. (Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 86)

ELIAS EM HOREBE

Elias experimentou as profundezas da fadiga e do desânimo logo após suas duas grandes vitórias espirituais: a derrota dos profetas de Baal e a resposta de sua oração que pedia chuvas. O desânimo frequentemente aparece após grandes experiências espirituais, especialmente as que exigem esforço físico ou envolvem grandes emoções (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003).  

O fogo que caiu do céu e a chuva que veio através da oração de Elias não convenceram a Acabe nem Jezabel da verdade. A rainha, enfurecida pela matança dos seus profetas, enviou uma mensagem ao profeta de logo o mataria, e o fraco Acabe não fez nada para frear  a sua mulher. Elias fugiu para salvar a sua vida. Não parou até alcançar um lugar no deserto situado ao sul da fronteira com Judá. Ali, completamente desanimado, sentou-se debaixo de um arbusto. (HOFF, 1996, p. 212)

Muitas vezes aparentamos ser fortes, contudo, entendemos que dentro de nós existem grandes fragilidades que nos acometem tentando nos fazer parar. Elias é um exemplo disso, pois após os milagres ocorridos em sua vida, principalmente por causa do zelo pelas coisas de Deus, ele se depara deprimido e exausto, pedindo que Deus tirasse a sua vida,

“E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Rs 19.4).

Como seres humanos somos suscetíveis a desanimar na caminhada, principalmente quando pensamos que o nosso esforço tem sido empregado sem uma finalidade aparente. A obra de Deus, em algumas vezes, pode se apresentar diante de nós como um fardo pesado demais para se carregar, o que nos faz querer esmorecer na caminhada de fé. Mas devemos entender que Deus conhece muito bem as nossas fragilidades e limitações, e que sempre estará pronto a responder as nossas orações e nos sustentar com as Suas poderosas mãos. Pois como Ele mesmo disse ao apóstolo:

“A minha Graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9).

Deus enviou um mensageiro angelical para refrigerar o desencorajado profeta e instruí-lo a continuar a caminhada até o Horebe. Ali, mediante a revelação divina, foi-lhe garantindo que havia em Israel sete mil pessoas que não tinham aceitado o baalismo, sendo-lhe então conferida uma tríplice comissão: ungir Hazael como rei da Síria, ungir Jeú rei de Israel, e chamar Eliseu para ser seu próprio sucessor. Quando Elias voltou a Israel, transmitiu a Eliseu o chamado divino, transferindo-lhe sua capa. Daí por diante, Eliseu se tornou seu cooperador. (SCHULTZ, 1995, p. 171)

Deus sempre estará ao nosso lado dando forças para prosseguir mesmo nos dias em que parecer impossível avançar na caminhada.

Conclusão

Deus requer exclusividade e ainda demonstra porque somente Ele deve ser adorado e reconhecido como verdadeiro Deus. Não há espaços para a aceitação do sincretismo nas páginas da Bíblia, nem no Antigo e muito menos no Novo Testamento. Deus é singular e com Ele não há outro

“Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” (Is 45.22).

No Senhor Jesus,

Sergio Loureiro, pr.

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