EBD – Dons Ministeriais para a Igreja

Pr. Sérgio Loureiro
Pr. Sérgio Loureiro
Sou o Pastor Sérgio Loureiro, Casado com Neusimar Loureiro, Pai de Lucas e Daniela Loureiro. Graduando em Administração e Graduando em Teologia. Congrego na Assembleia de Deus em Bela Vista - SG

Mais lidas

O Ministério de Profeta

Paz do Senhor!

Prezados Professores e alunos,

Conceito. No primeiro tópico fala sobre o Profeta do Antigo Testamento. A palavra hebraica traduzida por profeta, é “nabhi”, que se refere ao homem que era inspirado pelo Espírito Santo para entregar as mensagens de Deus para o povo.

“porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21). 

A palavra profetizar, no Antigo Testamento, é nãbã, isto é, “a função do verdadeiro profeta quando ele fala a mensagem de Deus para o povo sob a influência do Espírito Divino” (1Rs 22.8; Jr 29.27; Ez 37.10). Segundo Peisker, o vocábulo ocorre cerca de 309 vezes no Antigo Testamento, das quais 92 somente em Jeremias. Por sua vez, “nabhi’” procede de certa raiz hebraica cujo significado original é “ferver, borbulhar, líquido em ebulição”. Robert Culver assinala que se essa posição estiver correta o profeta seria alguém que extravasa

“palavras, como aqueles que falam com mente fervorosa ou sob inspiração divina, como os profetas e poetas”.

Profeta, portanto, quer dizer aquele que ferve com a inspiração ou com a mensagem divina, sugerindo assim, o despejar de palavras geradas por animação fervorosa ou por inspiração divina. O termo hebraico em apreço foi captado pelo termo grego “prophetes” que significa “falar por”, “representar”, ou ainda, “alguém que fala em lugar de outra pessoa”

“E ele falará por ti ao povo; e acontecerá que ele ti será por boca, e tu lhe serás por Deus”;

Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó; e Arão, teu irmão será o teu profeta. (Êx 4.16; 7.1)

Segundo a etimologia de “nabhi’”, “a função de um profeta é agir como embaixador ou mensageiro divino, anunciando a vontade de Deus para o seu povo, especialmente em época de crise”. Eles falavam não de homem para homem, mas como pessoas investidas de autoridade de Deus, a fim de falar em seu nome aos pecadores. Neste caso, “nabhi’ ” é considerado um orador a quem foi confiada uma missão. Desta forma, o Senhor fala ao “nabhi’”, o qual precisa transmitir exatamente o que recebe. Isto pressupõe o fluxo da inspiração profética como o ato pelo qual Deus coloca as palavras na boca de seus profetas. Deus disse a Moisés:

“Suscitar-lhe-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras” (Dt 18.18)

De modo semelhante, o Eterno disse a Jeremias:

“Eis que ponho na tua boca as minhas palavras” (Jr 1.9)

       Chozeh: O termo designativo hebraico “chozeh”, significa propriamente “vidente” e refere-se àquele que tem visões. O vocábulo indica o que está por trás do pronunciamento inspirado do profeta. O profeta era primitivamente chamado de “chozeh” ou “vidente” (1 Sm 9.9; 2 Sm 24.11; 2 Cr 33.18; 35.15), porque era sobrenaturalmente capacitado a ter visões e a ver aquilo que se encontrava além do conhecimento humano comum:

“Porque quem esteve no conselho do Senhor, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ouviu?” (Jr 23.18).

Segundo Culver, o termo derivado de “hazâh”, é um dos três vocábulos para profeta no Antigo Testamento; citamos à guisa de exemplo, 1 Crônicas 29.29:

 “Os atos, pois, do rei Davi, […] tanto os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas registradas por Samuel, o vidente [ro’eh], nas crônicas do profeta [nabî’] Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente [chozeh]” 1 Crônicas 29.29

Esta era a credencial de um profeta verdadeiro de Deus: introduzir-se infalivelmente no futuro e revelá­-lo (Dt 18.21-22). Essa habilidade autenticava sua mensagem como sendo divina, porquanto, somente Deus conhece o futuro. Por intermédio dessa função profética Deus chama a atenção para seu programa futuro em relação a Israel e às nações (Nm 12.6,7; 1 Sm 28.6-15; Jr 23.28).

O ofício. No Antigo Testamento o profeta era importantíssimo para Israel, pois foi marcado pela    atividade e testemunho. Eles marcaram a história das páginas do Antigo Testamento como conselheiro do reinado de Israel, como Natã

“E o Senhor enviou Natã a Davi; e, entrando ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre”. (2Sm 12.1)

O ofício profético organizado em Israel remonta aos dias do profeta Samuel. Foi ele quem deu origem ao ofício de profeta como uma ordem ou classe organizada. Nesse sentido, ele é “o primeiro dos profetas” – distinção que as Escrituras neotestamentárias reconhece perfeitamente:

“E todos os profetas desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (At 3.24 cf. 13.20; Hb 11.32).

O ministério de Profeta era um ofício que envolvia:

Revelação que desvendava o oculto;

Anúncio de juízos;

Emissões de conselhos e advertências

Esse ofício representava um ideal divino de restauração da verdadeira espiritualidade que provinha da obediência a lei de Deus. Os Profetas Anunciavam a Palavra do Senhor,

“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, (Hb 1.1) 

É frequente, nas páginas do Antigo Testamento, a expressão “assim diz o Senhor”, como um recurso emblemático que ratifica a procedência da profecia e o caráter infalível da mesma.

Profeta no Novo Testamento

Os profetas pertenciam à igreja apostólica, e tinham um ministério específico de declarações inspiradas. O profeta do Novo Testamento era uma pessoa que proclamava a Palavra de Deus.

“E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo mundo, e isso aconteceu no tempo de Claudio César” (At 11.28)  

Os crentes da Igreja Primitiva não tinham a Bíblias, e o Novo Testamento ainda não havia terminado de ser escrito. De que maneira, então, as congregações locais poderiam saber qual era à vontade de Deus? O Espírito Santo compartilhava a verdade de Deus com os que possuíam o dom de profecia. Paulo sugere que o dom da profecia era associado à compreensão de todos, referindo-se, evidentemente, as verdades, e conhecesse todos os mistérios e toda ciência…) espirituais.

“E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda ciência…,” (1Co 13.2ª)

Era o dever do profeta do Novo Testamento, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus,

“E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante de Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto”. (Lc 1.14-17)  

Quando olhamos para o objetivo do Dom de Profeta, observamos que a Igreja não foi edificada sobre ideias modernas, e sim sobre a herança espiritual que recebemos dos primeiros apóstolos e profetas. Ensinos revelados e autorizados que comunicaram à igreja, são ensino infalível, inspirado por Cristo.

“edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20)

Temos que entender que na igreja primitiva existia o exercício do dom de profecia e do ministério de Profeta. Olhando para igreja Primitiva esse dom ministerial é importante para edificação da igreja local. O ministério de Profeta na Igreja Primitiva proclamava as verdades divina contra os falsos ensinos, previa o futuro e reavivava as pessoas.   

 Quando não buscamos o Dom de Profeta a política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3, 12-22). Por outro lado, a igreja com seus dirigentes, tendo a manifestação do Dom de Profeta, será impulsionada `a renovação espiritual. o pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Tss 5.19-21; Ap 3.20-22). Portanto, busquemos o Dom de profeta, pois eles são atuais.

Sempre a serviço do Mestre,

Sergio Loureiro, pr

Cf. PEISKER, C.H. Verbete: Profeta. In: COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2000, Volume II (N-Z), p. 1879.

CULVER, R. Robert. Verbete: Nabh’. In HARRIS, L. R. (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 905.

HORTON, Stanley M.; MENZIES, William W. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. Rio de Janeiro: CPAD, p 149

Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, pp. 1814,15

Bíblia de Estudo Holman, editada pela CPAD, p 1888

- Propaganda - spot_img

Últimas Noticias

- Propaganda -